Suzano dispara 22% e Fibria despenca 10% após fusão; Qualicorp afunda 11% e mais 3 ações reagem a balanços

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (16)

Rodrigo Tolotti

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)

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A Suzano chegou a disparar 30,77% na máxima do dia, enquanto a Fibria chegou a despencar 11,67% em meio aos termos da negociação para a união das duas empresas. Na noite da última quinta-feira, o BNDESPar e o Votorantim fizeram um dos anúncios mais aguardados dos últimos tempos: a união entre as duas gigantes do setor de papel e celulose. 

A princípio, a notícia seria positiva, dado o alto potencial de sinergia entre as duas empresas, que poderia elevar fortemente o valor de mercado de ambas na bolsa. Nos últimos dias, aliás, as indicações de que os acionistas da Fibria poderiam levar a melhor se intensificaram com a notícia de que a Paper Excellence também estava na disputa e que os acionistas passaram a exigir mais do que estava sendo proposto para fechar a venda.

Assim, a estimativa era grande sobre como foram os termos de negociação entre a Fibria e a Suzano, ainda mais após a empresa da Indonésia ter elevado na quinta-feira a oferta de R$ 67,00 para R$ 71,50 por ação em uma tentativa frustrada de vencer a Suzano na disputa. 

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Nesta manhã, os números da transação foram revelados e, a princípio, não foram nada positivos para Fibria. A operação de venda dos acionistas BNDESPar e Votorantim foi fechada a R$ 52,50 por ação FIBR3 corrigidos pelo CDI mais 0,4611 ação ordinária de emissão da Suzano. Fazendo as contas, esse valor é de R$ 63,29, representando um valor 11,6% abaixo do fechamento das ações da Fibria na sessão de quinta-feira.

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“O mercado estava muito emocionado sobre o deal e não tinha visto a chance disso acontecer”, apontou um gestor ouvido pelo InfoMoney. A disputa deflagrada nos últimos dias entre a Paper Excellence e a Suzano haviam animado o mercado, mas o fato do BNDES ser um banco estatal que pode ter preterido a Paper Excellence por ser uma empresa de capital estrangeiro, além do fato de haver restrições de compra de áreas agrícolas no país por empresas de fora podem ter pesado contra a “gringa”.

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Por outro lado, hé um “consolo”: a valorização que deve ocorrer nas ações da Suzano, que também estão nos termos de transação, podem ajudar a elevar o preço pago pelos papéis da Fibria. De qualquer forma, nesta sessão, os papéis FIBR3 caem forte, enquanto Suzano salta. 

Usiminas (USIM5

A Usiminas realizou o pagamento de R$ 378,8 milhões para bancos brasileiros e japoneses, além dos debenturistas o referente à totalidade do excedente de caixa sobre o ano de 2017, conforme comunicado ao mercado. 

“Com o referido pagamento, a Usiminas supera mais uma importante etapa de sua reestruturação financeira junto aos Credores, com vistas à geração de resultados sustentáveis para a companhia”, afirmou a siderúrgica.

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BRF (BRFS3)

A BRF comunicou que, de maneira cautelar, o Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária decidiu interromper temporariamente, a partir de 16 de março de 2018, a produção e certificação sanitária dos produtos de aves da BRF exportados do Brasil para União Europeia. A medida contempla os SIFs: 1, 18, 103, 104, 292, 466, 1001, 2014, 2518 e 4567.

Está marcada para a próxima semana uma reunião na cidade de Bruxelas, na Bélgica, para o MAPA prestar esclarecimentos técnicos às autoridades sanitárias da União Europeia. Após o encontro, a medida será reavaliada.

Já o Valor Econômico informou que Petros e Previ estariam em conversas com a Península Participações a fim de chegar a um acordo para a composição do novo Conselho da empresa. A ideia é que Abilio Diniz continue com 2 membros no Conselho – Flavia Almeida and Marcos Grasso.

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Além disso, menciona um novo nome para a posição de presidente do Conselho de Administração – Luiz Fernando Furlan. “Nossa visão é que o mercado já esperava que Abilio fosse perder poder com a nova formação do Conselho, mas pelas conversas, essa perda de poder será menor”, aponta o BTG, que mantém recomendação neutra.

