Dedo gordo ou novo pânico? Libra chega a cair 6% na mínima em 31 anos; confira imagem

Libra chegou a desabar 6% no pior pregão desde o Brexit e mercado "luta" para entender o motivo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A libra esterlina desabou 6,1% na abertura dos negócios na Ásia, em sua maior queda diária desde o Brexit, em junho deste ano, encaminhando a renovação de sua mínima em 31 anos. A moeda chegou a bater em US$ 1,1841, em seu menor patamar desde março de 1985. Por outro lado, os preços se recuperaram em seguida, apresentando perdas de 1,33%, cotados a US$ 1,2444 às 11h24 (horário de Brasília) desta sexta-feira (7).

O movimento dá continuidade à derrocada da libra nos últimos dias conforme os investidores passam a ver maiores riscos por conta da saída do Reino Unido da União Europeia. Segundo o jornal britânico Daily Mail, citando analistas do mercado local, a baixa liquidez ajudou a amplificar o movimento por conta das ordens de “stop-loss” que foram disparadas.

Segundo matéria de quarta do Wall Street Journal, o recuo mais recente da libra foi desencadeado pelo anúncio, no domingo, feito pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que seu governo começará a deixar a UE em março, acrescentando que a manutenção do acesso privilegiado do país ao seu maior parceiro comercial estava abaixo da necessidade de controlar a imigração em sua lista de prioridades.

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A Blommberg também destaca que os operadores tiveram dificuldades em explicar o movimento: alguns citaram operações com algoritmos. Já outros, entrevista do presidente da França François Hollande dizendo que o Reino Unido deveria sofrer as consequências por deixar a União Europeia.

Por outro lado, o movimento recente de queda da moeda levou o principal índice britânico a subir forte. O disparo foi impulsionado, segundo analistas, em parte pela crença dos investidores que uma moeda mais fraca pode ajudar as empresas maiores a elevar suas receitas com exportações. 

Ainda de acordo com o WSJ, analistas de câmbio esperam mais volatilidade para a libra enquanto Londres e Bruxelas negociam os termos da saída britânica. “O tom da primeira-ministra May tem sido intransigente e sugere a possibilidade de um Brexit duro, sem a manutenção de boas relações comerciais com a UE”, disse Robert Wood, economista do Bank of America Merrill Lynch no Reino Unido. “Esse foi o foco da libra nos últimos dois dias”, completou.

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Desde o Brexit a moeda britânica já acumula perdas de mais de 15%. Veja no gráfico abaixo o desempenho desde junho:

Gráfico libra

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.