Empresa desaparece com US$ 2 milhões de investidores após falsa oferta de moedas

ICO realizado no começo do ano atraiu mais de mil investidores, que até agora não sabem o que aconteceu com o dinheiro

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Um novo escândalo atinge o mercado de ICOs (Oferta Inicial de Moedas) mundial nesta segunda-feira (12). Golpistas virtuais (ou scammers, no termo em inglês), teriam roubado mais de US$ 2 milhões em criptomoedas após a realização de uma falsa oferta, segundo denúncia feita pela CNBC.

De acordo com o veículo americano, a pessoa (ou grupo) copiou um perfil de LinkedIn e copiou fotos de Instagram para criar um usuário falso e atrair mais de mil investidores para um ICO chamado Giza. O COO do grupo, é um misterioso homem chamado Marco Fike, e tanto sócios quanto funcionários disseram que nunca viram o rosto dele.

Segundo pessoas falaram para a CNBC, o projeto parecia legítimo até que começaram a surgir sinais de alerta, incluindo a saída do único fornecedor da empresa, a falta de resposta de seus supostos fundadores e a tentativa falha em tentar recuperar os fundos perdidos.

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O ICO foi realizado para dar apoio para uma suposta startup também chamada Giza, que afirmou estar desenvolvendo um dispositivo super seguro que permitiria às pessoas armazenarem criptomoedas. A oferta ocorreu em janeiro e há relatos de investimentos de mais de US$ 5 mil em ethereum.

Segundo a CNBC, no mês passado, a empresa já tinha levantado mais de 2.100 eters, que valiam na época cerca de US$ 2,4 milhões. Todo este dinheiro, com exceção de US$ 16, desapareceram. E foi diante deste cenário que muitas pessoas começaram a desconfiar do projeto.

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“Tudo estava bem, até que a empresa que iria desenvolver o dispositivo foi para a internet dizer que a Giza cortou os laços com ela, o que parecia ser uma farsa e eles podiam não estar desenvolvendo nada. Então as coisas começaram a parecer estranhas” disse um investidor chamado Chris para a CNBC. O site da Giza foi deletado na última sexta-feira.

No final do ano passado, a Giza contratou uma empresa russa conhecida como Third Pin LLC para fazer os dispositivos que ela iria vender. Porém, no dia 30 de janeiro, o CEO da Third Pin, Ivan Larionov, postou em um fórum de bitcoin que sua empresa havia cortado os laços com Giza. Eles teriam assinado um contrato com a empresa no ano passado, mas começaram a desconfiar da legitimidade do projeto.

Em sua reportagem, a CNBC conversa ainda com diversos investidores e ex-funcionários tentando encontrar o CEO da empresa e buscando uma explicação para o que aconteceu com o dinheiro, mas ainda sem muitas respostas. Recentemente, a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) emitiu diversos comunicados endurecendo o tom para uma regulação e acompanhamento dos ICOs, tentando evitar exatamente situações como essa.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.