Os 2 drivers que farão a renda fixa no Brasil render mais que em outros emergentes, segundo o Itaú BBA

Ainda segundo a corretora, o cenário doméstico brasileiro também é melhor que de outros mercados emergentes

Mário Braga

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SÃO PAULO – O Itaú BBA avalia que os investimentos em renda fixa no Brasil vão ter uma performance superior a outros mercados emergentes em 2017. O motivo por trás do bom momento está tanto no cenário externo quanto no momento doméstico do país e de seus pares comparáveis nos mercados internacionais, diz a corretora.

No ponto de vista externo, a dinâmica protecionista que as políticas de Donald Trump devem impor ao comércio global é o principal driver. “Em meio a este cenário externo uma normalização monetária menos gradual nos Estados Unidos, avaliamos que os mercados de renda fixa do Brasil têm uma vantagem comparativa vis-à-vis grandes mercados emergentes”, diz o relatório.

Ainda segundo o banco, os cenários domésticos também diferenciam o Brasil de seus pares internacionais. “O forte ajuste nas contas externas brasileiras que ocorreram em 2016 e o debate das reformas fiscais em andamento contrastam com as incertezas idiossincráticas pesando sobre México, Turquia e África do Sul”, afirma o texto assinado pelos estrategistas Ciro Matuo e Eduardo Marza.

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Segundo eles, a melhora nos fundamentos do país sugerem que as mudanças esperadas na liquidez de recursos globais deve ter um impacto menor sobre real em comparação a moedas de outros países com juros elevados.

Real
Com um cenário externo levemente mais favorável aos mercados emergentes e a depender da aprovação da reforma da Previdência, o Itaú BBA projeta uma depreciação menos intensa do real, com o dólar fechando cotado a R$ 3,50 ao fim de 2017 e 2018. Segundo a corretora, o real está atualmente 8,3% mais forte que estimado pelos modelos de projeção o que sugere uma correção rumo aos R$ 3,50 até o fim do ano.

Selic
O Itaú BBA destaca que o arrefecimento da inflação permitiu uma antecipação do ciclo de afrouxamento monetário e que o BC (Banco Central) manterá o ritmo de corte dos juros básicos em 75 pontos-base nas reuniões de fevereiro e abril. “Acreditamos que a Selic vai atingir 9,75% ao fim de 2017 (ante projeção anterior de 10%), uma vez que o cenário inflacionário é mais benigno que o antecipado”, diz o relatório. Para o fim de 2018, a projeção da corretora é que a Selic chegue a 8,50%.