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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (23) pressionado principalmente pelo exterior, com notícias de que a viagem de uma delegação de Washington a Pequim para retomar as negociações comerciais ainda não foi programada. Por aqui, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 870, que reduziu de 29 para 22 o número de ministérios. O texto seguirá para o Senado, onde precisa ser aprovado até 3 de junho para continuar a valer.
Hoje, o principal índice da B3 teve queda de 0,48%, aos 93.910 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 12,597 bilhões. A queda fez com que o Ibovespa reduzisse os ganhos na semana, que foram de 5% na terça para 4,35% hoje.
Enquanto isso, o dólar futuro com vencimento em junho tem leve alta de 0,17%, a R$ 4,051. Já o dólar comercial fechou com valorização de 0,18% a R$ 4,0467 na compra e a R$ 4,0474 na venda.
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Os mercados globais recuaram hoje, refletindo as preocupações dos investidores com acirramento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Os índices norte-americanos S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram respectivamente 1,11%, 1,19% e 1,58%.
À CNBC, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou que uma viagem a Pequim para retomar as negociações comerciais ainda não foi programada, o que reduz as esperanças de uma resolução rápida para a guerra comercial.
Segundo o analista da XP Investimentos, Gabriel Fonseca, o ambiente internacional está pior, principalmente com a forte baixa do petróleo hoje. “E no ambiente doméstico, o cenário está mais na toada de Medida Provisória passando, mas ainda assim, o relacionamento do governo com o Congresso mantém-se difícil”, avalia.
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Ainda pesam os dados de atividade industrial dos EUA, que mergulhou para a mínima em nove anos. O Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do país foi de 50,6 pontos em maio, o nível mais baixo desde setembro de 2009.
Adicionalmente, a ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), na qual a taxa básica de juros dos EUA foi mantida na banda entre 2,25% a 2,5%, revelou que os membros do Federal Reserve estão confortáveis com a taxa atual e acreditam que ela possa durar por “algum tempo” ainda, mesmo se a economia melhorar. Na Europa, pesa ainda a expectativa de renúncia da primeira-ministra britânica, Theresa May, “nos próximos dias”, segundo a imprensa britânica.
Entre as commodities, o petróleo desaba 5% em meio a dados fracos da indústria norte-americana e menores tensões no Oriente Médio com o Irã. Os futuros do barril tipo Brent, utilizado como base para a Petrobras, cai 4,4% a US$ 67,87.
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No Brasil, os destaques são as aprovações da Medida Provisória da Reforma Administrativa, que reduziu de 29 para 22 o número de ministérios do governo do presidente Jair Bolsonaro, no plenário da Câmara.
Já a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou ontem a tramitação da Reforma Tributária, com uma proposta que unifica cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) em apenas um, que será o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai oito pontos-base a 6,78%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 registra perdas de seis pontos-base a 7,97%.
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Destaques de ações
A companhia de cosméticos Natura anunciou ontem a aquisição da Avon Products em uma operação que envolve troca de ações (all-share merger). O acordo avalia a Avon em US$ 3,7 bilhões e o novo grupo em US$ 11 bilhões. O negócio ainda está sujeito à aprovação de reguladores, mas transforma a empresa conjunta na quarta maior do setor, de acordo com o fato relevante publicado. Juntas, as empresas estimam faturamento anual superior a US$ 10 bilhões.
A Petrobras informou ontem que seu conselho de administração aprovou o modelo para venda de sua participação na BR Distribuidora, um passo crucial para tirar a empresa de distribuição do controle estatal. O processo ocorrerá por meio de uma oferta secundária de ações (follow-on). Em comunicado, a Petrobras informou que, após a oferta, sua participação na companhia será “inferior a 50%”.
O grupo SBF, dono da rede de lojas Centauro, apresentou uma proposta concorrente de compra da varejista de artigos esportivos Netshoes que oferece prêmio de 40% (US$ 35 milhões) sobre o acordo fechado com o Magazine Luiza no mês passado. Em fato relevante, a Centauro oferece US$ 2,80 por ação da Netshoes, o que totaliza US$ 87 milhões. O acordo fechado com o Magazine Luiza é de US$ 60 milhões e ainda deve passar pela aprovação dos acionistas.
