Como usar a análise técnica para encontrar novas resistências para o Ibovespa?

Canal de alta aponta qual o próximo passo do principal índice de ações da B3

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Com a valorização registrada nos últimos dois pregões, o Ibovespa finalmente deixou para trás 73.920 pontos, que era a máxima histórica alcançada em 29 de maio de 2008 e última resistência horizontal (a partir de um patamar de preço) formada pelo índice. Com isso, o índice tem um “espaço em branco” para preencher no gráfico, já que as novas resistências dependerão das próximas máximas formadas, o que dependerá do otimismo do mercado nos próximos dias. Porém, se você que está em busca dos próximos objetivos do mercado, a análise técnica oferece ferramentas para auxiliar nessa missão.

Com o rompimento de 71.505 pontos no primeiro pregão de setembro, o Ibovespa confirmou um padrão gráfico de continuação de tendência conhecido como Bandeira (linhas azuis), cujo objetivo é semelhante à extensão do movimento de alta (mastro – linha verde). Ao transpor a extensão a partir do rompimento do último topo, quando fora confirmada a Bandeira, o objetivo do movimento apontava para 74.500 pontos, patamar que inclusive foi atingido na última segunda-feira (11).

Como esse objetivo já foi alcançado e o mercado não realizou um movimento de correção mais intenso no gráfico diário para consolidar um novo pivô de alta, uma das alternativas mais interessantes neste caso é observar o que os canais têm para nos dizer.

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Resposta nos canais

Os canais de alta e de baixa são construídos a partir da ligação entre os últimos topos e fundos formados pelos preços, revelando ao trader uma referência de suporte e resistência através das duas linhas de tendência paralelas. Em caso de uma tendência de alta, o investidor terá base até onde haverá uma realização de lucros (base inferior de canal) e o limite do movimento (base superior do canal) positivo.

Ao observar o Ibovespa, tendo como base os topos cravados em outubro de 2016 e fevereiro de 2017, somado ao fundo marcado em junho do ano passado e neste ano, o principal índice de ações da B3 tem como objetivo testar a faixa de 79 mil pontos, o que sugere um potencial de valorização de 5% do preço atual.

Outra maneira utilizada pelos grafistas para apontar os rumos do mercado é através do espelho do último canal, ou seja, com base na figura formada, projeta-se paralelamente o próximo movimento. Utilizando o gráfico diário do Ibovespa com base no canal de alta formado entre julho e agosto deste ano, a projeção aponta espaço para o mercado testar a faixa de 77 mil pontos.

Apesar de existir nos guias de análise técnica, essa técnica é bastante questionada pelos grafistas, pois, a qualquer movimento em falso dos preços, o que significa negociar abaixo da banda superior do canal de alta recém rompida, o analista precisará recalcular toda a projeção. Portanto, das duas alternativas apontadas, a primeira é mais consistente. 

Ibovespa dolarizado

Tendo como base o Ibovespa “dolarizado”, que nada mais nada mais é do que a divisão da pontuação atual do Ibovespa nominal (em reais) por uma taxa de câmbio R$/US$, o gráfico em dólar do índice aponta como próxima resistência importante apenas os 27.400 pontos. Portanto, considerando o dólar comercial na faixa de R$ 3,10, o Ibovespa tem espaço para voltar para a faixa de 85 mil pontos (veja mais aqui).