JBS vira “nova vítima” de guerra comercial e desaba 5,5%; Santander sobe com recomendação e Via Varejo salta 6%

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (30)

Lara Rizério

Petrobras (PETR3;PETR4)

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Após abrir em alta, a sessão foi mista para as ações da Petrobras, apesar de ser um dia de ganhos para o petróleo. O petróleo fechou a sessão em alta em meio a sinais de diminuição global na oferta, ao mesmo tempo em que o verão no Hemisfério Norte aumenta a demanda nos Estados Unidos. Investidores também estão atentos ao dado de estoques de petróleo nos EUA, divulgado na quarta-feira pelo Departamento do Comércio (DoE, na sigla em inglês).

No radar da companhia, a Petrobras comentou a decisão do presidente em exercício do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, de conceder liminar favorável no processo sobre a revisão do critério de cálculo do complemento da Remuneração Mínima por Nível e Regime de Trabalho (RMNR). No fim de junho, o TST condenou a Petrobras a pagar R$ 17 bilhões aos trabalhadores, impondo uma derrota para a estatal. 

A liminar paralisa a tramitação em âmbito nacional de todos os processos sobre RMNR e suspende os efeitos da decisão desfavorável proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) no dia 21 de junho de 2018. Assim, evita qualquer impacto econômico e financeiro nos resultados da companhia até decisão definitiva do STF, disse a empresa no comunicado.

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“A Petrobras entende que a matéria ainda está em debate e que a decisão do TST poderia gerar uma grave distorção na política de remuneração dos seus empregados, enfraquecendo a política remuneratória baseada em meritocracia e desestruturando a Política de Recursos Humanos da empresa. A companhia reafirma que a RMNR aperfeiçoa o conceito de isonomia ao respeitar as diferenças remuneratórias de cada regime e as condições especiais de trabalho”, afirma a companhia.

Já o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), principal entidade sindical representante dos empregados da Petrobras, Simão Zanardi, chamou de “intempestiva” a decisão do presidente em exercício do Supremo.

“O acórdão do TST nem chegou a ser publicado e o STF já se posicionou. Acho estranho que isso tenha acontecido justamente no dia em que a ministra Cármem Lúcia se ausentou do cargo de presidente do STF”, afirmou Zanardi.

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Em sua decisão favorável à Petrobras, Toffoli argumentou que “são notórios os efeitos econômicos que a implementação dessa decisão (condenação do TST) poderá acarretar aos cofres” da Petrobras. Afirmou ainda que, embora o acórdão ainda não tenha sido publicado, a empresa é previamente prejudicada pela condenação.

Leia mais: 

Toffoli suspende efeitos de ação trabalhista de R$ 17 bilhões contra Petrobras

Vale (VALE3)

As ações da Vale registraram alta, contrariando o movimento de outras praças pelo mundo. Em meio à contínua apreensão sobre ritmo da atividade na China, o cobre lidera baixa de metais industriais e as ações de mineradoras tiveram queda na Europa. 

Via Varejo (VVAR11)

A Via Varejo é destaque de alta na bolsa após a coluna Radar Online, da Veja, apontar que as chances de venda da Via Varejo para o Magazine Luiza
aumentaram após a migração da companhia para o Novo Mercado; compradores potenciais também incluem Amazon e Tencent, segundo Radar Online da Veja
Procuradas pela Bloomberg, Via Varejo, Amazon e Tencent não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. 

Além disso, em relatório para clientes, o Bradesco BBI também apontou que a unit da empresa está barata frente aos seus pares. “Nos últimos três meses, a estimativa de consenso de lucro por ação (para 2018) para a Via Varejo mudou marginalmente, enquanto a média dos varejistas do Brasil caiu em 6%. Em contraste, o preço dos ativos da VVAR11 caiu 33%, contra 10% do setor”, destaca a equipe de análise. 

Após a divulgação dos resultados na semana passada do segundo trimestre de 2016, as revisões para baixo das estimativas foram limitadas. “Assim, o preço da ação foi claramente desconectado das expectativas, do lado da venda, pelo menos, fazendo com que os ações tenham múltiplos de 15 vezes o preço sobre o lucro de 15 vezes, ante 20 vezes o setor”, reforçam os analistas, que mantêm recomendação de compra para os papéis. 

