Publicidade
SÃO PAULO – Apesar de não mostrar muita força, o Ibovespa conseguiu atingir sua terceira alta consecutiva puxado principalmente pelas ações dos bancos, em especial o Banco do Brasil, que subiu mais de 3% após divulgar seu balanço do primeiro trimestre. Além disso, a falta de novidades no mundo político e uma nova alta do petróleo também ajudam no cenário, apesar da Petrobras não avançar.
Com isso, o benchmark da bolsa brasileira fechou com ganhos de 0,28%, aos 67.537 pontos, renovando assim seu maior nível desde o fim de fevereiro. O volume financeiro ficou em R$ 7,825 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial registrou queda de 0,73%, cotado a R$ 3,1437 na venda, ao passo que o contrato futuro da moeda com vencimento em junho recuou 0,68%, sinalizando cotação de R$ 3,163.
No radar dos investidores, destaque para os desdobramentos da temporada de balanços corporativos, os dados de vendas do varejo e a repercussão do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sergio Moro, no âmbito da operação Lava Jato.
Continua depois da publicidade
Enquanto isso, as expectativas do mercado por um corte mais agressivo na taxa básica de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) se intensificaram após a divulgação da deflação de 0,89% na primeira prévia de maio do IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) e dos números abaixo do esperado para as vendas do varejo em abril. Respondendo ao novo cenário, o mercado de juros futuros registrou nova queda acentuada neste pregão.
Os DIs com vencimento em janeiro de 2018 caíram 10 pontos-base, a 9,18%, ao passo que os papéis com vencimento em janeiro de 2021 recuaram 10 pontos-base, a 9,73%. Com este movimento, o mercado de juros futuros sinaliza probabilidade esperada pelo mercado de 63% para um corte de 125 pontos-base na Selic contra 37% de chances para um recuo de 100 pontos.
Destaques da Bolsa
Do lado acionário, os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) subiram após divulgação de balanço. A estatal quase dobrou seu lucro recorrente do primeiro trimestre, com sua campanha de corte de custos já surtindo efeitos nas despesas administrativas, além de reduzir as provisões para perdas com calotes, mas a retração no crédito contribuiu para um salto no índice de inadimplência. O banco anunciou lucro ajustado de R$ 2,5 bilhões entre janeiro e março, o que corresponde a uma alta de 95,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos líquidos, o lucro de janeiro a março foi de R$ 2,44 bilhões, uma alta de 3,6% na comparação anual. Outra companhia a divulgar o resultado foi a Ultrapar (UGPA3), com quedas na receita e no lucro do primeiro trimestre, diante de menores vendas de combustíveis na rede de postos Ipiranga, seu principal braço de negócios. O grupo, cujas atividades incluem também produtos químicos, armazenagem de granéis líquidos e uma rede de farmácias, afirmou nesta quarta-feira que seu lucro líquido no período somou R$ 370,3 milhões, queda de 5% ante mesma etapa de 2016. Para conferir as análises de 13 balanços divulgados entre a noite de ontem e a manhã desta quinta, clique aqui. As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram: As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram: As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram: * – Lote de mil ações Decepção no varejo Na comparação com março de 2016, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 4% em março de 2017. Nesse confronto, as projeções iam de uma retração de 3,20% a crescimento de 1,00%, com mediana negativa de 1,90%. As vendas do varejo restrito acumularam retração de 3% no ano e queda de 5,3% em 12 meses. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 2% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. O resultado também veio pior do que o piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,70% a alta de 1,60%, com mediana negativa de 0,10%. Inflação baixa
A ampliação da queda dos preços ao produtor e a estabilidade nos preços ao consumidor contribuíram para o recuo de 0,89% do IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) na primeira prévia de maio, menor taxa para esse período na série iniciada em junho de 1989, em mais um indicador que pavimenta o caminho para o Banco Central acelerar o passo na redução de juros. No mesmo período de abril, informou a Fundação Getulio Vargas nesta quinta-feira, o IGP-M havia recuado 0,74%. O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) acelerou a queda a 1,37%, contra recuo de 1,21% antes, com destaque para as Matérias-Primas Brutas, cujos preços recuaram 4,26%. O IPA mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral. Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta na primeira prévia de maio a 0,03%, contra 0,30% no mesmo período de abril. Segundo a FGV, a principal contribuição para o movimento do IPC foi o grupo Habitação, que recuou 0,17%, ante alta de 0,68% no mês anterior. Petróleo
