BC continua monitorando mercados e atua para mantê-los em plena funcionalidade, diz Ilan

Ilan Goldfajn também reiterou que o BC e o Tesouro Nacional dispõem de "vários instrumentos" para tanto, conforme pontos de seu discurso publicados no site do BC

Reuters

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BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central continuará monitorando o impacto das notícias da cena política nos mercados financeiros e atuando para mantê-los em plena funcionalidade, reafirmou o presidente do BC, Ilan Goldfajn, nesta segunda-feira, em evento em São Paulo.

Ilan também reiterou que o BC e o Tesouro Nacional dispõem de “vários instrumentos” para tanto, conforme pontos de seu discurso publicados no site do BC, praticamente iguais aos divulgados na sexta-feira passada.

Nesta segunda-feira, o BC deu continuidade à sua intervenção diante do nervosismo do mercado e vendeu todos os 40 mil novos swaps cambiais tradicionais — equivalentes à venda futura de dólares.

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O BC também vendeu todos os 8 mil contratos para a rolagem dos swaps que vencem em junho, que totalizam 4,435 bilhões de dólares. Já foram rolados 2,435 bilhões de dólares desse total.

Na semana passada, o dólar fechou com alta acumulada de mais de 4 por cento sobre o real, refletindo as profundas dúvidas sobre as condições de governabilidade do presidente Michel Temer, que é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, em investigação aberta com base em acordo de delação fechado por Joesley Batista, do grupo JBS.

O presidente do BC voltou a ressaltar a importância do país continuar no caminho das reformas na economia apesar do cenário de maior incerteza política e também destacou que política monetária não deve reagir à volatilidade do mercado de câmbio.

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Em outra frente, Ilan repetiu que não há relação direta e mecânica de sua recente atuação e monitoramento com a política monetária, que continuará a ser definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) com foco nos seus objetivos tradicionais.

No fim do mês, o BC decide sobre o futuro da Selic, atualmente em 11,25 por cento ao ano. Nesta segunda-feira, as apostas majoritárias indicavam cerca de 80 por cento de chance de corte de 0,75 ponto percentual, com o restante sinalizando corte de 1 ponto, segundo dados da Reuters. Antes da crise política, a redução de 1,25 ponto era a aposta amplamente majoritária.