Vale e siderúrgicas disparam até 6%; 3 small caps ganham destaque, com Lupatech saltando 47% hoje

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta terça-feira (26)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou praticamente no zero-a-zero nesta terça-feira (26), com a queda dos bancos contrabalanceando a disparada das ações de peso da Vale, que figuraram entre as maiores altas do índice. 

Fora do benchmark, chamou atenção o movimento de três small caps. A Lupatech subiu 47% somente nesta sessão, apesar de nenhum fato relevante ter sido divulgado pela companhia; a Senior Solution saltou até 9% na máxima do dia, na esteira de uma entrevista nesta manhã na InfoMoneyTV, em que o head de mercados de capitais, da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, afirmou que não surpreenderia se a ação subisse mais 40% este ano; e a IdeiasNet, que cai 48% em quatro pregões, em meio ao anúncio da quinta-feira passada de que seu conselho de administração recomendou encaminhar para deliberação da assembleia geral de acionistas uma proposta de restruturação regulatória. 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira (26): 

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Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,42,
 +5,74%; VALE5, R$ 14,59, +4,29%) e da maior parte das siderúrgicas registraram fortes ganhos nesta sessão, seguindo os ganhos do minério de ferro. O minério negociado em Qingdao fechou em alta de 2,15%, a US$ 58,08. Porém, vale destacar o alerta do UBS, ressaltando que o rali de minério de ferro é ameaçado por oferta maior.

Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 10,47, +4,17%) – holding que detém participação da Vale – e das siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 7,60, +3,68%), Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 2,66, +1,53%), CSN (CSNA3, R$ 11,21, +2,09%) e Usiminas (USIM3, R$ 8,45, +4,45%; USIM5, R$ 3,04, +5,92%). 

“A oferta que havia deixado o mercado está voltando”, disseram analistas, incluindo Daniel Morgan, em relatório de 25 de julho que também sinalizou o aumento da produção da Roy Hill, nova mina da bilionária australiana Gina Rinehart em Pilbara. “O crescimento da oferta em curso e a queda da demanda deverão pesar ainda mais sobre o mercado em 2017 em um momento de custos crescentes com energia e redução das margens”.

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Marfrig (MRFG3, R$ 5,36, -2,72%)
As ações da Marfrig viraram para leve alta depois de caírem até 3,09% na mínima do dia, a R$ 5,34, após ter a recomendação rebaixada pelo Bank of America Merrill Lynch, de compra para neutra. O banco prevê um segundo semestre bastante complicado para o setor frigorífico e espera que as empresas do setor reportem um segundo trimestre fraco. Porém, no longo prazo, o cenário continua positivo. 

Petrobras  (PETR3, R$ 13,78, -0,15%PETR4, R$ 11,88, -1,25%) 
As ações da Petrobras encerraram em queda, pressionadas pelos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato WTI registrou nesta sessão leve queda de 0,58%, a US$ 42,88 o barril. 

Ainda no radar da empresa, a estatal planeja um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para a BR Distribuidora, que será estendido aos funcionários de todas as subsidiárias colocadas à venda. O plano já foi aprovado pela diretoria executiva, mas ainda depende de aval do conselho de administração. A medida reforça a estratégia da companhia de reduzir seu tamanho.

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Já segundo a Folha de S. Paulo, o governo federal poderá controlar mercado de gás natural no lugar da Petrobras e estuda criar um operador nacional do mercado de gás natural, nos moldes do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), órgão que controla o fluxo de energia no Brasil. A medida faz parte de uma série de mudanças em estudo para preparar o mercado para a saída da Petrobras do setor, como parte de seu plano de desinvestimentos.

De acordo com informações do Valor Econômico,  o professor do programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ e conselheiro da Petrobras, Segen Estefen defendeu que os novos projetos do pré-sal brasileiro não vão conseguir conviver com um cenário de preços do petróleo a US$ 50 o barril se o país não apostar no desenvolvimento tecnológico. 

Via Varejo (VVAR11, R$ 7,68, -4,60%)
As units da Via Varejo caíram forte hoje, pressionadas pelo fraco resultado da Cnova, empresa de comércio eletrônico controlada pelo grupo francês Casino, que também comanda o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 54,60, -1,09%) e a Via Varejo. A Cnova reportou aumento de 278% no prejuízo em relação ao mesmo período do ano passado. Analistas de mercado observaram que as operações no Brasil continuam sendo o maior peso nos resultados consolidados da companhia, com vendas encolhendo na base anual e um Ebit negativo, à medida que a companhia reestrutura suas operações no País e se prepara para ser consolidada pela Via Varejo. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 26,06, +0,04%
Após a divulgação dos resultados do segundo trimestre (e a forte queda dos ativos na véspera), as ações da Lojas Renner chegaram a subir 3,22% na máxima deste pregão, a R$ 26,89, mas reduziram os ganhos ao longo do dia e fecharam praticamente estáveis. 