Petrobras (PETR4)

Em um dia de alta de quase 2% para o petróleo, as ações da Petrobras tiveram valorização mais amena tentando buscar uma recuperação das perdas registradas na véspera, em meio ao resultado e notícias sobre entraves para uma negociação com o governo sobre a cessão onerosa.

Já no radar na companhia, a Petrobras anunciou na noite de quinta-feira o início da oferta pela subsidiária Petrobras Global Finance para comprar em dinheiro Notes por um valor agregado, excluindo juros acumulados e não pagos, de até US$ 4 bilhões, segundo comunicado distribuído pela PR Newswire.

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A oferta termina às 23:59 (hora de Nova York) do dia 11 de abril, a menos que seja encerrado antecipadamente ou prorrogado.

Os títulos envolvidos na recompra são os seguintes:
Global Notes em US$ de vencimento março/2020; taxa flutuante
Global Notes em euros de vencimento janeiro/2021; cupom 3,750%
Global Notes em US$ de vencimento janeiro/2021; cupom 5,375%
Global Notes em US$ de vencimento maio/2021; cupom 8,375%
Global Notes em US$ de vencimento janeiro/2022; cupom 6,125%
Global Notes em US$ de vencimento maio/2023; cupom 4,375%

Ainda no radar da companhia, o governo federal vai prorrogar por mais 60 dias o prazo de funcionamento da comissão interministerial criada para resolver o impasse em torno da revisão do contrato de cessão onerosa de exploração de áreas de petróleo do pré-sal. A equipe econômica avalia, no entanto, que ainda tem todas as condições de fazer ainda este ano o megaleilão dos barris excedentes do óleo. A avaliação é de que entre o anúncio da conclusão das negociações e a realização do leilão será necessário um prazo de três a quatro meses. Com a prorrogação, o prazo para a conclusão do acordo final foi transferido para 16 de maio.

Pelo contrato da cessão onerosa, assinado em 2010, a Petrobras ganhou o direito de explorar áreas do pré-sal sem licitação em troca de um pagamento bilionário ao governo. O contrato previa renegociar os valores de acordo com a evolução do preço do petróleo. Como a cotação caiu desde sua assinatura, em 2010, a estatal tem direito a uma compensação financeira.

A intenção inicial do governo era terminar as negociações com a petroleira no prazo inicial, que termina neste sábado, e fazer o leilão no início de julho. Mas as negociações ainda não estão concluídas e o governo vai precisar de mais tempo. Nada impede, porém, que se chegue a um acordo antes do final do prazo – antes de 16 de maio. O impasse sobre a cessão onerosa foi um dos motivos para a forte queda das ações da Petrobras, apesar do bom resultado do quarto trimestre (veja mais clicando aqui). 

Qualicorp (QUAL3)

As ações da Qualicorp despencaram após o balanço do quarto trimestre e já tem baixa de 28% em 2018. A companhia viu seu lucro líquido avançar 15,3% em um ano, passando para R$ 90,4 milhões no quarto trimestre do ano passado, informou a empresa na noite de quinta-feira (15). 

No mesmo período a empresa registrou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 202,9 milhões, uma alta de 1,2% em um ano. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, subiu para 39,9%, contra 38,9% entre outubro e dezembro de 2016.

Já a receita de quarto trimestre caiu 1,4%, para R$ 508 milhões, devido principalmente a menor base de clientes no segmento Adesão, segundo informou a empresa. Já as despesas caíram 7,3% no quarto trimestre na comparação anual, para R$ 312,5 bilhões.

Após o balanço, o Credit Suisse cortou a recomendação para os papéis de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra e reduziu o preço-alvo de R$ 42 para R$ 29. Já o BofA manteve recomendação de compra, reduzindo o preço-alvo de R$ 42 para R$ 34, apontando para os números decepcionantes da companhia. 

Segundo o Credit, os reajustes de preços foram os culpados. Isso porque os clientes não suportariam mais os sucessivos aumentos de dois dígitos e passaram a sair do plano ou negociar.

Estácio (ESTC3)

A Estácio divulgou prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$ 12,8 milhões no 4º trimestre de 2017, revertendo um lucro líquido de 124,3 milhões no mesmo  período de 2016. 

