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SÃO PAULO – Entre resultados decepcionantes, dados macroeconômicos preocupantes e cenário de cautela no mercado internacional, o Ibovespa registrou, nesta quinta-feira (31), sua quinta queda seguida ao fechar com perdas de 1,84%, a 55.829 pontos. O dia também marcou o pior pregão do benchmark desde 30 de maio, quando caiu 1,91%. Apesar do retrospecto recente negativo, o índice conseguiu fechar julho com desempenho positivo em 5,00% – seu segundo mês de alta seguido.
No noticiário doméstico, os resultados consolidados do setor público desanimaram, ao registrar um déficit primário de R$ 2,1 bilhões, em junho, o primeiro para o mês, e de R$ 11,046 bilhões, em maio. Em 12 meses encerrados em junho, o superávit primário chegou a R$ 68,528 bilhões, o que corresponde a 1,36% do PIB (Produto Interno Bruto), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
A meta para o setor público, este ano, é 1,9% do PIB. “Obviamente o déficit de maio e junho tornam o atingimento da meta mais distante, mais difícil. Exigirá um esforço maior do governo para obtê-la, mas não significa que não será atingida”, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.
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Vale lembrar que, no mês passado, a divulgação do pior resultado do Governo Central em toda a história do mês de maio fez com que economistas ouvidos pelo InfoMoney já afirmassem que a “meta de superávit do governo é impossível de alcançar”. Para o economista Roberto Troster, governo está tentando “apagar pequenos incêndios”. “Eles continuam gastando mais como se essa fosse a solução para tudo”, criticou.
Pessimismo também no exterior
Entre os destaques do dia, apareceu a economia argentina, que entrou em default seletivo na véspera após não conseguir chegar a um acordo com os credores “holdouts” conhecidos como “fundos abutres”. Este foi considerado o segundo default do país vizinho em 12 anos e deve apontar para a continuidade do cenário de deterioração da imagem argentina frente o mercado internacional.
Ainda lá fora, ganhou destaque o banco português Banco Espírito Santo (BES), que chegou a desabar 50% na manhã desta quinta-feira após a divulgação do balanço. A instituição financeira anunciou na noite de ontem que acumulou prejuízo de 3,488 bilhões de euros no segundo trimestre de 2014. No acumulado dos primeiros seis meses, a perda atingiu 3,577 bilhões de euros. O maior banco privado português em ativos, liderado por Vítor Bento há duas semanas, adiantou que registou perdas contábeis e contingências da ordem de 4,253 bilhões de euros.
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Também chamaram atenção os dados da zona do euro. A inflação anual na zona do euro desacelerou em julho para seu menor nível desde o pior da crise financeira há quase cinco anos, destacando os riscos de deflação no radar do BCE (Banco Central Europeu). Os preços ao consumidor nos 18 países que compartilham o euro subiram 0,4% em julho na base anual, pior resultado nessa comparação desde outubro de 2009, quando houve recuo de 0,1%, informou nesta quinta-feira a agência de estatísticas da UE, Eurostat.
Destaque ainda para o FMI (Fundo Monetário Internacional), que disse que a China deveria definir uma meta de crescimento econômico de 6,5% a 7% para 2015 e evitar medidas de estímulos a menos que a economia ameace desacelerar de maneira forte a ponto de tirar tais níveis do radar.
Já nos EUA, destaque para os pedidos de auxílio desemprego, que ficaram levemente abaixo do esperado com 302 mil pedidos; amanhã, sairá o relatório de emprego de julho; à noite, sai o PMI industrial da China. Na maior economia do mundo, os três principais índices acionários fecharam com perdas expressivas próximas dos 2%.
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Resultados guiam ações
A temporada de resultados voltou a roubar as atenções dos investidores nesta quinta-feira, tendo também como destaque para Ambev (ABEV3, R$ 15,67, -4,45%) e Embraer (EMBR3, R$ 21,55, -0,23%). Nesta manhã, o Santander Brasil (SANB11, R$ 15,25, -2,56%) também divulgou seu resultado, no qual mostrou lucro líquido de R$ 527,5 milhões, enquanto o Bradesco (BBDC4, R$ 34,61, -0,86%) reportou um lucro 27,7% maior na comparação anual.
Já a Vale (VALE3, R$ 32,55, +1,02%; VALE5, R$ 29,13, +0,69%) registrou um lucro líquido de R$ 3,187 bilhões no segundo trimestre de 2014, abaixo da expectativa do mercado de resultado de R$ 5 bilhões, mas 283% maior na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a companhia foi afetada por perdas contábeis cambiais.
A Ambev divulgou lucro líquido de R$ 2,2 bilhões entre abril e junho, alta de 15,9% na comparação anual, em linha com a previsão média de analistas em pesquisa da Reuters. Já a Embraer apresentou forte lucro no segundo trimestre, favorecida pela redução de imposto de renda e pelo aumento da receita com entregas de aeronaves, revertendo resultado negativo registrado um ano antes.
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Entre os principais ganhos do dia, destaque para os papéis das exportadoras, surfando onda na valorização do dólar, que subiu mais de 1,24% nesta sessão e 2,71% no mês. Desta forma, a moeda americana terminou junho cotada a R$ 2,2699 na venda, fazendo com que os produtos das companhias exportadoras ganhem maior visibilidade no cenário internacional. Entre os destaques do setor, apareceram os papéis da Suzano (SUZB5, R$ 8,80, +3,29%), CSN (CSNA3, R$ 11,45, +2,14%) e Fibria (FIBR3, R$ 22,27, +1,14%).
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
GFSA3 | GAFISA ON | 3,30 | -4,62 | -4,38 | 31,91M |
ABEV3 | AMBEV S/A ON EDJ | 15,67 | -4,45 | -5,81 | 317,46M |
JBSS3 | JBS ON | 8,35 | -3,91 | -3,83 | 73,51M |
PETR4 | PETROBRAS PN | 19,10 | -3,78 | +19,01 | 699,73M |
PETR3 | PETROBRAS ON | 17,99 | -3,69 | +16,53 | 307,57M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
SUZB5 | SUZANO PAPEL PNA | 8,80 | +3,29 | -3,22 | 42,62M |
CSNA3 | SID NACIONAL ON | 11,45 | +2,14 | -20,38 | 62,60M |
FIBR3 | FIBRIA ON ATZ | 22,27 | +1,14 | -19,46 | 38,79M |
VALE3 | VALE ON | 32,55 | +1,02 | -6,29 | 151,83M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 8,05 | +1,00 | -43,35 | 44,35M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 19,10 | -3,78 | 699,73M | 691,14M | 48.705 |
VALE5 | VALE PNA | 29,13 | +0,69 | 509,97M | 309,66M | 25.107 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN | 35,10 | -2,06 | 423,04M | 297,64M | 22.834 |
CIEL3 | CIELO ON | 41,50 | -1,54 | 335,56M | 132,23M | 16.820 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 34,61 | -0,86 | 317,47M | 220,13M | 21.315 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON EDJ | 15,67 | -4,45 | 317,46M | 168,19M | 38.619 |
PETR3 | PETROBRAS ON | 17,99 | -3,69 | 307,57M | 244,97M | 26.235 |
BBAS3 | BRASIL ON | 27,72 | -2,63 | 188,61M | 161,31M | 22.199 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 9,49 | -0,73 | 174,42M | 92,58M | 22.026 |
KROT3 | KROTON ON | 60,42 | -2,71 | 152,63M | 158,49M | 9.588 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)