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SÃO PAULO – A Vale (VALE3, VALE5) divulgou seu resultado para o quarto trimestre de 2013 nesta quarta-feira (26), revelando um lucro básico de R$ 7,401 bilhões, excluindo efeitos de itens de caixa não recorrentes. Entretanto, ao levarem em conta estes itens no resultado, o lucro se torna um prejuízo de R$ 14,86 bilhões, o dobro do que projetavam os analistas consultados pela InfoMoney. No mesmo período do ano anterior, a companhia teve lucro básico de R$ 4,10 bilhões e um prejuízo líquido de R$ 5,628 bilhões.
No acumulado anual, a companhia registrou um lucro líquido R$ 115 milhões, resultado bem pior que o lucro de R$ 9,734 bilhões registrados em 2012. Segundo comunicado, o impacto do reconhecimento do Refis no lucro líquido foi de R$ 14,814 bilhões (US$ 6,469 bilhões), sendo R$ 6,039 bilhões de despesas financeiras e R$ 8,775 bilhões de impostos. Analistas esperavam um impacto de pelo menos R$ 20 bilhões por conta do programa.
Segundo a companhia, “a redução se deu em decorrência da Lei 12.865/2013, que com a alteração trazida pela da MP 627/2013 determina, explicitamente, em seu parágrafo 15 do artigo 40, que a redução de multas, juros e encargos do REFIS ‘não será computada na apuração da base de cálculo’ para fins de imposto de renda no Brasil”.
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As receitas operacionais líquidas da companhia cresceram 22,16%, batendo os R$ 31,60 bilhões, pagando R$ 452 milhões em impostos. Receita esta que foi impulsionada principalmente pelos maiores preços de minério de ferro, seguido por fortes volumes de venda de pelotas, níquel e carvão metalúrgico. A média dos analistas projetava uma receita de R$ 30,26 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 15,1 bilhões no quarto trimestre – 10% acima da expectativa dos analistas -, o maior desde o terceiro trimestre de 2011. No ano a empresa teve geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado de R$ 49,3 bilhões, o segundo mais alto da história.
Custos e dívida
No quarto trimestre, o CPV (Custo com Produtos Vendidos) foi de R$ 15,92 bilhões. Os principais efeitos negativos foram os custos com pessoal (R$ 183 milhões) e com energia (R$ 98 milhões), que foram parcialmente compensados por serviços contratados (R$ 63 milhões) e materiais (R$ 26 milhões). No ano o CPV foi de R$ 55,168 bilhões.
A dívida da mineradora atingiu US$ 24,40 bilhões no último trimestre de 2013, valor bem próximo do registrado um ano antes, quando a dívida era de US$ 24,46. A companhia ressalta que, durante o ano, manteve seu nível de dívida absoluta com forte fluxo de caixa operacional e desinvestimentos apoiando investimentos, pagamento de dividendos e o pagamento à vista do acordo do Refis.
Recordes de produção e volume
Em 2013, a Vale registrou volume recorde de minério de ferro e pelotas – que atingiram 305,6 milhões de toneladas -, cobre – com volume de 353 mil toneladas -, ouro – com 297 mil oz -, e carvão – que atingiu volume de 8,1 milhões de toneladas. Além disso, a companhia registrou as maiores vendas de níquel desde 2008, atingindo 261 mil toneladas.
Em relação à produção, a companhia teve recorde em relação à cobre – com 370 mil toneladas -, ouro – 286 mil oz -, carvão – 8,8 milhões de toneladas -, rocha fosfática – 8,3 milhões de toneladas -, além de atingir a maior marca anual em níquel (260 mil toneladas) desde 2008.
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Investimentos vs. Desinvestimentos
A Vale ressaltou ainda que, em 2013, registrou redução de investimentos, excluindo despesas com P&D, de US$ 2 bilhões ante o ano anterior, alcançando US$ 14,2 bilhões. Além disso, os desinvestimentos – que têm sido um grande foco da companhia – ficaram em US$ 6,0 bilhões de ativos non-core.
Segundo comunicado, os principais desinvestimentos no ano foram: venda de participações na Hydro por US$ 1,811 bilhão; acordos para venda de participações no total de 62,4% da subsidiária integral VLI por R$ 2,7 bilhões; venda de gold stream das minas de Salobo e Sudbury, por US$1,9 bilhão à vista e 10 milhões de warrants da Silver Wheaton.
Além disso, a companhia ressalta a venda de sua participação na Log-in por US$ 99 milhões, na Fosbrasil por US$ 45 milhões e em Tres Valles por US$ 25 milhões.