A receita operacional líquida totalizou R$ 838,5 milhões no último trimestre de 2017, 5,2% maior ante os R$ 796,9 milhões em igual período de 2016. No ano de 2017, a receita totalizou R$ 3,379 bilhões, 6,5% acima da apurada em 2016. O Ebitda ficou em R$ 45,4 milhões, com margem Ebitda de 5,4%. Em 2017, O Ebitda foi de 737,8 milhões (21,8% de margem), crescimento de 39,5% sobre 2016.

Kroton (KROT3)

A Kroton Educacional reportou lucro líquido de R$ 390,6 milhões no quarto trimestre de 2017, recuo de 55,1% na comparação com igual período do ano anterior. O resultado de 2016, no entanto, havia sido impactado por um reconhecimento de receitas do Fies que, em razão de atrasos, deixaram de ser registradas no terceiro trimestre daquele ano.

A companhia divulgou um lucro ajustado na visão pro forma, que exclui esse efeito da base de 2016. O resultado por esse critério no quarto trimestre de 2017 é um lucro de R$ 488,6 milhões, aumento de 0,2% na comparação com igual período do ano anterior

No ano, o lucro da Kroton foi de R$ 1,882 bilhão, crescimento de 0,9% ante 2016. O resultado ajustado do ano na cisão pro forma é um lucro de R$ 2,240 bilhões, expansão de 11,6%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Kroton atingiu R$ 534,1 milhões nos meses de outubro a dezembro, crescimento de 1% na comparação com o mesmo período de 2016. No ano, o Ebitda acumulado é R$ 2,450 bilhões, alta de 6,5%.

A receita líquida da Kroton nos três meses finais do ano é de R$ 1,349 bilhão, recuo de 0,9% na comparação anual. Em doze meses, a receita acumulada é de R$ 5,557 bilhões, expansão de 6%.

O Conselho da Kroton aprovou dividendo intercalar de R$ 148,4 milhões, que serão pagos até 3 de abril. O valor é de R$ 0,0905488525 por ação ON, deduzidas deste cálculo as ações que se encontram em tesouraria. 

EzTec (EZTC3)

O lucro líquido da EZTec foi para R$ 25,288 milhões, uma baixa de 63% no quarto trimestre de 2017, enquanto a receita líquida caiu 43%, a R$ 85,72 milhões.

Já a margem bruta passou de 53,6% para 28,9% de outubro a dezembro de 2017. O indicador piorou devido aos distratos e ao menor volume de obras em execução, que resultou em menos reconhecimento de receita. 

CESP (CESP6)

O governo federal está perto de fechar o valor que vai cobrar na renovação da concessão da usina de Porto Primavera, maior ativo da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), diz o Estadão. Esse é um passo importante para destravar a privatização da empresa paulista até o fim do primeiro semestre. Segundo o jornbal, o valor deve ficar em cerca de R$ 1 bilhão.

O processo está parado desde setembro de 2017, quando o governo paulista suspendeu o edital por falta de interessados. A privatização da Cesp será feita em uma operação conjunta entre a União e o Estado de São Paulo. Um decreto publicado em janeiro deste ano facilitou o processo, ao permitir a venda da empresa associada a um novo contrato de concessão para a usina de Porto Primavera, que vence apenas em maio de 2028.

A União autorizou a extensão da concessão em troca do pagamento de uma outorga, que corresponderia ao valor excedente que se arrecadaria com a prorrogação do prazo de concessão. O valor de R$ 1 bilhão leva em conta o benefício econômico-financeiro adicionado pelo novo contrato, com duração de 30 anos, representado pelo Valor Presente Líquido (VPL) adicional. Como a Cesp ainda tem 10 anos de concessão da usina, o VPL do contrato atual, com duração até 2028, reduz o valor final da outorga. A outorga fica com a União, pois serviços de energia elétrica são uma concessão federal. Se houver ágio, ele será dividido proporcionalmente entre Cesp e União.

Recomendações

Além de Qualicorp, atenção para as recomendações para Locamerica (LCAM3), que foi iniciada como ’compra’ pelo Santander, a Natura (NATU3) teve recomendação reduzida a ‘neutra’ pela Eleven Financial, enquanto a Sonae Sierra (SSBR3) foi elevada a ’overweight’ por JPMorgan

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.