Publicidade
SÃO PAULO – Os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em dezembro registravam alta de 0,91%, aos 73.285 pontos, às 9h18 (horário de Brasília) desta segunda-feira (11), refletindo o discurso pró-reforma de Geraldo Alckmin na convenção do PSDB, que ganhou de forma convincente e mostra sua força dentro do partido, assim como as revisões para o PIB (Produto Interno Bruto) e inflação do último Relatório Focus.
Oficializado como presidente do PSDB pelo placar de 470 votos a 3, Alckmin vai convocar uma reunião na próxima semana para definir o posicionamento do partido na votação da reforma da Previdência. O recém eleito disse ser favorável ao fechamento de questão: “minha posição pessoal é pelo fechamento de questão, mas essa não é uma decisão só da executiva do partido. É também da bancada. Acho que o caminho agora é o caminho do convencimento”, afirmou o governador de São Paulo.
Ainda falando sobre a Previdência, no sábado (9), Rodrigo Maia afirmou que a reforma vai começar a ser debatida no plenário na quinta-feira (14), assim como está mantida a previsão de começar a votar a matéria na próxima segunda-feira (18). No domingo (10), Temer disse contar com os votos da base aliada, após PTB e o PPS, além do PMDB, fecharem questão: “falei pela manhã com o presidente do PP, presidente do PSD, agora falei com o presidente do PRB e estão todos entusiasmados para um eventual fechamento da questão”, revelou.
Continua depois da publicidade
Além do acompanhamento em tempo real das condições do governo para aprovar a Previdência, os investidores digerem o último Relatório Focus, que mostrou mais uma vez otimismo com a recuperação da economia. O PIB para este ano foi revisado de um avanço de 0,89% para 0,91%, enquanto do ano que vem para um crescimento de 2,60% para 2,62%. Além disso, o IPCA foi revisado para baixo este ano, de 3,03% para 2,88%.
Por conta deste cenário, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 registravam baixa de 3 pontos-base, cotados a 6,99%, enquanto os contratos de janeiro de 2021 recuavam 4 pontos, negociados a 9,20%. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em janeiro registrava desvalorização de 0,23%, aos 3.292 pontos.
Bolsas mundiais
As bolsas europeias iniciam a semana sem direção clara, à espera das reuniões do Federal Reserve e do BCE que ocorrerão nos próximos dias. Já as bolsas asiáticas fecharam em alta generalizada nesta segunda-feira, na esteira de dados positivos do mercado de trabalho dos EUA, em meio à estreia de negociações dos contratos futuros de Bitcoin na CBOE Global Markets. Pela manhã, a criptomoeda registrava alta de 10%, cotada a US$ 16.500. Na China, o índice acionário subiu 1% impulsionado pelas ações ligadas a fabricantes de equipamentos de processamento de dados, após o presidente Xi Jinping defender o fortalecimento da estratégia para o setor com o intuito de construir uma “China digital”. No mercado de commodities, o petróleo registrava leve baixa, mesmo após a Arábia Saudita anunciar que vai manter em janeiro suas exportações em níveis baixos, como parte de seu compromisso com um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para controlar a oferta. Às 9h18, este era o desempenho dos principais índices: *Dow Jones Futuro (EUA) +0,22% *CAC-40 (França) -0,06% *FTSE (Reino Unido) +0,63% *DAX (Alemanha) +0,14% *Hang Seng (Hong Kong) +1,14% (fechado) *Xangai (China) +0,98% (fechado) *Nikkei (Japão) +0,56% (fechado) *Petróleo WTI -0,35%, a US$ 57,16 o barril *Petróleo brent -0,03%, a US$ 63,38 o barril *Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,50%, a 495,5 iuanes *Bitcoin +9,72%, a R$ 55.850 (confira a cotação da moeda em tempo real) Agenda de indicadores
Na agenda doméstica da semana, destaque para a ata do Copom, na terça-feira (12) às 8h (horário de Brasília), após o Comitê ter reduzido a Selic para a mínima histórica, em 7% ao ano, e ainda deixar espaço para cortar ainda mais os juros em 2018. A questão é que, segundo o comunicado, o Banco Central deixou este movimento atrelado ao resultado da Previdência. A semana também conta com os últimos indicadores de peso sobre a atividade econômica de outubro, com vendas no varejo, dado de serviços e o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB e que ainda não tem data confirmada para se apresentado, lembrando que o mercado tem elevado gradativamente as projeções de crescimento da economia. No mercado, o apetite pelas ações brasileira volta a ter um importante teste nos próximos dias com a precificação de três IPOs (Oferta Pública Inicial): BR Distribuidora, Neoenergia e BK ( dona do Burger King no Brasil). No exterior, atenção especial para os Estados Unidos, onde ocorre a reunião do Fomc na quarta, com grande expectativa de alta de juros no país, deixando o comunicado como foco de atenção dos investidores, além do discurso da presidente Janet Yellen. Outro destaque é o pacote tributário de Donald Trump, que tem guiado o humor dos investidores nos últimos dias. Entre indicadores, após relatório de emprego desta sexta-feira, os destaques da próxima semana ficam para os dados de inflação do PPI e CPI. A China também continua nos holofotes com dados de produção industrial e vendas no varejo na quinta-feira (14), além de inflação na sexta-feira (15). Na Zona do Euro, destaque para a reunião de política monetária do BCE na quarta-feira (13), seguido pela fala de Mario Draghi, enquanto no Japão ocorre no mesmo dia a reunião do Bank of Japan, com o discurso do presidente do BC, Haruhiko Kuroda. Noticiário corporativo
Em entrevista à Folha, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, afirmou que a privatização da empresa vai ocorrer entre setembro e dezembro de 2018. A Gol teve o rating elevado de CCC+ para B- pela S&P, com perspectiva positiva, enquanto a Alpargatas aprovou a emissão de debêntures de R$ 250 milhões, ao passo que a Tupy prevê investimentos de R$ 150 milhões em 2018. No radar de recomendações, o Itaú BBA adicionou TIM, Randon e Cyrela à ‘Brazil Buy List’ e removeu Vale, Lojas Americanas e Cosan. Por fim, a CSN obteve aval ambiental para manter operação Presidente Vargas. O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.