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SÃO PAULO – Apesar da queda de 1,2% na sexta, o dólar fechou em alta de quase 2% na sessão desta sexta-feira, com ganhos de 1,86% e na maior sessão de ganhos desde 1 de dezembro, voltando a casa dos R$ 3,11. Entre os motivos para uma alta tão expressiva, estiveram a cautela e a sessão de ajuste por conta do feriado de Carnaval, além do cenário externo e o noticiário político local.
Na véspera do feriado de Carnaval, os investidores assumiram posições mais defensivas, antecipando-se a eventuais noticiários que possam sair no feriado e gerar turbulências. Os mercados financeiros locais voltam a funcionar apenas na quarta-feira.
O dólar acompanhou o movimento do exterior, sustentado pela baixa dos preços das commodities em meio ao cenário incerto global. Os investidores mostram ceticismo sobre uma reforma fiscal rápida e rápido impulso nos gastos da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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Além disso, contribuindo para intensificar o movimento de alta, esteve o fato de que o Banco Central deixou vencer o equivalente a US$ 4,554 bilhões do lote de swap cambial tradicional, equivale a uma venda de moeda no mercado futuro, que vence em 1º de março.
Por fim, o mercado segue de olho no cenário político: na véspera, foi noticiado que José Yunes, ex-assessor especial da Presidência e amigo do presidente Michel Temer, disse ter recebido um pacote em seu escritório a pedido do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e em seguida o teria entregado ao doleiro Lúcio Funaro, preso no âmbito da Lava Jato.
O temor entre os investidores era de que esse quadro político, caso evolua, possa atrapalhar a votação de importantes projetos do governo no Congresso Nacional, como a reforma da Previdência. Além disso, também afetou o humor nos mercados o fato de a escolha de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça ter gerado fortes reações na bancada do PMDB na Câmara dos Deputados.
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(Com Reuters)