No mercado de commodities, o noticiário é agitado. A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) elevou sua projeção para a oferta de petróleo dos países não membros do grupo em 2017, à medida que preços mais elevados, parcialmente como resultado dos acordos de cortes de produção, encorajam petroleiras nos Estados Unidos a produzir, reduzindo a demanda pelo produto do cartel neste ano. Em relatório mensal, a Opep revisou para cima sua estimativa de crescimento da oferta de produtores de fora do grupo neste ano para 950 mil barris por dia (bpd), ante uma projeção anterior de 580 mil bpd. Ainda no noticiário da commodity, o ministro do petróleo da Arábia Saudita disse nesta segunda-feira que os produtores farão “o que for preciso” para reequilibrar o mercado, e que ele espera que o pacto global para redução na produção da commodity possa ser ampliado para até o final de 2017 ou possivelmente por prazo ainda maior. “Com base em consultas que realizei com membros participantes, estou confiante em que o acordo vai ser estendido para o segundo semestre, e possivelmente além disso”, afirmou o ministro de petróleo saudita, Khalid al-Falih, em um evento do setor em Kuala Lumpur. Recuperação dos estados e reforma da previdência
Após concluir a apreciação dos destaques apresentados ao Projeto de Lei (PL) 343/17, a Câmara dos Deputados concluiu a votação da proposta que trata da recuperação fiscal dos estados superendividados na noite ontem. Com a aprovação o texto segue para o Senado. De acordo com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, Temer ligou para o presidente do Senado Eunício Oliveira pedindo regime de urgência. O projeto permite que estados com alto endividamento e problemas de caixa tenham o pagamento da dívida com a União suspenso por três anos (prorrogáveis por mais três), desde que atendam as contrapartidas constantes da proposta. Após esse período, os estados voltam a quitar seus débitos, mas ainda com parcelas reduzidas. O único trecho alterado é o que obriga aos estados que renunciem ao direito de entrar com ação judicial sobre a dívida com a União, que foi suprimido. Destaque ainda sobre as notícias sobre a reforma da Previdência. Segundo o jornal O Globo, na luta para aprovar a Previdência, o governo admite novos ajustes. Por ora, a orientação do Planalto é evitar falar em novas concessões para não gerar ruídos na estratégia de defesa da proposta. Mas, diante da urgência da reforma para recuperar a confiança na economia, algumas alterações já são cogitadas por técnicos, a fim de evitar uma derrota do governo no Congresso. Entre elas, deixar de fora das mudanças idosos de baixa renda, que recebem os Benefícios de Prestação Continuada (BPC-Loas), e os trabalhadores rurais, diante do argumento de não punir os mais pobres, aponta o jornal. A Fitch Ratings apontou na véspera que a reforma da Previdência é “absolutamente necessária” para o Brasil conseguir fazer o ajuste fiscal, estabilizar sua dívida pública e voltar a ter melhora de sua classificação de risco. De acordo com o diretor da agência, Rafael Guedes, o temor é justamente que o governo possa ter de fazer mais concessões para aprovar o texto no Congresso, reduzindo o impacto da reforma. Operação Lava Jato
O mercado também repercute à divulgação do conteúdo do interrogatório do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, que durou quase cinco horas. Lula afirmou que nunca houve intenção de adquirir um triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, em São Paulo. Ele contou que a ex-primeira-dama Marisa Letícia comprou uma cota da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) – que era dona do prédio – de um apartamento simples. Questionado por Moro se havia intenção desde o início de adquirir um triplex no empreendimento, Lula respondeu: “Não havia no início e não havia no fim. Nunca houve a intenção de adquirir um triplex”. (Com Reuters, Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
ELET3
ELETROBRAS ON
17,45
+8,52
-17,37
61,17M
BBAS3
BRASIL ON
34,39
+3,12
+22,78
478,07M
QUAL3
QUALICORP ON ED
24,80
+2,48
+31,70
45,77M
GOAU4
GERDAU MET PN
4,64
+2,43
-3,33
50,70M
RAIL3
RUMO S.A. ON
9,91
+2,17
+61,40
117,83M
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
MRFG3
MARFRIG ON
7,62
-3,54
+15,28
9,52M
SUZB5
SUZANO PAPELPNA ED
12,51
-3,02
-9,54
66,76M
MRVE3
MRV ON
15,06
-2,46
+41,03
39,45M
NATU3
NATURA ON
34,80
-1,83
+51,94
64,80M
ESTC3
ESTACIO PARTON
18,30
-1,72
+17,83
46,62M
Código
Ativo
Cot R$
Var %
Vol1
Vol 30d1
Neg
VALE5
VALE PNA
24,92
-1,58
682,46M
665,01M
25.247
BBAS3
BRASIL ON
34,39
+3,12
478,07M
221,35M
26.023
ABEV3
AMBEV S/A ON
19,53
+1,77
443,46M
259,47M
39.118
PETR4
PETROBRAS PN
14,82
+0,61
425,64M
521,15M
27.398
ITUB4
ITAUUNIBANCOPN ED
39,75
+1,71
334,88M
460,41M
19.084
BBDC4
BRADESCO PN EJB
31,63
+0,60
249,51M
341,69M
28.609
BRFS3
BRF SA ON
44,30
-1,47
149,12M
120,30M
8.320
KROT3
KROTON ON
15,70
-1,51
136,19M
122,60M
15.467
ITSA4
ITAUSA PN
10,27
+1,68
135,20M
149,55M
27.926
UGPA3
ULTRAPAR ON
74,80
-1,24
124,70M
96,79M
6.245
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
As vendas do comércio varejista caíram 1,90% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta. O resultado veio pior do que o piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,80% a alta de 1,30%, com mediana negativa de 0,60%.