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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
NATU3 | NATURA ON | 56,25 | -8,54 | +25,69 | 505,71M |
BTOW3 | B2W DIGITAL ON | 31,66 | -4,92 | -24,65 | 98,15M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 8,14 | -3,67 | -10,32 | 83,18M |
UGPA3 | ULTRAPAR ON | 19,95 | -3,44 | -24,00 | 75,09M |
GOAU4 | GERDAU MET PN ED | 6,52 | -2,83 | +0,91 | 59,27M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
SMLS3 | SMILES ON | 43,60 | +4,83 | +6,97 | 54,70M |
CIEL3 | CIELO ON | 7,50 | +2,74 | -13,15 | 81,10M |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 28,76 | +1,63 | +6,76 | 158,00M |
BRFS3 | BRF SA ON | 31,05 | +1,50 | +41,59 | 297,65M |
KROT3 | KROTON ON ED | 9,60 | +1,37 | +9,18 | 149,65M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o Índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN EJ N2 | 25,81 | -1,83 | 1,19B | 1,22B | 45.862 |
VALE3 | VALE ON | 47,69 | +0,48 | 698,85M | 894,35M | 34.027 |
NATU3 | NATURA ON | 56,25 | -8,54 | 505,71M | 164,10M | 29.686 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 33,53 | -0,21 | 504,63M | 568,78M | 25.556 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 34,60 | -0,49 | 480,94M | 536,05M | 26.903 |
PCAR4 | P.ACUCAR-CBDPN | 84,10 | -0,76 | 447,72M | 185,69M | 25.524 |
BBAS3 | BRASIL ON EJ | 48,90 | +0,16 | 434,07M | 508,16M | 21.522 |
BRFS3 | BRF SA ON | 31,05 | +1,50 | 297,65M | 276,89M | 22.061 |
B3SA3 | B3 ON | 34,34 | +1,06 | 287,87M | 282,11M | 16.892 |
JBSS3 | JBS ON | 22,27 | -1,68 | 265,61M | 321,11M | 32.499 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Noticiário Político
O destaque político é a aprovação da Medida Provisória da Reforma Administrativa do governo do presidente Jair Bolsonaro, reduzindo de 29 para 22 o número de ministérios. Apesar da vitória do governo, o Centrão e os partidos de oposição retiraram das mãos do ministro Sérgio Moro, da Justiça, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que retornou à Economia. Moro lamentou a decisão, ponderando que “faz parte do debate democrático”. Se Bolsonaro quiser vetar apenas este trecho, corre o risco de ver caducar toda a MP.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou ontem a tramitação da Reforma Tributária, com um texto próprio dos parlamentares, sem esperar pela proposta do governo – que seria enviada após a aprovação da Reforma da Previdência. A proposta, que teve como base as ideias do economista Bernardo Appy, unifica cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) em apenas um, que será o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).
Após os protestos que tomaram as ruas na semana passada, o governo desbloqueou ontem R$ 1,59 bilhão para recompor o orçamento do MEC. Mesmo assim, a pasta da Educação continuará com R$ 5,4 bilhões contingenciados. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, admitiu que a iniciativa foi uma medida política, mas sem deixar evidente que reflete as manifestações da semana passada.
Sobre as manifestações programadas para este domingo de apoio ao presidente Bolsonaro, o Estadão ressalta que os atos estão ampliando as divisões entre grupos de apoiadores do presidente nas redes sociais e entre parlamentares do PSL. De um lado, os favoráveis são os grupos mais radicais e ligados a Olavo de Carvalho, e do outro correligionários que não se identificam com o filósofo, como Luciano Bivar, presidente do PSL, além de Janaina Pascoal.
Noticiário Econômico
O Estadão destaca que o governo deverá receber na semana que vem cerca de R$ 3 bilhões da Caixa como devoluções de empréstimos feitos durante o período do governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo a publicação, outros bancos estatais devem seguir o mesmo caminho. As remessas ao Tesouro Nacional devem somar R$ 86 bilhões. Apenas este ano, devem entrar no caixa do governo cerca de R$ 30 bilhões.
O presidente Jair Bolsonaro pediu que a Receita Federal estude um projeto que permita reavaliar patrimônios declarados no Imposto de Renda. O chefe do órgão, Marcos Cintra, disse que a temática do projeto é a reavaliação de patrimônios que “normalmente são declarados com valores históricos” e que “poderiam eventualmente ser declarados para valores de mercado”. Segundo ele, a medida irá implicar em agilização de mercado, facilitação de negócios, e “alguma arrecadação extra em função dos que vierem a optar por um regime diferenciado”.
Ainda na economia, Bolsonaro afirmou ontem, sem dar maiores detalhes, que irá apresentar uma proposta com potencial de gerar mais recursos que a Reforma da Previdência em dez anos. Segundo o presidente, o governo quer levar adiante propostas que aumentem a arrecadação, sem alta de impostos.
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