Banco dispara 16% com venda de ações, CCR se recupera após queda de 20% e B3 recua com decisão do Carf

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (27)

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Depois de recuarem mais de 20% nos últimos três dias, as ações da CCR se recuperaram e figuraram entre os destaques de alta do mercado, enquanto os papéis da B3 lideraram as perdas após decisão do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) sobre a cobrança de impostos devido à incorporação de ações da antiga Bovespa Holding. Confira os outros destaques da sessão desta terça-feira (27):

CCR (CCRO3)

Depois da queda de 20% em apenas três pregões em meio às acusações na Operação Lava Jato, a ação se recuperou neste pregão após relatório de analistas do UBS reforçando os bons fundamentos da empresa, ao afirmarem que risco de solvência da empresa não é uma preocupação importante devido ao atual índice de alavancagem e à forte posição de caixa da empresa.

Contudo, segundo o banco, independentemente do resultado da investigação, a CCR pode enfrentar dificuldades em rolar sua dívida com custos de financiamento mais atraentes nos próximos meses, o que pode afetar o custo consolidado da dívida. Em cenário negativo no qual as alegações sejam comprovadas, maior preocupação seria que CCR fosse considerada inidônea e fosse impedida de participar de leilões por pelo menos dois anos. 

Cabe lembrar que, no fim de semana, a empresa esclareceu em nota as acusações publicadas na última sexta-feira de que Adir Assad envolveu a concessionária de infraestrutura e o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, em um esquema de corrupção. Assad acusou Souza de receber “comissões” pela indicação do empresário para participar de um esquema que envolvia a CCR.

B3 (BVMF3)

As ações recuaram após o Carf decidir pela manutenção da cobrança da multa de R$ 147 milhões contra a empresa por reter o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) incidente sobre ganho de capital apurado por parte dos investidores residentes no exterior, devido à incorporação de ações da antiga Bovespa Holding pela Nova Bolsa, operação que ocorreu em 2008.

JBS (JBSS3)
Após a forte queda de 3,59% na véspera com o acordo de delação de Joesley Batista rescindido, os papéis amenizaram o ritmo das perdas com a venda da totalidade das ações representativas do capital social da JBS Five Rivers Cattle Feeding LLC, de titularidade da controlada Moyer Distribution LLC, para a Pinnacle Arcadia Cattle Holdco, LLC, por US$ 200 milhões.

Banco Indusval (IDVL4)

O Banco Indusval salta após executar a venda de ações da Guide à chinesa Fosun. O total de ações ordinárias e preferenciais vendidas representarão, na data de encerramento da operação, 70% do capital total da Guide, pelo valor de até R$ 290 milhões, segundo fato relevante ao mercado. 

O Banco Indusval manterá participação minoritária de 20% do capital social da Guide. O preço total será recebido em três parcelas diferentes, sendo a primeira no valor de R$ 12 milhões em até 20 dias; a segunda de R$ 158 milhões na data de fechamento da operação; a terceira de R$ 120 milhões sujeita aos resultados financeiros da Guide nos exercícios fiscais de 2018 e 2019. O valor da empresa atribuído a 100% do capital social da Guide é de R$ 414 milhões. A transação está sujeita a aprovações de entidades reguladoras. 

Pão de Açúcar (PCAR4)
Depois de recuar 7% na última semana em vista do resultado abaixo do esperado e mudanças no controle, o Pão de Açúcar figurou entre os destaques de alta da bolsa após ter sua recomendação elevada para compra pelo Citi, com preço-alvo de R$ 84,00.

Guararapes (GUAR3)

A Guararapes, dona da Riachuelo, teve no quarto trimestre de 2017 um lucro líquido de R$ 327 milhões,  29,6% acima do registrado no mesmo intervalo do ano anterior. A receita líquida da companhia subiu 9,3% no mesmo período, para R$ 2 bilhões, enquanto a de mercadorias somou R$ 1,574 bilhão, 11,4% superior. As vendas em ‘mesmas lojas’ (unidades abertas há mais de um ano) cresceram 7,7%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 41%, para R$ 541,3 milhões.

AES Tietê (TIET11)

A AES Tietê encerrou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 43,4 milhões, 47,8% menor frente o mesmo período do ano anterior. Já a receita operacional líquida da companhia subiu 28,2% no trimestre, no comparativo anual, totalizando R$ 466,1 milhões, enquanto os custos e despesas operacionais subiram 40,3% na mesma base, somando R$ 333,1 milhões. Segundo o BTG Pactual, o resultado veio mais fraco que esperado por conta da estratégia de GSF. “Para 2018, devemos ver um GSF menor e ainda assim, a TIET11 está 21% descontratada (hedge)”, apontam os analistas. 

Transmissão Paulista (TRPL4)

A Transmissão Paulista teve lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 1,36 bilhão em 2017, 72,3% menor frente o ano anterior, com o número sendo afetado pela contabilização das indenizações por ativos antigos não amortizados, lançados em 2016, que e começaram a entrar em caixa da companhia em 2017. Excluído esse efeito, o lucro seria de R$ 489,6 milhões,  25,4% menor ante o obtido em 2016. 

Segundo o BTG, o resultado veio forte por conta de receita mais alta vinda do RBSE, enquanto os custos vieram mais altos em cima da realização de manutenção civil e reformas nas subestações.

