Trump chega na Bovespa: as 3 ações que os analistas recomendam para ganhar com o presidente dos EUA

Em março, pelo menos três papéis ganharam destaque nas listas de papéis sugeridos, com as perspectivas de se beneficiarem das políticas de estímulos à infraestrutura que o republicano prometeu implementar nos EUA

Mário Braga

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SÃO PAULO – Que Donald Trump tem impulsionado um rali nos mercados norte-americanos desde a sua eleição em novembro não é surpresa para os investidores. As bolsas por lá quebraram sucessivos recordes e o índice Dow Jones superou recentemente a marca histórica dos 21.000 pontos. O que é novidade é a chegada do “efeito Trump” com alguma força nas carteiras recomendadas por grandes bancos e corretoras no Brasil.

Em março, pelo menos três ações ganharam destaque nas listas de papéis sugeridos, com as perspectivas de se beneficiarem das políticas de estímulos à infraestrutura que o republicano prometeu implementar nos Estados Unidos. O grande destaque é a Gerdau (GGBR4), que foi encarteirada por três corretoras neste mês e agora soma seis indicações entre as 13 carteiras analisadas. Além dela, as fabricantes de motores e peças Weg (WEGE3) e Tupy (TUPY3) também integram o call “Trump”.

A análise de 13 carteiras de bancos e corretoras de março feita pelo InfoMoney revelou que o otimismo superou a cautela e que o apetite por risco segue em alta. Petrobras (PETR4), com 11 indicações, e Itaú Unibanco (ITUB4), BM&FBovespa (BVMF3) e Gerdau (GGBR4) , com seis cada, lideram o ranking. Leia a reportagem completa, clicando aqui

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Gerdau 
Com a sua subsidiária norte-americana Gerdau Ameristeel respondendo por cerca de um terço do faturamento, a  Rico Corretora estima que a empresa pode se beneficiar do programa de infraestrutura a ser anunciado pelo novo presidente dos EUA, pelas perspectivas de aumento nos preços dos produtos vendidos pela siderúrgica e por um processo antidumping que pode representar um potencial de crescimento de volumes e que já estava no radar em fevereiro. 

Já na última quinta-feira (2), o Departamento de Comércio norte-americano confirmou que considera que os vergalhões de aço vindos de Japão, Taiwan e Turquia estão entrando no mercado norte-americano “abaixo do valor justo” e definiu taxas preliminares de até 209% sobre esses produtos. A BB Investimentos projetava que, com esta questão resolvida, haveria “espaço para aumento de vendas e ganho de market-share” pela Gerdau. 

Veja a apresentação completa da Carteira InfoMoney de março, clicando aqui.

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Weg
Um dos pontos fortes apontados pela BB Investimentos na multinacional de Santa Catarina é sua diversificação geográfica, que “deve se sobressair em março, especialmente com o estímulo à economia norte-americana a ser anunciado pelo governo Trump, ainda que a visão de curto prazo seja a de valorização do real”. A instituição financeira destaca ainda que, no curto prazo, a Weg deve colher “os frutos de um perfil operacional notadamente resiliente” e, no longo prazo, se beneficiar da reação do setor industrial “à medida que a recuperação da atividade doméstica apresentar mais força”.

A Rico justifica que a recomendação na companhia pela consistência na entrega de resultados, por ser considerada um ativo defensivo, o que balanceia a composição da carteira no mês, e por ter e um “boa exposição de receita em dólar, diante do processo de internacionalização da empresa nos últimos meses”.

Tupy 
Com duas fábricas no México, a Tupy é outra aposta da BB Investimentos no “call Trump” em março. A corretora acredita que companhia “possa se beneficiar no curto prazo de medidas que serão tomadas pelo governo norte-americano, dada sua exposição a esse mercado”, mas cita também a expectativa da retomada econômica, em meio à redução dos juros. Além disso, o relatório destaca o “esperado processo de retomada do setor industrial, duramente afetado pela recessão, deverá reagir, e acreditamos que a companhia está bem posicionada para beneficiar-se deste movimento”.