Ibovespa sobe puxado por Vale, mas fecha longe da máxima do dia; dólar fica quase estável

Mercado sustentou mais uma alta acima dos 100 mil pontos, mas não conseguiu sustentar a máxima diante de preocupações com a reforma da Previdência

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (1) puxado pela alta de mais de 3% das ações da Vale, que colheram os frutos de mais uma valorização no minério de ferro. No entanto, o principal índice da B3 ficou bem longe da máxima do dia, quando chegou a bater 102.431 pontos, quando registrou alta de 1,45%. 

A Bolsa foi sustentada no território positivo por causa do cenário externo, depois do presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, selarem uma trégua na guerra comercial durante encontro no fim de semana. 

Por aqui, os investidores aguardam com ansiedade e algum nervosismo pela sessão da Comissão Especial da Câmara dos Deputados amanhã. É esperada a leitura do relatório da reforma da Previdência pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) para que o texto seja votado ainda esta semana após sucessivos atrasos.

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O Ibovespa subiu hoje 0,37% a 101.339 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 14,659 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial terminou a primeira sessão de julho praticamente zerado, com leve variação positiva de 0,06% a R$ 3,8426 na compra e a R$ 3,8434 na venda. O dólar futuro com vencimento em agosto caiu 0,16% a R$ 3,855. 

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua sete pontos-base a 5,81%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 tem queda de oito pontos-base a 6,58%.

“As negociações estão de volta aos trilhos. Tivemos uma reunião muito boa com o presidente Xi Jinping. Eu diria excelente até”, afirmou Trump após reunião com o presidente chinês. 

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O líder dos EUA saiu da reunião do G-20 em Osaka, no Japão, e foi hoje para a zona desmilitarizada entre Coreia do Sul e Coreia do Norte para mediar a situação geopolítica da região.  

No Brasil, o domingo foi de manifestações de apoio à Operação Lava-Jato e à reforma da Previdência e de protestos contra Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso e o site The Intercept. Os eventos ocorreram em cerca de 70 a 80 cidades, de 26 Estados e o Distrito Federal.

Notícias corporativas

A rede varejista Magazine Luiza (MGLU3) estuda abrir lojas física da Netshoes, até hoje presente apenas na internet, segundo o jornal Valor Econômico. Segundo o presidente da companhia, Frederico Trajano, a Netshoes, adquirida recentemente, após um leilão com a Centauro, deverá atingir o seu ponto de equilíbrio em um ano e meio. Em relação à integração dos sistemas das duas companhias, a expectativa é de que ocorra em 2020.

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O presidente do Itaú Unibanco (ITUB4), Candido Bracher, destacou em entrevista ao Estadão que a evolução tecnológica abriu o mercado financeiro para as fintechs, o que deixa o futuro dos bancos incerto. Segundo ele, o êxito não se dará por meio de um “produto matador”, mas pela transformação permanente.

Leia mais destaques de ações aqui

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRFS3 BRF SA ON 32,08 +8,67 +46,28 466,61M
 JBSS3 JBS ON 22,39 +5,51 +93,21 372,96M
 VALE3 VALE ON 53,65 +3,53 +5,20 1,22B
 CSAN3 COSAN ON 47,70 +3,36 +45,67 90,23M
 MRFG3 MARFRIG ON 6,48 +3,02 +18,68 39,86M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SUZB3 SUZANO S.A. ON 31,57 -3,90 -16,19 303,26M
 SMLS3 SMILES ON 40,60 -3,33 -0,39 72,56M
 QUAL3 QUALICORP ON 22,21 -3,31 +72,30 56,99M
 HYPE3 HYPERA ON 29,12 -2,90 -2,59 34,51M
 LAME4 LOJAS AMERICPN 16,00 -2,85 -18,47 92,62M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN N2 27,26 -0,55 1,28B 1,28B 62.388 
 VALE3 VALE ON 53,65 +3,53 1,22B 893,91M 48.372 
 PETR3 PETROBRAS ON N2 29,92 -0,33 594,48M 401,44M 25.713 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 36,08 -0,46 576,25M 700,01M 27.447 
 BRFS3 BRF SA ON 32,08 +8,67 466,61M 202,51M 37.748 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 37,63 +0,14 445,71M 558,94M 22.817 
 BBAS3 BRASIL ON 53,88 -0,11 442,23M 542,36M 22.307 
 JBSS3 JBS ON 22,39 +5,51 372,96M 251,68M 48.404 
 B3SA3 B3 ON EJ 38,15 +1,84 307,75M 457,13M 22.941 
 SUZB3 SUZANO S.A. ON 31,57 -3,90 303,26M n/d 25.287 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

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Relatório Focus

A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano continua em queda. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com instituições financeiras, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – desta vez foi reduzida de 0,87% para 0,85%. Essa foi a 18ª redução consecutiva.

A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 3,82% para 3,80% este ano, na quinta redução seguida. A meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, mantida em 6,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Ao final de 2019, as instituições financeiras esperam que a Selic esteja em 5,50% ao ano. Na semana passada, a projeção era de 5,75% ao ano. Para o fim de 2020, a expectativa é que a taxa básica baixe para 6% ao ano e, no fim de 2021 e 2022, chegue a 7,5% ao ano.

Bolsonaro e Acordo Comercial

O presidente Jair Bolsonaro disse ontem esperar que o Parlamento brasileiro seja o primeiro a aprovar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. “Missão cumprida. Atingimos todos os objetivos. No meio do evento, houve a concretização (do acordo). As informações que eu tenho são as melhores possíveis. Entra em vigor daqui a uns dois anos ou três, depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui…Talvez seja um dos primeiros a aprovar, espero.”, afirmou o presidente.

Especialistas dizem que o processo de aprovação e ratificação do acordo entre europeus e sul-americanos deve demorar cerca de dois a cinco anos. Formalmente, o processo poderia ocorrer em dois anos, mas como se exige a aprovação do acordo em cada um dos parlamentos a previsão é que a discussão se estenda por mais tempo.

Após as aprovações e ratificações, a redução de tarifas entre os blocos entra em vigor, mas de forma gradativa, ao longo de dez anos. Um dos primeiros entraves para a sua aprovação definitiva ocorrerá no Parlamento Europeu, onde, em nota, o bloco dos verdes classificou o acordo com um mau compromisso”, que “vem no momento errado, quando há uma demanda crescente por desenvolvimento sustentável”.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.