Empresa de Warren Buffett perde mais de US$ 4 bilhões em um dia com derrocada de 27% da Kraft Heinz

A Kraft é a sexta maior participação da Berkshire, atrás da Apple, alguns bancos e da Coca-Cola

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O grande destaque – negativo – do mercado norte-americano nesta sexta-feira (22) foi a Kraft Heinz, que desabou cerca de 27% após apresentar um resultado impactado por muitos fatores não-recorrentes, gerando um prejuízo de US$ 12,6 bilhões no quarto trimestre, sem contar a divulgação de uma investigação feita pela SEC.

Dentre os acionistas da companhia está a Berkshire Hathaway do megainvestidor Warren Buffett, que possui cerca de 325 milhões de ações da gigante de alimentos. Com esta participação e queda, a holding perdeu mais de US$ 4 bilhões em apenas um dia.

A Kraft é a sexta maior participação da Berkshire, atrás da Apple, alguns bancos e da Coca-Cola. Vale destacar, porém, que Buffett tem uma estratégia de investimento em que ele busca empresas baratas para comprar e segurar por muito tempo essa participação.

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Embora mais simples e talvez menos empolgante do que outras táticas em Wall Street que tentam cronometrar o mercado com negócios de curto prazo, o método de Buffett serviu como espinha dorsal para muitos que procuravam retornos confiáveis e livres de drama durante um período mais longo.

Além do prejuízo, a companhia, que é controlada pela Berkshire e pelos brasileiros do 3G (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira), informou que foi autuada em US$ 25 milhões por não ter declarado custos com ingredientes e outras despesas no balanço. Com isso, a companhia iniciou em outubro uma investigação interna para apurar o caso.

“A companhia está no processo de implementar determinadas melhorias em seus controles internos para mitigar as chances disso acontecer no futuro e já tomou outras medidas corretivas. A companhia continua a cooperar com a SEC”, escreveu a Kraft Heinz em comunicado ao mercado.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.