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JBS (JBSS3)

A JBS liderou as perdas do Ibovespa nesta segunda como primeiro reflexo da guerra comercial gerada pelo presidente norte-americano Donald Trump, após uma de suas maiores concorrentes, a Tyson Foods, cortar suas previsão de lucro por conta da nova política do governo dos Estados Unidos.

Vale destacar que a companhia tem a maior parte de suas receitas vindas das operações nos EUA, incluindo a produtora de frango, a Pilgrim’s Pride. No exterior, a Tyson chegou a desabar 8,2%.

A avaliação do mercado é que a JBS também pode estar sendo impactada pela queda de preços diante da guerra comercial de Trump. A companhia brasileira divulga seu balanço no dia 14 de agosto.

Recentemente, tanto China quanto México impuseram tarifas de importação sobre a carne suína americana, uma forma de retaliação aos impostos norte-americanos sobre embarques de metais. As medidas provocaram queda dos preços do suíno, reduzindo a lucratividade dos negócios. A Tyson ainda disse em comunicado que está sofrendo com a maior volatilidade do mercado de commodities e a demanda doméstica “lenta” por frango.

Leia mais:

– JBS desaba com primeiros impactos da guerra comercial de Donald Trump

Marfrig (MRFG3)

De acordo com o jornal Valor Econômico, a Tyson Foods, maior empresa de carnes dos Estados Unidos, fechou exclusividade com a Marfrig na negociação para adquirir a Keystone e a operação pode ser concluída nos próximos dias, conforme fontes. A Marfrig anunciou a venda da Keystone em abril e espera obter cerca de US$3 bilhões com o negócio.

Segundo a notícia, a negociação com a Tyson Foods incluirá os ativos nos Estados Unidos e na Ásia. A Keystone é a maior fornecedora global do McDonald’s.

Klabin (KLBN11)

A Klabin viu seu prejuízo líquido aumentar em 153% na base de comparação anual, passando de R$ 378 milhões no segundo trimestre de 2017 para R$ 955 milhões no mesmo período desse ano. Já a receita líquida subiu 13%, passando de R$ 1,984 bilhão para R$ 2,235 bilhões. 

A margem Ebitda da Klabin atingiu 40% entre abril e junho de 2018 versus 30% no mesmo período do ano anterior. O Ebitda Ajustado atingiu R$ 884 milhões no trimestre, crescimento de 49% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Segundo a XP Investimentos, a Klabin reportou resultados um pouco melhor do que esperado, com Ebitda de R$ 884 milhões.  “O principal destaque foram custos consolidados melhores do que o esperado no trimestre, apesar da greve dos caminhoneiros e de uma parada prolongada e não planejada na unidade de Puma em abril. Do lado negativo, os volumes de celulose e os preços de papel foram um pouco abaixo do esperado, mas nada que gere tanta preocupação”, apontam os analistas. 

Ainda no setor de papel e celulose, de acordo com a RISI, as altas temperaturas e a seca histórica levaram a graves incêndios florestais na Suécia, afetando as operações de colheita e de empresas do setor. De acordo com a mídia local, o dano atingiu proporções históricas, com mais de 30 mil hectares de florestas danificadas desde a semana passada. Em comparação, a área média anual danificada pelo fogo na Suécia nos últimos 20 anos é de 1.900 hectares.

“Até agora, os principais players de papel e celulose no país relataram um impacto limitado dos incêndios, mas todos disseram que estavam monitorando cuidadosamente a situação, de acordo com a RISI”, destaca o Bradesco BBI.  As mudanças climáticas começaram a impactar as plantações de forma mais freqüente, mas ao mesmo tempo é algo imprevisível. Invernos mais amenos (ou mais severos, dependendo da região), secas, incêndios, entre outros, são uma ameaça real para as plantações e a produtividade florestal.

Eletropaulo (ELPL3)

A Eletropaulo reverteu o lucro de R$ 28,4 milhões no segundo trimestre de 2017 e teve prejuízo de R$ 155,6 milhões no mesmo período deste ano. Já o Ebitda ajustado por fundo de pensão e eventos não recorrentes teve alta de 16,2%, a R$  301,4 milhões, enquanto a receita líquida teve variação positiva de 22,8%, passando de R$ 2,973 bilhões para R$ 3,65 bilhões. A margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) teve queda de 0,4 ponto percentual, passando de 8,7% para 8,3%. 

