BRF elevada pelo Barclays e mais recomendações; Braskem pode valer R$ 55 bi e outros destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (10)

Lara Rizério

Planta da BRF (Divulgação)

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SÃO PAULO – Além de repercutir o dia positivo na véspera para os principais ADRs (American Depositary Receipts) brasileiros, em dia de feriado na B3, as ações devem repercutir o noticiário corporativo movimentado, com diversas recomendações de ações no radar

BRF (BRFS3)

A BRF teve sua recomendação elevada de neutra para overweight pelo Barclays, que destacou que as medidas anunciadas recentemente pelo novo presidente da companhia, Pedro Parente, podem sinalizar o fim do mau desempenho das ações. Segundo os analistas, Parente tem experiência em recuperar empresas com desempenho insatisfatório e agiu rapidamente para estabilizar as operações.

“As alterações introduzidas podem não produzir resultados no curto prazo, e os ventos contrários recentes (greves dos caminhoneiros, tensões comerciais, tarifas adversas) afetarão os resultados do segundo e terceiro trimestres. No entanto, perspectivas de médio a longo prazo melhoraram
significativamente”, avaliam.

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Embraer (EMBR3)

Já a Embraer teve o preço-alvo do seu ADR elevado de US$ 35 para US$ 37 pelo Bank of America, que reiterou a recomendação de compra. Para os analistas, os investidores estão entendendo mal os benefícios de longo prazo para a Embraer no acordo anunciado na semana passada com a Boeing. 

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Já o TCU adiou votação sobre relatório que autoriza União a se desfazer da golden share, ação de classe especial que dá poder de veto em decisões específicas, diz o Globo. A postergação foi feita a pedido do Comando da Aeronáutica, que teme perder parceria da companhia para realizar projetos militares com acordo entre empresa e Boeing.

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Cesp (CESP6)

Ficou marcado para outubro o leilão da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), no dia 2, segundo informa o Valor. O governo do estado de São Paulo definiu o preço das ações em R$ 14,30, com a estatal passando a valer um total de aproximadamente R$ 4,7 bilhões. Também em destaque, está  a extensão do contrato de concessão para a usina hidrelétrica de Porto Primavera até 2048 mediante o pagamento de uma outorga de no mínimo R$ 1 bilhão além do preço por ação e a transferência de potenciais ganhos que o Estado de São Paulo teria com indenizações pleiteadas à União para a companhia, que totalizam R$ 10 bilhões.

“Acreditamos que as condições mais atrativas do leilão devam aumentar o número de interessados na CESP, aumentando a probabilidade de que a privatização ocorra. Focando especificamente na extensão da concessão de Porto Primavera, notamos que a mesma necessita de aval do TCU, e o tribunal já pautou para quarta-feira (11) discussão sobre o tema”, avalia a XP Investimentos.

Enquanto isso, a companhia foi rebaixada para “venda” pelo Citi, com preço-alvo de R$ 14,30, que implica em um potencial de baixa de 14% para as ações no preço atual.

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Braskem (BRKM5)

No radar da Braskem, o acordo para venda da participação da Odebrecht nas ações da empresa para a LyondellBasell deve ser assinado em outubro, segundo apurou o Valor Econômico. Até lá, espera-se que a Petrobras (PETR4) já tenha decidido oficialmente se irá ou não vender também suas ações da petroquímica, e o negócio será analisado por órgãos antitruste. 

Conforme informa o jornal, na avaliação de analistas que acompanham a indústria petroquímica, a Braskem sozinha tem valor justo na casa de R$ 60 por ação. A esse preço devem ser acrescidos o prêmio de controle – que será pago a todos os acionistas que aderirem à oferta, inclusive a Petrobras – e as sinergias. Ao somar a esse valor um prêmio de 20% a 25%, considerado razoável frente ao histórico de transações no setor, chega-se a um preço potencial de mais de R$ 70 por ação. Com isso, a empresa seria avaliada em R$ 55 bilhões, sendo mais de R$ 21 bilhões pela parte da Odebrecht.

Petrobras (PETR4)

Ainda sobre a Petrobras, a estatal está próxima de venda da fatia de 50% que detém na PetroÁfrica, diz o Valor, citando uma fonte. A operação poderá render US$ 1,3 bilhão à estatal e faz parte do programa de desinvestimento da empresa.

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Eletrobras (ELET6)

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu liminar suspendendo edital do BNDES que procurava contratar empresas para avaliar a companhia e a
modelagem de privatização da holding, atendendo a ação popular
movida por PC do B, Federação Nacional dos Urbanitários e Sindicato dos Trabalhadores dos Urbanitários e Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil, diz Valor.

Segundo a decisão, a inclusão da empresa no Plano Nacional de Desestatização perdeu eficácia pelo decurso de prazo sem aprovação no Congresso.

Oi (OIBR4)

De acordo com o jornal O Globo, dois anos depois de entrar em recuperação judicial, a Oi passará a ter fundos de investimento entre os principais acionistas. GoldenTree, York, Solus, Canyon e Brookfield serão, nessa ordem, os maiores acionistas da companhia.

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Segundo fontes do mercado ouvidas pelo jornal, com uma carteira de investimentos global em torno de US$ 361 bilhões, estes fundos terão cerca de 30% do capital da maior concessionária de telefonia da América Latina. Já os portugueses da Pharol (antiga Portugal Telecom), que têm 22%, ficarão com 7,4% das ações, patamar semelhante ao de cada um dos novos sócios.

Cemig (CMIG4)

A Cemig concedeu mais prazo em alienação de ativos de telecomunicações até o dia 8 de agosto. O leilão tinha sido previamente marcado para 25 de julho. 

O motivo da mudança de data é dar aos participantes do leilão maior prazo para avaliar informações dos ativos e garantir a elaboração de propostas econômicas mais adequadas. “Haja visto que não há nenhuma outra mudança além da data, vemos a notícia como neutra para as ações da Cemig, que fazem parte da nossa carteira recomendada e nas quais temos recomendação de Compra (preço-alvo de R$ 10)”, destaca a XP Investimentos.

Usiminas (USIM5)

O Valor Econômico ressalta que a Usiminas considera retomar um alto-forno e um lingotamento contínuo da aciaria de Cubatão (SP), desligadas desde o início de 2016. Tal medida levaria por volta de dois anos para ser concretizada e custaria R$ 1 bilhão. 

Vulcabrás (VULC3)

A Vulcabras Azaleia, donas das marcas Olympikus e Azaleia, comprou a operação da marca esportiva americana Under Armour no Brasil. O negócio foi aprovado em reunião do Conselho de Administração da companhia brasileira nesta sexta. O acordo será submetido ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e depende da aprovação do órgão para que seja efetivado.

A parceria, destacou a companhia em nota, vai “ampliar as condições de negócios a partir da sinergia entre as expertises de cada uma”.

Hermes Pardini (PARD3)
O  Hermes Pardini comprou 55% do capital do Psychemedics Brasil por R$ 45 milhões, em negócio que ainda precisará de aprovação do Cade. O pagamento se dará em 2 anos, 50% agora, com opção de compra do 45% restantes em 24 meses. A Psychemedics atua no segmento de exames toxicológicos, como o teste para detectar o uso de drogas em motoristas. O atual presidente da Psychemedics comandará a Pardini Toxicológico, nova empresa a ser criada pelo grupo Pardini. Essa é a segunda aquisição do grupo Pardini em pouco mais de um mês, após a DLE, especializada no teste do pezinho e doenças raras.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.