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SÃO PAULO – Após iniciar o pregão bastante volátil, o Ibovespa ganhou força na tarde desta terça-feira (17) em dia de noticiário bastante agitado com fala da premier britânica, Theresa May, entrevista de Donald Trump, ata do Copom e atuação do Banco Central no câmbio. Ajudado pelos ganhos de mais de 2% dos bancos, o benchmark da bolsa brasileira fechou com ganhos de 0,82%, aos 64.355 pontos – o maior fechamento desde 31 de outubro de 2016, quando a Bolsa estava em 64.924 pontos. O volume financeiro nesta sessão ficou em R$ 7,058 bilhões.
Enquanto isso, os contratos de dólar futuro com vencimento em fevereiro deste ano caíram 1,04%, sinalizando cotação de R$ 3,224. O dólar comercial, por sua vez, fechou com queda de 0,81%, a R$ 3,2124 na venda. O Banco Central voltou a atuar no mercado após mais de um mês, realizando a rolagem integral de 12.000 contratos de swap, em um total de US$ 600 milhões.
Além do BC, outro fator ajudou a puxar o dólar nesta sessão; O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre o patamar do dólar, afirmando que a moeda está “muito forte”. Em uma entrevista ao Wall Street Journal, o presidente reclamou do dólar, o que em parte seria causado por uma desvalorização proposital do yuan pela China. “Nossas companhias não podem competir com eles agora porque nossa moeda está muito forte. E está nos matando todos”, disse.
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Já os contratos de juros futuros fecharam em alta, após passarem o dia em queda com a Ata do Copom. Os DIs com vencimento em janeiro de 2018 subiram 2 pontos-base, a 11,05%, ao passo que os papéis com vencimento em janeiro de 2021 avançaram 2 pontos, a 10,77%. O documento publicado pelo BC justifica que a convergência das expectativas inflacionárias para o centro da meta é compatível com a intensificação dos cortes da taxa básica de juros.
O ritmo de corte saltou de 25 pontos-base em outubro e dezembro para 75 pontos-base em janeiro. “O Comitê entende que o atual cenário, com um processo de desinflação mais disseminado e atividade econômica aquém do esperado, já torna apropriada a antecipação do ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização”, diz o texto.
A ata diz ainda que a atividade econômica tem “operado em ritmo mais fraco do que se esperava” e, portanto, a redução da Selic na magnitude atual “permite contribuir para o processo de estabilização e posterior retomada da atividade econômica, sem que se desvie dos objetivos de levar a inflação para a meta de 4,5% em 2017 e 2018”.
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De volta ao exterior, a primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta terça que o Reino Unido seguirá os passos necessários para deixar a União Europeia. Ela defendeu que após a obtenção de um acordo com os europeus, a saída do Reino Unido seja feita ao longo de dois anos e em etapas, mas alertou que está ciente de “vozes que defendem um acordo punitivo” e que tal decisão seria “desastrosa” e prejudicaria a própria União Europeia. “É melhor não ter acordo do que ter um acordo ruim”, garantiu.
O anúncio foi interpretado pelo mercado como uma sinalização de que a saída do bloco será “brusca”, um “hard Brexit” como tem sido chamado. Entre os detalhes anunciados, está uma votação final pelo Parlamento britânico para aprovar o desligamento com o bloco europeu.
Destaques da Bolsa
Do lado acionário, os papéis da Ambev (ABEV3) subiram apesar da companhia ter a recomendação rebaixada de manutenção para reduzir pelo HSBC, que possui preço-alvo de R$ 15,00 por ativo, enquanto as ações da Cielo (CIEL3) caíram após o Credit Suisse cortar a recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra, com o preço-alvo sendo cortado de R$ 40 para R$ 28.
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O Bradesco BBI elevou o preço-alvo da ação da JBS (JBSS3) em 50%, de R$ 12 para R$ 18 com recomendação outperform, o que impulsiona os ativos da JBS. “O IPO da JBS Foods International deve desbloquear grande valor para a JBS, melhorando a percepção de sua governança, elevando a liquidez das ações e reduzindo seu custo de capital”, dizem os analistas.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) tiveram leve alta na sessão de hoje, em dia misto para o petróleo. O brent registrou queda de 0,68%, para US$ 55,48, e o WTI subiu 0,23%, a US$ 52,49. Além disso, segundo o Valor, a agência Moody’s deve melhorar, ainda neste ano, a classificação de risco de crédito da Petrobras. Mais pessimista das três grandes agências em relação à estatal, a Moody’s elevou o rating da companhia em outubro e graças à melhora da situação financeira deve fazer isso novamente em 2017, de acordo com o apurado pelo jornal.
