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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a renovar sua máxima histórica nesta quinta-feira (24), superando os 97 mil pontos com os investidores ainda repercutindo com otimismo as diretrizes informadas pelo governo Bolsonaro para a reforma da Previdência.
A bolsa bateu novo recorde apesar da queda das bolsas americanas. A declaração do secretário de comércio dos EUA, Wilbur Ross, de que um acordo com a China ainda está “a milhas de distância”, segurou os ganhos em Wall Street.
O Ibovespa fechou com alta de 1,16%, aos 97.677 pontos, renovando sua máxima histórica e chegando à quinta semana seguida de ganhos, subindo desta vez 1,64%. O volume financeiro neste pregão ficou em R$ 15,120 bilhões.
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Enquanto isso, o contrato de dólar futuro com vencimento em fevereiro de 2019 subiu 0,15%, a R$ 3,773, ao passo que o dólar comercial avançou 0,23%, cotado a R$ 3,7719, mantendo sua tendência de não acompanhar a euforia do mercado (entenda clicando aqui).
Sobre o movimento dos DIs, os contratos com vencimento em janeiro de 2021 subiram 2 pontos-base, para 7,22%, enquanto os juros futuros para janeiro de 2023 subiram 9 pontos, a 8,32%. O movimento nos juros futuros é de acomodação após renovação de níveis sobrevendidos em diversos vencimentos.
Ontem, Bolsonaro prometeu reformar a Previdência, adotando a idade mínima, e afirmou que a mudança será substancial. Ele disse ainda que a situação dos estados aponta para a aprovação da reforma, que interessa aos governadores. Por outro lado, perguntado sobre a participação dos militares, o presidente afirmou o sistema de aposentadoria das Forças Armadas entraria apenas “numa segunda parte da reforma”.
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Hoje, a equipe econômica do governo brasileiro participa de novas reuniões no último dia do Fórum Econômico de Davos e o presidente segue tendo que lidar com a pressão das investigações envolvendo seu filho Flávio Bolsonaro. Vale lembrar que a bolsa estará fechada na sexta-feira (25) devido ao aniversário de São Paulo.
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Destaques de ações
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
VVAR3 | VIAVAREJO ON | 5,49 | +6,40 | +25,06 | 167,13M |
CCRO3 | CCR SA ON | 14,28 | +5,54 | +27,50 | 231,93M |
KROT3 | KROTON ON | 11,44 | +5,54 | +28,97 | 345,98M |
ECOR3 | ECORODOVIAS ON | 11,17 | +5,28 | +19,08 | 69,39M |
CIEL3 | CIELO ON | 10,68 | +4,60 | +20,14 | 236,86M |
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
LOGG3 | LOG COM PROPON | 18,80 | -2,08 | +4,33 | 9,69M |
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | 167,48 | -1,25 | -7,20 | 189,25M |
FLRY3 | FLEURY ON | 22,00 | -0,95 | +11,93 | 28,61M |
BBAS3 | BRASIL ON | 48,95 | -0,51 | +5,29 | 486,56M |
TIMP3 | TIM PART S/AON | 12,55 | -0,48 | +7,29 | 61,48M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 25,54 | +0,43 | 1,01B | 1,63B | 41.591 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 37,49 | -0,13 | 797,12M | 746,55M | 43.518 |
VALE3 | VALE ON | 56,15 | +0,90 | 790,44M | 1,01B | 24.757 |
B3SA3 | B3 ON | 31,65 | +1,57 | 751,39M | 353,36M | 28.575 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 43,15 | +1,01 | 690,47M | 566,31M | 27.999 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 13,20 | +1,62 | 509,50M | 347,49M | 40.515 |
BBAS3 | BRASIL ON | 48,95 | -0,51 | 486,56M | 499,59M | 28.294 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 17,16 | -0,12 | 414,77M | 401,04M | 36.843 |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 47,95 | +4,60 | 346,23M | n/d | 22.795 |
KROT3 | KROTON ON | 11,44 | +5,54 | 345,98M | 127,61M | 53.762 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
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Bolsas mundiais
Os índices das bolsas nos Estados Unidos operavam em queda com a informação de que o acordo com a China ainda está longe de ser fechado e à espera da divulgação de diversos balanços relativos ao quarto trimestre de 2018.
Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou a China que tarifas sobre produtos do país asiático podem ser elevadas caso um acordo comercial entre os dois países não seja alcançado. Apesar da ameaça, o republicano afirmou que as conversas entre autoridades americanas e chinesas estão “indo muito bem” e ressaltou que Pequim deseja fazer um acordo com Washington.
Os impactos negativos da paralisação parcial do governo norte-americano, que chega ao seu 34º dia, nas bolsas por lá são parcialmente neutralizados pelos dados positivos de balanços do quarto trimestre. O Senado dos EUA dá um passo em direção a uma solução para o shutdown com a votação de uma proposta democrata para financiar o governo por três semanas. A votação está prevista para hoje e não inclui os US$ 5,7 bilhões exigidos por Trump para a construção de um muro na fronteira com o México.
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Os índices europeus operam em leve alta a despeito dos ruídos sobre o embate entre China e Estados Unidos. Quanto ao Brexit, o ministro das Finanças do Reino Unido fará um discurso no Fórum Econômico de Davos e pedirá que os investidores continuem fazendo aportes no país mesmo depois da saída da União Europeia, marcada para 29 de março.
As bolsas asiáticas encerraram mistas a despeito das incertezas sobre o crescimento global e a guerra comercial entre China e Estados Unidos.
No mercado de commodities, o preço do minério de ferro sobe mais de 1%. O petróleo opera perto da estabilidade com a pressão da desaceleração econômica global.
Davos e Reforma da Previdência
O presidente Jair Bolsonaro e sua equipe econômica participam do último dia do Fórum Econômico de Davos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em entrevista à Reuters que a proposta de reforma da Previdência que está sendo estruturada pelo governo pode render uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 1,3 trilhão em 10 anos, podendo chegar a dois terços a mais do que o esforço do governo anterior, que falhou.
“Isso terá um poderoso efeito fiscal e vai resolver por 15, 20, 30 anos”, disse ele, que acrescentou mais tarde: “É isso ou seguimos (o caminho da) Grécia”. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que a definição da proposta da reforma da Previdência deve ocorrer nas próximas semanas.
Ainda sobre a reforma da Previdência, Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, sinalizaram que as regras para os militares podem ser alvo de mudanças apenas numa segunda etapa, após a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que deve alterar os critérios de aposentadoria pelo INSS e para os servidores públicos.
A estratégia que será defendida pela equipe econômica, porém, é que o projeto de lei dos militares seja encaminhado logo no início do ano legislativo, com o novo texto da reforma, para reforçar a tese de que todos precisarão dar sua contribuição para o equilíbrio da Previdência e das contas do País.
Noticiário político
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quarta-feira (23), que o governo quer reduzir o Imposto de Renda pago pelas empresas do país de 34%, em média, para 15%. Para compensar o corte, Guedes estuda aumentar os tributos sobre renda e aplicações financeiras que hoje são isentas ou pagam pouco imposto.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, no Fórum Econômico Mundial, ele explicou que a motivação dessa reorganização tributária é atrair investidores estrangeiros. Declarações do ministro fizeram o dólar cair 1,13%, a R$ 3,76, e a bolsa bater o 10º recorde no ano.
A proposta de Guedes, no entanto, deve enfrentar resistência no Congresso, principalmente por parte de consultores, economistas, advogados e contadores que podem perder com a mudança. Micro e pequenas empresas do Simples também podem ser prejudicadas, se as alíquotas não acompanharem a redução.
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Sobre as investigações envolvendo Flávio Bolsonaro, a pressão dos militares sobre o presidente para deixar que seu filho responda sozinho é cada vez maior e há até a sugestão de que ele não assuma seu cargo de senador até que as suspeitas sejam esclarecidas.
Bolsonaro chegou a dizer que seu filho deveria responder legalmente caso as investigações apontassem alguma responsabilidade, mas afirmou que o caso está sendo usado para pressionar o presidente.
“A pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir. Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da lei. Agora, que se cumpra a lei, não façam de maneira diferente para conosco. Não é justo atingir um garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir”, disse Bolsonaro em entrevista à Record em Davos.