Petrobras rebate ‘calote’ da Venezuela; Santander escapa de dívida de meio bilhão

Ainda entre os destaques, Lucro da JBS sobe 112% no 4° trimestre, enquanto da Dasa avança 54% em 2013; Vale paga remuneração de debêntures participativas

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – Além da agenda econômica movimentada após o corte de rating do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, o universo corporativo também inicia agitado nesta terça-feira (25). 

Em decorrência do rebaixamento da nota de crédito do País, a Petrobras (PETR3; PETR4) e a Eletrobras (ELET3; ELET6) também tiveram seus ratings cortados de “BBB” para “BBB-“, com perspectiva estável, sem indicação de mudança nos próximos meses. A mineradora Samarco, controlada pela Vale (VALE3; VALE5) e pela mineradora anglo-australiana BHP, também foi rebaixada para BBB-. Segundo a XP Investimentos, “obviamente o custo da dívida para as companhias brasileiras deve apresentar elevação, o que é ruim, principalmente, para as companhias que não aproveitaram a janela de emissões de dívidas”, mas, nesse cenário, a Petrobras é a que possui melhor condição em relação à captação, pois já realizou duas captações neste ano. 

Além disso, a Petrobras afirmou na noite desta segunda-feira que a estatal venezuelana PDVSA não se tornou sócia da empresa na refinaria Abreu e Lima e, por isso, não pode ser cobrada por eventuais dívidas geradas pelo projeto. O comunicado foi emitido na forma de “nota de esclarecimento”. Mais cedo, o jornal O Estado de S.Paulo publicou que a Petrobras deixou de cobrar penalidades relacionadas à construção da refinaria em Pernambuco. 

Continua depois da publicidade

O conselho de administração da Petrobras decidiu pela incorporação da refinaria em outubro do ano passado, depois do fracasso em negociações com a PDVSA. A decisão ocorreu após longa negociação com o governo venezuelano, que na época não havia feito o pagamento de sua parte (40%) da refinaria, lançada em 2005 como símbolo de uma aliança estratégica entre Brasil e Venezuela.

Lucro da JBS sobe 112% no 4° tri
Entre a temporada de balanços, que se aproxima do fim, a JBS (JBSS3) fechou o quarto trimestre de 2013 com lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 140,7 milhões, aumento de 112% em relação a igual intervalo do ano anterior. Nos últimos três meses de 2013, a receita líquida consolidada da JBS totalizou R$ 27,222 bilhões, aumento de 24,6% na comparação com o mesmo período de 2012. 

Segundo a XP Investimentos, o resultado foi bom, mas relativamente em linha com o esperado pelo mercado e, portanto, não é esperado reação significativa do mercado frente a este.

Continua depois da publicidade

Lucro da Dasa sobe 54% em 2013
A rede de medicina diagnóstica Dasa (DASA3) encerrou 2013 com lucro de R$ 131,3 milhões, alta de 54% em relação ao ano anterior. O resultado foi impulsionado pelo controle das despesas operacionais e pela redução nos gastos com pagamento de juros. A receita líquida da empresa subiu 10% no trimestre, para R$ 2,49 bilhões.  

Além disso, o conselho de administração da empresa aprovou a distribuição de dividendos obrigatórios no valor total de R$ 31,375 milhões, que correspondem a 25% do lucro líquido de 2013. A empresa não revelou o valor por ação, mas informou que o pagamento deverá ocorrer em 16 de junho de 2014.

Lucro da Kepler Weber atinge R$ 25 mi
Já o lucro da fabricante de silos e equipamentos para armazenagem de grãos Kepler Weber (KEPL3) totalizou em R$ 25 milhões no último trimestre do ano passado, expansão de 24,95% na comparação com o ano anterior. A receita líquida em três meses ficou em R$ 179,5 milhões, alta de 13,32% ante igual período de 2012. 

Publicidade

Santander escapa de dívida de R$ 580 mi
Burocracia levou o Santander (SANB11) a escapar de uma dívida de R$ 580 milhões com o governo, informou a Folha de S. Paulo. O valor, que iria para os cofres públicos, refere-se a conta cobrada desde 2001 pelo Banco Central por irregularidades cometidas pelo banco Bozano, Simonsen, adquirido pelo Santander. O caso, segundo a reportagem, foi encerrado após a dívida ser considerada prescrita pelo BC. A decisão foi oficializada ontem. 

Vale paga remuneração de debêntures participativas
A Vale (VALE3; VALE5) pagará remuneração das debêntures participativas em 31 de março de 2014, no valor bruto de R$ 0,3184 por debênture, totalizando R$ 123,744 milhões, a debenturistas com posição em custódia no fechamento do dia 28 de março de 2014. O valor contempla o pagamento do prêmio para o produto cobre (R$ 12.662.243,13) e, pela primeira vez do prêmio do produto minério de ferro (R$ 111.082.250,12).

Cemig vai pagar R$ 1,122 milhão em dividendos
O conselho de administração da Cemig (CMIG4) aprovou o pagamento de R$ 1,122 milhão em dividendos, referente ao lucro líquido do exercício de 2013, no montante de R$ 3,103 milhões. Os dividendos serão pagos aos detentores de ações no dia 30 de abril de 2014, sendo R$ 0,892102537 por ação. Os papéis passarão a ser negociadas “ex-dividendos” a partir de 1° de maio. Segundo informou a empresa, os pagamentos dos dividendos serão realizados em duas parcelas, até 30 de junho e até 30 de dezembro de 2014. 

Continua depois da publicidade

OGX fará reunião; Dasa e Cesp têm teleconferências
Entre os eventos corporativos do dia, a OGPar (OGXP3), ex-OGX Petróleo, tem marcada para hoje uma reunião com o conselho de administração, enquanto a Dasa e Cesp (CESP6) realizarão, às 10h e 11h, respectivamente, teleconferências sobre os resultados do quarto trimestre.