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SÃO PAULO – Após ficar boa parte do pregão em clima de leves ganhos, o Ibovespa passou a cair forte nesta terça-feira (4) diante da derrocada do exterior. O movimento foi puxado por dois fatores: incertezas sobre o acordo entre EUA e China que haviam animado Wall Street na véspera e também uma mudança no mercado de Treasuries indicando que o mercado espera uma recessão na maior economia do mundo.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,33%, aos 88.624 pontos, enquanto o dólar comercial teve alta de 0,44%, cotado a R$ 3,8592 na venda. Já em Wall Street, o Dow Jones registrava baixa de 2,56%, o S&P 500 tinha queda de 2,63%, enquanto a Nasdaq mostrava perdas ainda mais expressiva, cerca de 3%.
O primeiro fator que pesou no mercado hoje veio de novas dúvidas sobre o acordo feito entre EUA e China. Um dos sinais de incerteza foi dado pelo próprio presidente norte-americano, Donald Trump, em uma série de tuítes nesta terça.
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Trump afirmou que, se um acordo comercial com a China for possível, ele será feito, mas que se ambos os lados não resolverem as disputas, ele recorrerá a tarifas. “Se for, faremos ele”, disse Trump no Twitter. “Mas se não for, lembre-se, eu sou um homem tarifa”.
O segundo fator ganhou força durante a tarde, com o movimento dos títulos do Tesouro norte-americano. Os Treasuries de dez anos caíram para 2,946%, reduzindo o spread contra a taxa de dois anos para sua menor diferença desde 2007. Analistas avaliam que este tipo de movimento indica que o mercado está vendo como cada vez mais próxima uma recessão nos EUA.
Esta avaliação é reforçada também pelo rendimento dos títulos de três anos do Tesouro norte-americano, que superou o das taxas de cinco anos. Esta inversão da curva de juros, ou seja, a rentabilidade de curto prazo está acima das taxas de longo prazo, também reforça o sinal de recessão.
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Destaques da Bolsa
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 39,65 | -4,69 | +113,17 | 306,04M |
CCRO3 | CCR SA ON | 12,30 | -4,65 | -19,65 | 179,07M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 9,38 | -4,19 | +3,53 | 168,14M |
GOLL4 | GOL PN N2 | 20,46 | -4,17 | +40,14 | 79,18M |
JBSS3 | JBS ON | 11,48 | -4,01 | +17,65 | 111,80M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | 164,80 | +1,65 | +106,00 | 275,32M |
TAEE11 | TAESA UNT N2 | 22,72 | +0,89 | +19,37 | 43,52M |
RADL3 | RAIADROGASILON | 64,00 | +0,85 | -29,83 | 134,70M |
EGIE3 | ENGIE BRASILON | 43,50 | +0,46 | +31,72 | 56,92M |
WEGE3 | WEG ON | 18,04 | +0,45 | -1,29 | 66,40M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
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Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN N2 | 25,34 | -2,31 | 1,72B | 2,16B | 54.446 |
VALE3 | VALE ON | 52,88 | -2,27 | 1,44B | 1,17B | 56.643 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 35,51 | -0,11 | 830,71M | 554,04M | 42.838 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 37,68 | -0,27 | 691,32M | 576,39M | 28.752 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 16,65 | -0,54 | 559,95M | 304,82M | 26.939 |
BBAS3 | BRASIL ON | 43,66 | -1,00 | 486,84M | 549,76M | 24.032 |
PETR3 | PETROBRAS ON N2 | 28,42 | -1,76 | 395,51M | 338,90M | 19.189 |
B3SA3 | B3 ON | 27,90 | -0,89 | 344,55M | 239,56M | 28.345 |
ITSA4 | ITAUSA PN ED | 12,05 | -1,47 | 324,16M | 234,01M | 33.093 |
SUZB3 | SUZANO PAPELON | 39,65 | -4,69 | 306,04M | n/d | 21.217 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Noticiário político
O economista Roberto Campos Neto, indicado à presidência do Banco Central pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, se encontrou nesta manhã com o atual diretor de regulação da autoridade monetária, Otavio Damaso, para discutir sua sabatina no Senado.
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Bolsonaro também desembarcou hoje em Brasília, onde fica até quinta-feira (6). Ele terá reuniões com representantes do MDB, PRB, PR e PSDB. É a primeira vez que Bolsonaro conversa com bancadas de partidos e não com bancadas temáticas, de segmentos específicos, como houve com os evangélicos e os empresários do agronegócio.
A viagem ocorre no momento em que são aguardados os anúncios dos nomes para dos nomes dos titulares para os ministérios do Meio Ambiente e o de Cidadania (que deve ser criado para reunir direitos humanos, mulheres e minorias).
No Senado as atenções seguem para a cessão onerosa, que poderá render R$ 60 bilhões ao governo. A votação chegou a um impasse na semana passada diante das dificuldades técnicas para viabilizar parte dos recursos arrecadados aos Estados e municípios. Havia uma expectativa de votação para hoje, mas o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) afirmou que ela não irá ocorrer.
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A matéria esteve na pauta do Senado na última semana, mas não foi apreciada por falta de consenso em torno da partilha de royalties da cessão onerosa do pré-sal com estados e municípios. Na quarta-feira (28), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que não colocaria a matéria em votação porque não houve entendimento entre os membros da equipe econômica do governo atual e o do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Enquanto isso, Flávio Bolsonaro, em entrevista à Globo News, defendeu aprovação da reforma da previdência em 2019, mas disse que não será o primeiro ato do governo e que algumas medidas podem ser tomadas antes para garantir a força do governo no momento inicial. Haverá uma nova proposta com emenda à Constituição, mas também com projetos de lei.
O filho do presidente eleito defendeu ainda que haja regras diferenciadas para alguns segmentos. No campo da política, disse que Bolsonaro não fará interferências na eleição das Casas, mas mostrou rejeição à eleição de Renan Calheiros, no Senado, e Rodrigo Maia, na Câmara. Para o time da XP Research, esse ponto é um “complicador para a articulação em momento que Onyx e Bolsonaro se encontram com bancadas e líderes partidários”.
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Além disso, o julgamento de mais um pedido de liberdade feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no STF (Supremo Tribunal Federal), também chamou atenção, mas após o relator Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia votarem contra a liberdade, a sessão foi suspensa após um pedido de vista de Gilmar Mendes.