Petrobras corta gasolina, ANP discute preços; Parente nega articulação com frigorífico; mais 6 notícias

Confira as principais notícias das empresas brasileiras nesta quarta-feira

Marcos Mortari

(Agência Petrobras)

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SÃO PAULO – Confira as principais notícias das empresas brasileiras nesta quarta-feira (6):

Petrobras (PETR4)
A 4ª turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região determinou, por maioria, a suspensão da venda de 90% das ações da TAG (Transportadora Associada de Gás S.A.) pela Petrobras até que seja realizado processo de licitação. A justificativa para a decisão liminar é de que, apesar de o TCU ter autorizado a sistemática de venda de ativos da Petrobras, a lei determina que esse processo seja feito por meio de licitação, nesse caso na modalidade leilão, de acordo com o Programa Nacional de Desestatização.

Outra notícia que pode impactar as ações da companhia vem de Brasília. O governo vai começar a regular a periodicidade dos reajustes dos combustíveis, que até então era livre, chegando a mudanças diárias, como as feitas pela Petrobras. A medida entrará em vigor em até 60 dias. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis anunciou, na noite de ontem, que iniciará uma consulta pública para saber qual o período mínimo que refinarias e distribuidoras poderão reajustar os combustíveis. 

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A chamada Tomada Pública de Contribuições será realizada de 11 de junho a 2 de julho, ouvindo setores da União, de estados e municípios, a todo o mercado petrolífero, aos consumidores, ao segmento técnico e a todos interessados. Ao final do processo, a agência reguladora deverá elaborar uma resolução sobre o período mínimo para o repasse ao consumidor dos reajustes dos preços dos combustíveis.

O diretor-geral da ANP, Decio Oddone, disse que não se trata de intervenção no mercado e explicou que a medida visa a estabilizar o setor, com benefícios a consumidores e às empresas e investidores. “Não ocorrerá influência sobre a formação de preços”, frisou. Segundo ele, o modelo foi escolhido porque o tema e “urgente”. “A periodicidade do repasse dos reajustes dos combustíveis se converteu em um tema de grande interesse para a sociedade brasileira, que demonstrou que deseja uma maior estabilidade dos preços”, disse.

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O anúncio da medida ocorre um dia após o Grupo de Trabalho composto pelo MME e a ANP ter adiado uma reunião para tratar do tema. Na ocasião o ministério informou, por meio de nota oficial, que a reunião buscaria criar uma “política de amortecimento dos preços dos combustíveis ao consumidor”. A suspensão da reunião foi determinada pelo presidente Michel Temer, segundo apurou a Agência Brasil.

Nesta manhã, a Petrobras anunciou uma redução no preço da gasolina cobrada nas refinarias de R$ 1,9706 por litro para R$ 1,9617 por litro. O preço do diesel está mantido em R$ 2,0316 por litro.

Frigoríficos

A BRF (BRFS3) informou que não recebeu nenhuma formalização a respeito de uma possível transação especulada envolvendo a Minerva (BEEF3). Ontem, surgiram especulações no mercado de que a Minerva estaria estudando propor uma capitalização da BRF, o que poderia ajudar na desalavancagem da dona das marcas Sadia e Perdigão. O valor do investimento poderia ficar entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões e seria concomitante a uma fusão. Dependendo do ‘valuation’, a operação poderia dar ao consórcio Minerva até 30% do capital da BRF.

Segundo o Broadcast, plataforma de notícias do Estadão, a operação seria uma das estratégias analisadas por Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras, para revigorar a indústria de proteínas. O objetivo final seria fortalecer ambas empresas e ganhar mercado. Mais tarde, o executivo negou que esteja articulando qualquer negociação neste sentido.

A BRF informou ter consultado Parente, que é presidente do conselho da companhia, sobre a matéria divulgada na imprensa e o executivo negou estar articulando uma operação com a Minerva.

Ontem, as ações BEEF3, que estavam em queda, viraram para alta e chegaram a entrar em leilão, encerrando o dia com alta de 4,58%, a R$ 8,00. Já os  papéis da BRF fecharam em alta de 0,74%, a R$ 24,57.

Marfrig (MRFG3)
A companhia informou que concluiu a aquisição de 51% da National Beef Packing.

Gol (GOLL4)
A companhia informou que a oferta total de maio cresceu 0,4% na comparação anual. No acumulado de janeiro a maio, o salto foi de 2,3% em comparação com o mesmo período um ano atrás. O volume de assentos disponíveis no sistema total cresceu 1,9% em maio e 0,9% no acumulado do ano. A ocupação total foi de 76,8% em maio, ante 76,6% um ano atrás. No acumulado do ano, o percentual é de 79,7%, contra 78,9% no mesmo período em 2017.

Vale (VALE3)
O diretor de investimentos do Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, Daniel Lima, disse não ter pressa em vender parte das ações da Vale e que isso poderá ocorrer até o fim do ano. Segundo ele, nada deve acontecer nos próximos meses. Uma venda coordenada com outros fundos de pensão está sendo discutida. “A Vale é ótima pagadora de dividendos, está em boa forma, não estamos querendo nos livrar dessa posição”, afirmou o executivo em evento realizado em São Paulo.

Eletrobras (ELET6)
A empresa assinou um memorando com a EDF para promover cooperação na área nuclear. As companhias estudarão oportunidades de a EDF colaborar com a retomada e a conclusão de Angra 3 e no desenvolvimento de novas usinas nucleares no Brasil.

CCR (CCRO3)
O conselho da companhia aprovou a aquisição de participação indireta de 48.4% da Aeris e 49.6% da Ibsa detidas pela Airports Worldwide Holding.

Cesp (CESP6)
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou minuta de contrato de concessão que regulará a nova outorga da UHE Porto Primavera, que deverá integrar eventual edital para alienação do controle da CESP.

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(com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.