Petrobras sobe com petróleo e falas de novo CEO; Vale cai 4% e Forjas Taurus segue euforia com Bolsonaro

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (3)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a euforia da véspera e se descolando do exterior em meio às primeiras sinalizações do governo de Jair Bolsonaro, a sessão foi na sua maior parte de cautela para os mercados, de olho na revisão para baixo das vendas pela Apple e preocupação com o ritmo de crescimento econômico na China. Contudo, na reta final, o Ibovespa acelerou os ganhos e renovou máxima histórica. 

Alguns movimentos de alta foram bastante significativos, como é o caso da Eletrobras (ELET3;ELET6), que continuou a forte alta da véspera de cerca de 20% em meio às primeiras sinalizações do novo ministro de Minas e Energia. A Sabesp (SBSP3) também seguiu em forte alta, acompanhando o movimento da véspera. Já a Vale (VALE3), que ontem não aproveitou a euforia do mercado e apenas fechou em leve alta, hoje teve forte queda seguindo as preocupações com a China, enquanto a Suzano cai forte com o dólar.

A Petrobras (PETR3;PETR4), por sua vez, passou a registrar alta mais forte com a recuperação do petróleo e em meio às falas do novo ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, e do novo presidente da estatal, Roberto Castello Branco. 

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 Confira os destaques:

Petrobras (PETR3; PETR4)

Após uma forte alta da véspera em meio a uma combinação de ânimo com o novo governo e alta do petróleo, as ações da Petrobras seguiram com ganhos, intensificados com a aceleração dos ganhos da commodity, que avança mais de 1%. Contudo, o petróleo no médio prazo segue pressionado pelas perspectivas de crescimento global mais pessimistas. 

Vale destacar também as sinalizações do novo governo sobre a condução da Petrobras. Durante cerimônia de posse do novo presidente da estatal, o ministro de Minas e Energia afirmou que não haverá interferência do governo em preços de combustíveis e que, caso isso ocorresse, não seria bom para as empresas nem para as pessoas. Albuquerque ressaltou que “cabe uma reflexão” em relação à atual política de preços. Outro tema sensível tratado foi a cessão onerosa: o ministro afirmou que nos próximos 100 dias haverá uma decisão sobre o assunto. 

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Já em sua primeira fala como presidente da estatal, Roberto Castello Branco afirmou que vai haver uma aceleração na produção de petróleo da companhia e que gostaria de ter outros players investindo em refinarias e competindo com a estatal. Além disso, apontou a diminuição do custo de capital, queda e alongamento da dívida como prioridades. 

Eletrobras (ELET3; ELET6)

As ações da Eletrobras seguiram a disparada de 20% da véspera em meio às sinalizações do novo ministro de Minas e Energia e a notícia de que Wilson Ferreira Jr. permanecerá à frente da estatal.

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O ministro almirante Bento Albuquerque Júnior, que assumiu o cargo nesta quarta, afirmou que dará prosseguimento ao processo de capitalização da Eletrobras. O processo, iniciado durante o governo do ex-presidente Michel Temer, previa a privatização da elétrica através da emissão de ações. Bento Albuquerque disse que dará continuidade ao processo de privatização e  que se terá um diálogo “objetivo, desarmado e pragmático” com a sociedade e o mercado sobre o uso da energia nuclear no país.

Após participar da cerimônia, o presidente da Eletrobras afirmou que recebeu o convite do ministro Bento Albuquerque para permanecer à frente da estatal. 

“Desde que assumiu o cargo de CEO na Eletrobras em julho de 2016, Ferreira fez muitas melhorias operacionais na empresa. O passo mais relevante, no entanto, seria a conclusão da capitalização da Eletrobras, que foi submetida ao Congresso no ano passado, mas não foi votada. Acreditamos que Ferreira está bem preparado para retomar o processo devido à sua sólida trajetória e de ter ajudado a construir o processo original”, ressalta o Itaú BBA. 

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Sabesp (SBSP3)

Henrique Meirelles, secretário da Fazenda do governo do Estado de São Paulo, afirmou ontem que está estudando a privatização da Sabesp ou então que planeja seguir com o seu plano de capitalização (potencialmente diminuindo a participação do estado na companhia. Com isso, os papéis da estatal paulista chegaram a subir mais de 8%. 

Na opinião do Bradesco BBI, a notícia é muito positiva para as companhia, ‘uma vez que deve trazer para discussão uma potencial privatização’. “Tal evento pode ser a melhor opção financeira para o estado, assim como uma boa oportunidade para contribuir com serviços que a companhia fornece à população”, escrevem os analistas.

Suzano (SUZB3)

A ação da Suzano despenca nesta sessão em um dia de expressiva queda do dólar, com a divisa comercial em baixa de cerca de 1,5%, a R$ 3,7521 na venda. Além disso, as ações ligadas ao cenário externo, o que é o caso da Suzano, são mais impactadas em meio ao dia negativo dos mercados mundiais. 

