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SÃO PAULO – Na próxima segunda-feira (2), a B3 divulgará a primeira prévia do rebalanceamento da carteira teórica do Ibovespa para o segundo quadrimestre do ano. De olho neste evento, bancos de investimento e corretoras tentam antecipar quais as mudanças que a bolsa anunciará na composição do principal índice de ações e muitas alterações estão previstas.
Segundo os cálculos feitos por Itaú BBA, BTG Pactual e Morgan Stanley, estão cotadas para entrar as ações de B2W (BTOW3), CVC (CVCB3), Gol (GOLL4), BR Distribuidora (BRDT3) e Carrefour Brasil (CRFB3), sendo unânime a saída dos papéis da Marfrig (MRFG3). Se for confirmada essa movimentação, o número de integrantes do Ibovespa saltaria dos atuais 64 para 68, o maior desde janeiro de 2015.
Entre os papéis que já fazem parte do índice, as ações da Ambev (ABEV3) e Ultrapar (UGPA3) são as que mais vão ganhar campo, com elevações de 0,2 ponto percentual e 0,14 ponto percentual, respectivamente, projeta o BTG. Por outro lado, de acordo com o banco de investimento, os maiores perdedores seriam os papéis do Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR3) e Bradesco (BBDC3), com as respectivas fatias no Ibovespa caindo em 0,63 e 0,16 ponto percentual. Apesar disso, os analistas tranquilizam o investidor, já que o volume na venda será “irrelevante” perante a liquidez dessas blue chips.
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Em termos setoriais, o financeiro deve manter a liderança, mas sua participação deve recuar de 29,4% para 28,5%, aponta o BTG, a maior redução prevista nesta nova metodologia. Do outro lado, o setor varejista deverá ser o grande vencedor deste rebalanceamento – levando em conta as entradas das ações de CVC, B2W e Carrefour, o peso crescerá de 7,74% para 8,58%. Pelas contas do Itaú BBA, fica a expectativa também por um bom incremento no setor de petróleo e gás, saltando de 11,8% para 13,7%, tendo como pressuposto a entrada das ações da BR Distribuidora.
Por que vale a pena acompanhar?
A entrada e saída de ações no Ibovespa sempre gera expectativa por entrada de fluxo de capitais, uma vez que muitos fundos passivos seguem o índice. Para se ter uma ideia da dimensão, segundo os dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) de janeiro, eram R$ 6,6 bilhões de fundos passivamente indexados ao Ibovespa e R$ 22,9 bilhões ativamente acompanhando o índice. Com isso, os fundos indexados terão que ajustar as suas carteiras, o que pode gerar boas oportunidades.
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Apesar disso, o BTG lembra que a pressão de compra e venda de fundos passivos poderia ser parcialmente compensada por potenciais fluxos de cash and carry reverso, em que os investidores vendem ações que pertencem à carteira do Ibovespa e compram o índice futuro, ganhando com a diferença de taxas. Contudo, com a Selic nos níveis atuais, esse tipo de operação se torna muito menos atraente agora, uma vez que os custos para montar a operação superam os lucros.
A primeira prévia da nova carteira sempre é publicada no primeiro dia útil do último mês de vigência do índice. Duas outras prévias serão publicadas, estas nos dias 16 de abril e 3 de maio, com a nova carteira entrando em vigor na próxima segunda-feira, dia 7 de maio, valendo para os próximos quatro meses.
Metodologia do Ibovespa
O cálculo para a carteira teórica do Ibovespa é composto pelos ativos que, nos 12 meses anteriores, atendam a índices de negócios, participação no volume financeiro e presença nos pregões. Desta forma, as ações integrantes no índice têm que ser representativas em termos de liquidez e de capitalização.
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A metodologia usa 3 filtros para determinar se uma empresa integrará o índice: o primeiro é a presença de negócios superior a 95% nos últimos doze meses, a contribuição de mais de 0,1% no volume total negociado na bolsa e o índice acumulado de negociabilidade inferior a 85%. De acordo com o Itaú BBA, o mais difícil é passar pelo último filtro.
Da mesma forma, se uma ação que faz parte do Ibovespa não cumprir os requesitos citados acima, inicie um processo intenso de desvalorização e se enquadre como uma “penny stock”, relembrando o caso dos papéis da OGX (OGXP3), como entre com um pedido de falência ou reorganização judicial, essa empresa será excluída do índice no próximo rebalanceamento.
Os 5 maiores vencedores, segundo o BTG:
Empresa | Ticker | Peso estimado (%) | Peso atual (%) | Variação (em p.p.) |
CVC | CVCB3 | 0,55 | 0,00 | +0,55 |
B2W | BTOW3 | 0,32 | 0,00 | +0,32 |
Gol | GOLL4 | 0,20 | 0,00 | +0,20 |
Ambev | ABEV3 | 7,26 | 7,06 | +0,20 |
Ultrapar | UGPA3 | 2,24 | 2,10 | +0,14 |
Os 5 maiores perdedores, segundo o BTG:
Empresa | Ticker | Peso estimado (%) | Peso atual (%) | Variação (em p.p.) |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 10,75 | 11,37 | -0,63 |
Petrobras | PETR3 | 4,27 | 4,43 | -0,16 |
Bradesco | BBDC3 | 1,33 | 1,49 | -0,16 |
Marfirg | MRFG3 | 0,00 | 0,16 | -0,16 |
Bradesco | BBDC4 | 8,01 | 8,04 | -0,03 |