Já as ações da Vale (VALE3; VALE5) corrigem os ganhos registrados na véspera e caem, em meio à baixa do minério de ferro. O preço do minério registrou baixa de 2,51% no porto de Qingdao, na China. Destaque ainda para o Bradesco BBI, que apontou em relatório que, após um ciclo vários anos ‘bear’ iniciado em 2011, durante o qual as ações da Vale caíram mais de 90% do pico para a mínima (e durante o qual a empresa passou por uma grande transformação), 2017 deve marcar o início de uma nova era”.
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Os analistas apontam que, “desde 2011, a Vale tem revisado agressivamente sua estratégia, desinvestindo ativos não-core, cortando custos e reduzindo o capex”. De acordo com os analistas, a ‘nova Vale’ é uma organização muito mais enxuta, focada em poucos e lucrativos negócios e pronta para oferecer retorno significativo aos acionistas.
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
KROT3 | KROTON ON | 14,67 | +4,04 | +10,05 | 133,19M |
ESTC3 | ESTACIO PARTON | 17,26 | +4,04 | +9,24 | 39,37M |
CSAN3 | COSAN ON | 39,74 | +3,60 | +4,17 | 43,45M |
CYRE3 | CYRELA REALTON | 12,80 | +3,56 | +24,63 | 18,94M |
CMIG4 | CEMIG PN | 8,84 | +3,03 | +14,66 | 60,45M |
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
VALE3 | VALE ON | 30,57 | -3,93 | +19,04 | 184,10M |
VALE5 | VALE PNA | 28,49 | -1,96 | +22,07 | 616,37M |
CIEL3 | CIELO ON | 25,46 | -1,74 | -8,35 | 107,49M |
GGBR4 | GERDAU PN | 12,99 | -1,59 | +20,28 | 147,36M |
BRAP4 | BRADESPAR PN | 19,30 | -1,53 | +29,97 | 49,01M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
VALE5 | VALE PNA | 28,49 | -1,96 | 616,37M | 443,75M | 30.559 |
PETR4 | PETROBRAS PN | 15,82 | +0,44 | 455,29M | 434,48M | 24.438 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 36,98 | +2,69 | 382,00M | 327,98M | 21.741 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 17,20 | +0,88 | 311,82M | 151,52M | 20.880 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 32,02 | +2,86 | 261,26M | 230,76M | 19.089 |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 27,45 | +1,48 | 209,61M | 85,37M | 14.936 |
VALE3 | VALE ON | 30,57 | -3,93 | 184,10M | 103,27M | 16.221 |
JBSS3 | JBS ON | 11,73 | +2,36 | 179,79M | 81,15M | 24.515 |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 17,88 | +0,62 | 175,31M | 164,99M | 18.293 |
GGBR4 | GERDAU PN | 12,99 | -1,59 | 147,36M | 115,02M | 26.603 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Bolsas americanas voltam a operar
Os mercados dos Estados Unidos voltam a operar nesta terça, após permanecerem fechados na segunda em virtude do feriado do Dia de Martin Luther Kinj Jr. Os destaques do dia ficam com a publicação do balanço do Morgan Stanley e dos discursos dos presidentes dos Feds regionais William Dudley, de Nova York, e John Williams, de São Francisco. Os mercados norte-americanos se preparam ainda para a divulgação nesta quarta-feira (18) da inflação ao consumidor medida pelo CPI, o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, às 21h, e do Livro Bege, documento com as condições da economia norte-americana que embasa as decisões de política monetária do banco central norte-americano.
Fórum Econômico Mundial e noticiário político
Lá fora, os olhos se voltam para Davos, na Suíça, onde tem início o Fórum Econômico Mundial. Entre os destaques, estão a fala do presidente da China, Xi Jinping. Segundo informa a Reuters, Jinping defenderá em seu discurso a globalização diante da crescente hostilidade pública no Ocidente. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se reunirá com o ministro das Finanças da Suíça, Ueli Maurer. Também está previsto um encontro com o ministro das Finanças da Arábia Saudita, em horário ainda não definido.
Já o presidente do BC Ilan Goldfajn participa de almoço com investidores promovido pelo Itaú, se reúne com executivos do Citibank e do S&P Global e com o economista Kenneth Rogoff.
Além disso, destaque para a entrevista do presidente Michel Temer à agência Reuters. Ele admitiu preocupação com a instabilidade que uma eventual nova mudança de governo poderia trazer ao país caso o Tribunal Superior Eleitoral decida pela cassação do seu mandato. Questionado se o país teria condições de passar por uma nova troca de presidente, Temer foi cauteloso ao responder, ressalvando que uma manifestação poderia parecer que estaria falando em causa própria, mas disse que a decisão traria impacto para o país.
(com Agência Brasil)