A varejista de moda reportou aumento do lucro para o segundo trimestre, o que a companhia atribuiu a menores remarcações de preços e a campanhas de controle de estoques e da inadimplência. A empresa anunciou que seu lucro líquido somou R$ 174,8 milhões no período, alta de 10,5% na comparação anual. De abril a junho, a receita líquida de vendas da companhia somou R$ 1,46 bilhão, alta de 8,2% sobre um ano antes. Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total subiu 9,2% ano a ano, a R$ 356 milhões. O índice inclui o resultado somado das operações de varejo e financeiras. A margem Ebitda ajustada total subiu 0,2 ponto, a 24,3%.

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O resultado, porém, foi também beneficiado pelo aumento da base de lojas que a companhia vem implementando, que deve acrescentar 450 novos pontos de venda até 2021. Para este ano, o plano de abrir 25 a 30 unidades da Renner, 15 da Camicado e 20 da Youcom está mantido. Considerando a base mesmas lojas, o crescimento das vendas no trimestre foi de apenas 2,9%. Um ano antes, o avanço tinha sido de 14,5%, também sobre um ano antes. No trimestre, as perdas no Cartão Renner, líquidas das recuperações de crédito, atingiram 3,9% da carteira total ante 4,3% um ano antes.

Em relatório, o BTG Pactual destacou os bons números da companhia e segue com recomendação de compra para os papéis, destacando o aumento das receitas mesmo em um cenário macroeconômico bastante complicado. “Os resultados da Renner apoiam nossa recomendação de compra dada a execução forte da companhia, diferenciais competitivos e fundamentos de longo prazo”, afirmam os analistas do banco. 

Klabin (KLBN11, R$ 16,45, -1,32%)
De uma alta de 2,6% no início do pregão em meio à divulgação dos resultados, as ações viraram para queda, acompanhando o setor de papel e celulose. As ações da Fibria (FIBR3, R$ 20,71, -1,38%) e da Suzano (SUZB5, R$ 10,51, -2,69%) registraram queda hoje. 

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 Antes de abrir o pregão, a Klabin registrou lucro líquido de R$ 1,27 bilhão, ante estimativa de R$ 958,3 milhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg e 329% acima dos R$ 296 milhões registrados no mesmo período do ano passado. A receita líquida subiu 27% na base de comparação anual, para R$ 1,7 bilhão. Já o Ebitda Ajustado foi de R$ 538 milhões, aumento de 37% na mesma base de comparação. Os números foram considerados sólidos pelos analistas do mercado: o BTG Pactual destacou os 20 trimestres consecutivos de crescimento do Ebitda, mas em linha com o esperado pelo mercado. 

TIM (TIMP3, R$ 8,25, +3,77%)
A TIM iniciou o pregão em baixa após registrar forte queda no lucro líquido e anunciar uma redução de cerca de 11% em seu plano de investimento entre este ano e 2018, que passou para R$ 12,5 bilhões. Porém, a ação virou para ganhos após o Bank of America Merrill Lynch elevar a recomendação para os ativos de neutro para compra, chegando a subir 5,03% na cotação máxima do pregão. 

Segundo o BofA, uma combinação de fatores levou à elevação da recomendação: 1) ainda parece subcomprada, apesar da performance superior; 2) o resultado do segundo trimestre foi ligeiramente acima das expectativas do banco; 3) nova orientação da administração da companhia; 4) o primeiro trimestre parece ter sido o “fundo” e 5) a dinâmica competitiva parece estável. Segundo o BofA, o guidance com menor capex e maior Ebitda dão indicações mais positivas sobre a ação. 

A empresa de telefonia fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 74,4 milhões ante resultado positivo um ano antes de R$ 943,5 milhões, baixa de 92%. Já o Ebitda caiu 44%, a R$ 1,24 bilhão.

No segundo trimestre, houve uma queda de 18% na base de clientes pré-pagos da empresa enquanto o número de pós-pagos teve elevação de 1,4%. A receita líquida da TIM recuou 12,4% no período. “Apesar do ambiente macro difícil e dos esforços crescentes para aquisição de clientes pós-pagos, a TIM tem conseguido manter uma percentagem de provisões sobre receita bruta em níveis muito saudáveis (1,2 %), repetindo a relação do primeiro trimestre”, afirmou a operadora. 

Gol (GOLL4, R$ 5,03, -6,33%)
As ações da Gol afundaram em meio à novela sobre a mudança na lei sobre o capital externo nas áereas brasileiras. O Diário Oficial da União (DOU) traz publicada nesta terça-feira, 26, a Lei 13.319/2016, que estabelece mudanças no setor de empresas aéreas, com vetos. Um deles refere-se à participação de capital estrangeiro nas companhias nacionais. O presidente em exercício, Michel Temer, cumpriu acordo feito com o Senado e retirou do texto final da Medida Provisória 714/2016 o artigo que aumentava para 100% a participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas. Com isso, essas companhias só podem ter participação externa de até 20%, como é hoje.