A companhia também informou que, como consequência dos compromissos assumidos pela Enel na OPA, houve a celebração de dois AFAC (Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital), nos valores de R$ 900 milhões e R$ 600 milhões, os quais serão convertidos em um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, por meio da emissão de novas ações. “Tal ação foi aprovada em 26 de julho de 2018 pelo nosso Conselho de Administração e o período de subscrição se iniciará em 01 de agosto de 2018”, afirmou a Eletropaulo. 

Hypera (HYPE3)

A Hypera, antiga Hypermarcas, registrou uma alta de 22,3% no lucro líquido das operações continuadas no segundo trimestre de 2018, passando de R$ 228 milhões para R$ 278,8 milhões na base de comparação anual. O resultado superou a maior estimativa colhida em pesquisa Bloomberg, cujas projeções variavam de R$ 239 milhões a R$ 269 milhões. 

Já a receita líquida foi de R$ 920,1 milhões no trimestre, com crescimento de 12,6% ano contra ano, enquanto o Ebitda das operações continuadas teve alta de 12,1%, passando para R$ 339,5 milhões, com margem Ebitda de 36,9% (queda de 0,2 ponto percentual na comparação com igual período de 2017).

“No caso da Hypera Pharma, a greve dos caminhoneiros ocorrida no segundo trimestre de 2018 não provocou impacto relevante sobre o processo de produção ou a entrega de mercadorias a clientes, devido a níveis adequados de estoques de matéria-prima e produtos acabados. De forma similar, apesar da greve, o mercado farmacêutico cresceu 11,5% no trimestre, segundo dados do IQVIA”, apontou a empresa em seu release de resultados.

Segundo o Itaú BBA, a companhia registrou um bom resultado, com expansão nas vendas acima do esperado combinado a um aumento na margem bruta, para levar a um Ebitda 4,5% acima do esperado pelos analistas.

Porto Seguro (PSSA3)

A Porto Seguro teve a recomendação elevada de equalweight para overweight pelo Brasil Plural, com a empresa de seguros voltando os seus serviços para os segmentos mais lucrativos e com a expectativa de que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) alcance 20% nos próximos dois anos ante 15% em 2016. O novo preço-alvo é de R$ 56 para o fim de 2019. 

A empresa divulgou seus números na manhã desta segunda, com um lucro líquido de R$ 335 milhões, alta de 41% na base de comparação anual, enquanto a receita ficou em R$ 4,49 bilhões, alta de 8%. 

Santander Brasil (SANB11)

O Bradesco BBI elevou a recomendação para as units do Santander Brasil de underperform para neutra, com novo preço-alvo, que passou de R$ 32 para R$ 38 para o final de 2019. 

TIM (TIMP3) e OI (OIBR3;OIBR4)

De acordo com o jornal Valor Econômico, Amos Genish, CEO da Telecom Italia, falou que a TIM considera fazer compras no Brasil desde que isso não afete o bom momento da empresa. O executivo não comentou se a empresa tem interesse na aquisição da Cemig Telecom e/ou Nextel, ativos à venda no setor.

Quanto à Oi, Genish disse que não vê a venda como uma saída para a empresa, e prefere uma colaboração industrial do que uma fusão ou aquisição. A TIM poderia aprofundar as atuais parcerias com a Oi, trocar capacidade de rede e fazer acordos para uso de fibra ótica. 

Vivo (VIVT4)

A Vivo teve a recomendação reduzida para ’underweight’ por JPMorgan, com preço-alvo de R$ 44.

São Martinho (SMTO3)

A São Martinho pagará R$ 180 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,513108985 por ação. Os dividendos terão como base a posição acionária de 27 de julho de 2018 e serão pagos em 15 de agosto de 2018. As ações da Companhia serão negociadas “ex-dividendos” a partir de 30 de julho de 2018.

Aos acionistas custodiados no Bradesco, os créditos serão disponibilizados de acordo com o domicílio bancário fornecido à instituição financeira, a partir da data de início do pagamento dos dividendos. Aos acionistas custodiados na B3, os dividendos serão pagos e repassados por intermédio dos agentes de custódia.

Já o Conselho de Administração do grupo aprovou a reeleição da diretoria da empresa. O presidente-executivo, Fábio Venturelli, teve o mandato renovado por um ano, até a aprovação das demonstrações financeiras do atual ano-safra 2018/19. O diretor financeiro e de relações com investidores, Felipe Vicchiato, também foi reeleito. Os diretores agroindustriais responsáveis pelas unidades da empresa também foram reconduzidos pelo conselho de administração.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.