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Já no radar da companhia, a Suzano e a Fibria anunciaram na véspera um pequeno ajuste na relação de troca das ações no âmbito da fusão das companhias. A relação de troca das ações da holding detidas por acionistas da Fibria por ações da Suzano foi ajustada de 0,4611 para 0,4613 ação.

De acordo com o comunicado, o ajuste se deve à mudança no número total de ações da Fibria ex-tesouraria e desconsiderando as ações decorrentes de planos de opção.

Forjas Taurus (FJTA3;FJTA4)

Assim como Eletrobras e Sabesp, a fabricante de armas salta novamente de olho nas medidas do governo Bolsonaro. Assim, após as ações ordinárias saltarem 180% em 2018 e serem a maior alta do Ibovespa no ano, 2019 começou com forte alta para os ativos e o ganho acumulado em dois pregões para os ativos PN é de 90%, chegando a ter ganhos acumulados de 100% na máxima do dia.

O último ano foi marcado pela expectativa de que o presidente recém-empossado, Jair Bolsonaro, facilite o acesso a armas no País, o que levou a fortes ganhos dos papéis apesar da visão de que também pode haver a facilitação da entrada de fabricantes estrangeiros no Brasil, o que prejudicaria a companhia. 

No último sábado, Bolsonaro fez uma publicação no Twitter em que evidenciou os planos de garantir por decreto  a posse de armas para cidadão sem antecedentes criminais. “Por decreto pretendemos garantir a POSSE de arma de fogo para o cidadão sem antecedentes criminais, bem como tornar seu registo definitivo”, afirmou o presidente. 

Veja mais em: Luiz Barsi passa a deter fatia na Forjas Taurus de 10,33% das ações preferenciais

Vale (VALE3)

As ações da Vale caem forte apesar dos leves ganhos no minério nesta sessão, com o mercado apontando preocupações com o crescimento da China após os dados decepcionantes da véspera da indústria chinesa. 

Na quarta-feira, foi divulgado o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da China elaborado pela IHS Markit e pela Caixin, que recuou de 50,2 em novembro a 49,7 em dezembro. Analistas ouvidos pela Trading Economics previam 50,0, mas com o resultado a pesquisa passou a indicar contração da atividade, por estar abaixo da marca de 50.

BRF (BRFS3)

A BRF concluiu ontem a venda de 91,89% de sua unidade argentina QuickFood para a Marfrig pelo valor de US$ 60 milhões. Segundo a companhia, a medida faz parte do plano de acelerar sua desalavancagem financeira.

Em comunicado, a BRF informou que a conclusão da alienação do imóvel e dos equipamentos da unidade de Várzea Grande, também envolvidos na transação por R$ 100 milhões, ainda aguarda verificação de condições precedentes.

CVC (CVCB3)

A CVC Brasil aprovou o mandato de dois anos para o novo presidente, Luiz Fernando Fogaça, podendo ser reeleito. Também ontem foi registrado o pedido de renúncia do atual presidente Luiz Eduardo Falco Pires.

Lopes (LPSB3)

O Bradesco BBI rebaixou os papéis da consultoria de imóveis Lopes de ‘outperform’ para ‘neutro’, com preço-alvo elevado de R$ 5 para R$ 7, o que implica em um potencial de alta de 11% em relação ao último fechamento.

“Apesar de acreditarmos que Lopes permanece bem posicionada para capturar a retomada econômica no segmento de alta e média renda, isso já está refletido em seu preço atual”, escreve o analista Luiz Mauricio Garcia, que assina o relatório.

Cemig (CMIG4)

A Cemig teve a recomendação do seu ADR rebaixado pelo Goldman Sachs, de ‘neutro’ para ‘venda’. O preço-alvo foi elevado de US$ 2,20 para US$ 3, o que implica em um downside de 19% em relação ao fechamento do último pregão.

Unidas (LCAM3)

A Unidas, ex-Locamerica, teve a compra da NTC aprovada ontem pelo Cade sem restrições, segundo despacho publicado no Diário Oficial.

Renova Energia (RNEW11)

O conselho de administração da companhia não aprovou a oferta apresentada pela AES Tietê para aquisição do Complexo Eólico Alto Sertão III e de aproximadamente 1,1 GW em projetos eólicos em desenvolvimento.

Segundo fato relevante, a Renova ainda poderá reavaliar a oferta, assim como outras alternativas, visando continuidade operacional da empresa.

IRB Brasil (IRBR3)

O conselho da companhia aprovou em 28 de dezembro a alteração da estrutura organizacional do IRB Brasil RE através da designação da função de vice-presidente executivo e nomeação para o cargo de Fernando Passos. Passos ficará até 29 de junho e acumulará o cargo com os de vice-presidente financeiro e de relações com investidores,

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.