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SÃO PAULO – O mercado doméstico deve reagir mais uma vez a pesquisas eleitorais de olho nos números divulgados na noite de sexta-feira (14) pelo Datafolha e na manhã desta segunda-feira pela FSB/BTG Pactual. Ambas apontam rápido crescimento de Fernando Haddad (PT), que pode assumir vice-liderança isolada se mantiver a tendência de alta, podendo fazer 2º turno contra Bolsonaro.
Às 9h07 (horário de Brasília), o contrato futuro do benchmark da bolsa com vencimento em outubro tinha queda de 0,36%, a 75.525 pontos. Vale lembrar que a B3 tem vencimento de opções sobre ações. O dólar futuro tinha alta de 0,13%, cotado a R$ 4186, e o dólar comercial avançava 0,31%, para R$ 4,18 na venda.
Faltando pouco mais de 20 dias para o primeiro turno, no dia 7 de outubro, e com a consolidação de Jair Bolsonaro (PSL) na liderança, a principal expectativa é com quem ficará a segunda vaga para disputar o Planalto. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (14), o candidato Jair Bolsonaro (PSL) manteve a liderança nas intenções de voto, passando de 24% para 26%.
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Na sequência, a disputa segue embolada, agora com três candidatos: Ciro Gomes (PDT), que manteve 13%; Fernando Haddad (PT), que oscilou de 9% para 13%; e Geraldo Alckmin (PSDB), que variou de 10% para 9%. Enquanto isso, Marina Silva (Rede) segue sua trajetória de queda, passando de 11% para 8%. O levantamento foi realizado entre os dias 13 e 14 de setembro e contou com 2.820 entrevistas.
Em levantamento mais recente, feito pelo FSB/BTG Pactual entre os dias 15 e 16 de setembro com 2000 eleitores, na intenção de votos estimulada – em que há o cenário apenas com Fernando Haddad como substituto de Lula, Jair Bolsonaro passou de 30% de intenção de voto no levantamento anterior para 33%. Enquanto isso, Haddad ultrapassou Ciro Gomes numericamente com um salto de 8% para 16%, mas empatado ainda tecnicamente com o candidato do PDT, que foi de 12% para 14% em uma semana.
Na agenda de pesquisas, nesta segunda-feira (17) está programada a divulgação da sondagem da MDA às 11h.
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Além das eleições, continua no radar a guerra comercial entre EUA e China. O presidente Donald Trump pode anunciar tarifas de 10% sobre US$ 200 bilhões de produtos importados, abaixo dos 25% mencionados anteriormente. As tarifas seriam implementadas logo antes das eleições legislativas dos Estados Unidos, e notícias mencionam que Trump busca aumentar a pressão para demonstrar antes de começar as negociações. Isso poderia dificultar as negociações com a China no curto prazo, com autoridades do país já se manifestando contra retomar as conversas.
- Nas negociações com o Canadá, as conversas estão caminhando para um estágio importante nesta semana, após o resultado inconclusivo da semana passada. Trump continua a ameaçar a exclusão do Canadá do acordo, apesar de ser um dos maiores mercados de exportação dos Estados Unidos. No entanto, o Congresso está pressionando para que o Canadá seja mantido no Nafta após os EUA e México conseguirem anunciar um acordo recentemente.
- No âmbito econômico brasileiro, o IBC-Br, proxy mensal do PIB, avançou 0,57% na passagem de junho para julho, ajustada a sazonalidade, conforme divulgado nesta pelo Banco Central. O resultado veio acima do esperado pelo mercado. Na comparação anual, houve avanço de 2,56%, superior ao esperado (1,90%). “Esse resultado surpreendeu, mas outros indicadores de atividade divulgados anteriormente indicam um crescimento do PIB de 0,3% no terceiro trimestre”, afirmam os analistas do Bradesco BBI.
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Bolsas mundiais
A maior parte das bolsas asiáticas encerrou em queda pressionada pelo aumento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos. Apesar da sinalização de tentativas do governo norte-americano de retomar as negociações com a China, a Bloomberg informou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instruiu seus assessores a prosseguir com as tarifas adicionais de cerca de US$ 200 bilhões em produtos chineses.
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A guerra comercial também pressiona as bolsas europeias, que operam em queda, mesma razão que mantém os índices futuros de Wall Street perto da estabilidade. O petróleo sobe e opera acima de US$ 69 com baixa da oferta em países-chave da Opep e os preços dos metais recuam em Londres.
3. Agenda econômica da semana
Na quarta-feira (19), o Copom (Comitê de Política Monetária) divulga a nova taxa básica de juros, que segundo o mercado, deve se manter em 6,5% ao ano. A GO Associados explica que a inflação corrente foi afetada pontualmente pela greve dos caminhoneiros em maio, mas com reversão rápida, enquanto a atividade econômica segue fraca e a recuperação pós-greve deve ser ainda lenta.
Outro indicador que será divulgado no Brasil é o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), na sexta-feira (21), considerado uma prévia da taxa oficial de inflação do País. Para a GO Associados, o índice deve ficar em 0,87%, que se for confirmado será uma pequena alta em relação a agosto, devido ao ambiente externo conturbado e à incerteza política interna.
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Nos Estados Unidos, o noticiário econômico será pouco movimentado. Na quarta-feira (19), serão publicados os dados das novas licenças de construção de novas casas e do setor externo no segundo trimestre. No dia seguinte sai o Índice de Atividade Industrial do Fed da Filadélfia.
A semana ainda traz os sondagens PMI industrial e de serviços a serem publicados na sexta-feira (21). Apesar da ausência de dados de grande importância, a força da conjuntura econômica nos EUA levou o mercado a continuar a reforçar a probabilidade de ocorrência do cenário “hawkish”, com quatro altas na taxa de juro em 2018.
Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.
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4. Noticiário político
Atenção para o noticiário do fim de semana. Paulo Guedes, coordenador econômico de Jair Bolsonaro e futuro ministro da Fazenda em um governo do candidato do PSL, não vai ser uma garantia de um governo liberal e não tem a experiência necessária para comandar a economia do Brasil. É o que afirma Persio Arida, que comanda as propostas econômicas de Geraldo Alckmin (PSDB) em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo. Segundo ele, a fala de Bolsonaro sobre ser um liberal é uma farsa e é muito parecido com o que já ocorreu com líderes de esquerda na América Latina, como na Venezuela.
Em sua primeira aparição em vídeo ao vivo desde sua última cirurgia, Jair Bolsonaro (PSL) atacou a última pesquisa do Datafolha — em que ele perde para Ciro Gomes (PDT) e fica em empate técnico no segundo turno em todos os cenários — e disse que a “possibilidade de fraude no segundo turno é concreta”.
5. Noticiário corporativo
A Brasil Pharma considera venda da Farmais em plano de recuperação. A Usina Boa Vista, da São Martinho, suspendeu operação após incêndio e a Alpargatas acertou a venda 22,5% da Topper por R$ 100 milhões. A
Gerdau anunciou joint venture JV com a Votorantim e a Tigre para programa fidelidade. A Oi teve geração de caixa em julho negativa em R$ 164 milhões.
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