A MP foi enviada ao Congresso por Dilma Rousseff, mas o texto original previa um aumento dos atuais 20% para até 49%. No entanto, com apoio do Governo Temer, os deputados retiraram qualquer limite para capital externo. Só que a decisão não foi bem recebida pelos senadores, muitos deles inclusive da base do presidente em exercício. Com a divergência, apesar de ser desejo do Planalto ampliar essa participação, o presidente Temer decidiu vetar o artigo para, depois, retomar às discussões e tentar ampliar o limite de participação estrangeira nas aéreas do País, pelo menos, para 49%.

Entre outros pontos, a lei sancionada extingue, a partir de 1º de janeiro de 2017, o adicional de tarifa aeroportuária cobrada das empresas para compor o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), porém, deverá alterar os valores das outras tarifas para incorporar o valor referente à extinção do adicional.

Ideias Net (IDNT3, R$ 3,47, -15,37%)
Pelo quarto pregão seguido, as ações da small cap Ideias Net registraram forte queda, com forte volume financeiro de R$ 512,9 mil, contra média diária de R$ 81,8 mil nos últimos 21 pregões. Nos últimos quatro pregões, a queda acumulada é de 48%. 

O movimento ocorre em meio ao anúncio da quinta-feira passada de que seu conselho de administração recomendou encaminhar para deliberação da assembleia geral de acionistas uma proposta de restruturação regulatória. A ideia é reduzir os custos com listagem na Bolsa, e assim cancelar o registro de companhia aberta e sair do segmento “Novo Mercado”, tendo em vista sua “grave situação econômico-financeira”.

Para justificar tal movimentação, a companhia explica que, desde a abertura de capital, tinha por objetivo adquirir participações societárias no setor de tecnologia, para sua futura alienação. Também figura nas justificativas o fato de o “capital social bastante pulverizado” fazer com que a empresa não tenha controlador definido, sem contar com o fato de os papéis terem “baixíssima liquidez”.

Diz o fato relevante enviado ao mercado que “a companhia precisa, com urgência, reduzir a complexidade de sua estrutura e os seus altos custos regulatórios” para conseguir superar a crise em que se encontram algumas companhias de seu portfólio, que se reflete no patrimônio líquido da companhia negativo em R$ 114 milhões no primeiro trimestre de 2016. A Ideiasnet classifica o atual momento como de desinvestimentos, sem expectativas de realização de novos investimentos.

Energias do Brasil (ENBR3, R$ 14,88, +1,36%)
As ações da EDP Energias do Brasil fecharam em alta após a companhia divulgar seus números do lucro líquido de R$ 97,8 milhões no segundo trimestre, com queda de 86,8% frente o mesmo período de 2015. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 448,1 milhões, queda de 63,3% ante mesma etapa do ano passado. A Haitong destaca que, mesmo com os números abaixo da expectativa, eles já estão em boa parte precificados no papel. 

Eletropaulo (ELPL4, R$ 12,40, -5,85%) 
As ações da Eletropaulo têm uma queda acumulada de 13% nos últimos dois pregões, após terem disparado 115% desde o último dia 15 de junho, em meio aos rumores de vendas de ativos. O volume negociado nesta primeira hora de pregão é de R$ 8,5 milhões, um pouco menos da metade da média de R$ 19,534 milhões dos últimos 21 pregões. 

Atompar (ATOM3, R$ 2,04, -5,56%)
Para deixar o status de “penny stock”, a “proprietary trading” da Bolsa realizou seu segundo grupamento de ações em menos de dois meses. Desta vez, a proporção da movimentação foi de três para uma ação ordinária, o que fez os papéis abrirem cotados a R$ 2,05, mas logo mergulharem até 12,96% na mínima do dia. Desde sua estreia no mercado de capitais brasileiro após a compra da Inepar Telecomunicações até agora, as ações ATOM3 somam valorização próxima a 150%, apesar de recuarem mais de 50% desde janeiro deste ano. 

Lupatech (LUPA3, R$ 3,79, +47,47%)
As ações da Lupatech dispararam hoje, com forte volume financeiro de R$ 893,2 mil, contra média diária de R$ 73,8 mil dos últimos 21 pregões. Apesar do forte movimento, nenhum fato relevante foi divulgado pela companhia nesta data. Vale destacar que, no final de junho, a fabricante de equipamentos para a indústria de petróleo e gás informou que a justiça do Estado de São Paulo aceitou dois recursos de credores e anulou a homologação do plano de recuperação judicial da companhia. 

Senior Solution (SNSL3, R$ 13,89, +8,52%)
As ações da Senior Solution dispararam, com volume financeiro atingindo R$ 1,2 milhão hoje, contra média diária de R$ 317,6 mil nos últimos 21 pregões. Vale destacar que a empresa foi o tema da 
segunda entrevista do Painel de Small Caps – InfoMoney”, que teve como convidado o head de mercado de capitais da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto. Ele disse que a ação do setor de tecnologia, tem um potencial de alta de quase 30% em relação ao fechamento do pregão de ontem, mas que essa é a projeção “conservadora”. “Não espantaria se subisse mais 40% em 2016”, disse ele. Confira a análise completa clicando aqui.