Taesa (TAEE11)

A Taesa teve lucro líquido de R$ 648,2 milhões em 2017, 24,8% menor frente o apurado no ano anterior. A receita líquida da companhia caiu 22,6% no intervalo, para R$ 1,077 bilhão. Já o Ebitda passou de R$ 1,492 bilhão para R$ 1,536 bilhão na mesma comparação. 

De acordo com o BTG, o balanço veio melhor que esperado, impactado por não recorrente na linha de outras receitas de R$ 25 milhões reerentef a encargos (excluindo isso, resultado teria vindo em linha). Segundo eles, a situação de balanço é bem confortável e dá espaço para crescimento. 

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)
Os analistas do BTG Pactual fizeram uma revisão de curva de preço de celulose e por conta disso, o preço-alvo de Fibria subiu para R$71 de R$ 60 e Suzano para R$ 27 de R$ 25, mantendo compra em ambas. Os analistas estão neutros com Klabin (KLBN11), elevando o preço-alvo de R$ 21 para R$ 22. Os analistas também destacaram uma retrospectiva com a evolução do Ebitda da Fibria impressionante ao ver que ela saiu de R$ 5,5 bilhões em agosto de 2017 para R$ 7,7 bilhões em fevereiro de 2018.

“Antes mesmo do fluxo positivo de notícias sobre fusão e aquisição no setor, o ciclo está ajudando muto”, avaliam, reiterando call positivo de preço com a oferta apertada. Já sobre fusão e aquisição, os analistas acreditam que o tema vai ficar por alguns meses sobre a mesa, uma vez que trata-se de um tema complexo com alguns cenários possíveis. “A Fibria está claramente no holofote e segue como top-pick”, apontam os analistas. 

Embraer (EMBR3)

A intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro e a criação do Ministério da Segurança Pública tendem a atrasar as negociações para criação de uma nova empresa entre Boeing e Embraer, segundo o Estadão. A preocupação surge após o Ministério da Defesa ser convocado a liderar a ação militar no Rio e Raul Jungmann ser indicado ao novo ministério. Jungmann é o principal interlocutor das duas companhias com o governo e toda a negociação é feita na esfera do Ministério da Defesa. 

Alguns dias antes do carnaval, o Ministério da Defesa recebeu a proposta para organização societária da nova empresa a ser criada entre Boeing e Embraer. Representantes do governo analisam o documento e darão um parecer às empresas. Antes de qualquer reação, porém, as companhias foram pegas de surpresa com o anúncio de que, dias depois, o mesmo Ministério da Defesa fora convocado às pressas para coordenar a intervenção militar no Rio.

Petrobras (PETR4)

A estatal concluiu a liquidação financeira do resgate antecipado de títulos emitidos no exterior com vencimento em 2019, operação que foi anunciada na semana passada. O valor total do resgate foi de US$ 2,14 bilhões, excluindo juros capitalizados e não pagos. Foram resgatados os notes em dólar com taxas de 3% e de 7,875% ao ano, e títulos em euros com taxa de 3,25% ao ano.

BRF (BRFS3)

A BRF, atualmente em crise após os fundos de pensão Previ e Petros terem pedido a convocação de uma reunião extraordinária para avaliar a troca de membros do conselho de administração, anunciou  que seu vice-presidente de operações globais, Hélio Rubens Mendes dos Santos Junior, renunciou ao cargo.

“Importante destacar que Hélio era um dos membros mais antigos da gestão da companhia e isso pode representar uma perda importante para a companhia num momento delicado”, afirmam os analistas do BTG, que seguem com recomendação neutra para os ativos. 

Localiza (RENT3)

A Localiza concluiu a oferta de CRI da RB Capital no valor R$ 370 milhões. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários têm série única, vencimento em 21 de novembro de 2037, com opção de resgate pelos titulares dos certificados em 21 de novembro 2024 e remuneração de 99,0% do CDI, diz comunicado da empresa.

Mills (MILS3)

Na Mills, Gustavo Zeno renunciou à diretoria financeira. O presidente Sérgio Kariya vai acumular o cargo.

CSN (CSNA3)

A CSN entrou com recurso junto ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra a aprovação da compra da Votorantim pela ArcelorMittal, autorizada pelo órgão no dia 07 de fevereiro por quatro votos a dois. No recurso, a CSN pede que o julgamento seja anulado e uma nova análise da operação seja feita. O embargo deverá ser julgado na sessão do Cade marcada para amanhã. Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, a CSN aguarda o julgamento do embargo para decidir os próximos passos, que poderão incluir um recurso à Justiça.

Prumo (PRML3)

Segundo a Coluna do Broad, do Estadão, mesmo com a OPA (oferta pública de aquisição de ações) aprovada pela CVM e com o leilão já marcado para o dia 9 de março, os minoritários da Prumo voltaram a apontar problemas no laudo de avaliação da empresa. O documento chegou a ser questionado pela própria B3. Depois de idas e vindas, o preço da ação no âmbito da OPA foi definido em R$ 11,50, conforme laudo elaborado pelo Brasil Plural. A instituição financeira refez o laudo, após a Bolsa, por meio de ofícios, exigir atualização do documento.

Depois disso, no entanto, os minoritários dizem que o Brasil Plural fez uma “conta de chegada”, quando se começa um cálculo sabendo do resultado final, conseguindo manter o valor da ação a ser pago pelo controlador. Embora tenha revisado os números com as mudanças salientadas pela B3, os minoritários apontam que o banco alterou premissas, colocando um cenário mais negativo e não considerou a queda na taxa de juro no Brasil, o que reduz o custo de capital, por exemplo.

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