Ibovespa Futuro cai após pedidos de prisão de Renan, Jucá, Sarney e Cunha

Pré-market aponta para dia de queda em meio ao cenário político indefinido

Equipe InfoMoney

Ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot (Crédito: Agência Brasil)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta terça-feira (7) após após a série de pedidos de prisão expedidos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do ex-presidente do Senado, José Sarney. Os pedidos foram baseados em indícios de que Renan, Sarney e Jucá agiram para tentar barrar a Operação Lava Jato. 

 Lá fora, as bolsas internacionais sobem ainda refletindo a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que minimizou o relatório de emprego fraco da sexta-feira, mas não sinalizou uma data para o aumento de juros. 

Às 9h17 (horário de Brasília), o contrato futuro do índice para junho caía 0,50%, a 50.170 pontos. Já o dólar futuro para julho tem alta de 0,54% a R$ 3,537. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 avança 3 pontos-base a 13,60%, enquanto o DI para janeiro de 2021 registra ganhos de 13 pontos-base a 12,45%. 

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Entre as commodities, o minério de ferro spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao tem alta de 2,80% a US$ 52,54 a tonelada seca. 

Sabatina de Ilan Goldfajn
O economista Ilan Goldfajn, indicado para a presidência do Banco Central, será sabatinado no Senado nesta terça às 10h (horário de Brasília). Luiz Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, não acredita que Goldfajn tenha problemas para passar pela análise dos senadores. “O Ilan já passou pelo BC e é um nome muito bom para o cargo. Nem mesmo a atual oposição, que é o antigo governo, irá pressionar ele acima do razoável.”

PIB da zona do euro
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu mais do que inicialmente estimado no primeiro trimestre, de acordo com a segunda estimativa publicada hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Entre janeiro e março, a economia do bloco avançou 0,6% ante o último trimestre de 2015 e registrou aumento de 1,7% na comparação anual. Com isso, a expansão anualizada do PIB da zona do euro no primeiro trimestre foi de 2,2%. Os dados do quarto trimestre em comparação com o terceiro foram revisados de +0,3% para +0,4%. Na comparação anual, o resultado passou de +1,6% para +1,7%. 

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Início da Reunião do Copom
Hoje começa a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) sob a presidência de Alexandre Tombini. A expectativa dos economistas é que o BC mantenha a taxa básica de juros, Selic em 14,25%, de modo que Tombini não deixe uma mudança de direção na política monetária para o próximo presidente da autoridade monetária. 

Destino de Cunha e novidades da Lava Jato
Depois de seis meses em tramitação, pode ser concluído hoje o processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Os 21 integrantes do colegiado começam a discutir e votar o parecer favorável a seu afastamento na manhã desta terça-feira (6). Mas, o desfecho pode ocorrer apenas na quarta ou quinta-feira, caso os debates se estendam por horas e seja iniciada a Ordem do Dia no plenário da Casa, o que impede que qualquer votação ocorra nas comissões. Cunha é acusado de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, quando negou a existência de contas no exterior em seu nome, o que poderia caracterizar quebra de decoro parlamentar. Havia a expectativa de que o relator do caso, Marcos Rogério (DEM-RO), também incluísse em seu parecer as acusações de recebimento de propina para viabilizar contratos com estatais brasileiras. Mas, por orientação da Mesa Diretora, Rogério não considerou essas denúncias no voto. Além disso, deve movimentar a sessão a notícia do jornal O Globo de que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney por tentativa de barrar a Operação Lava Jato. 

Cenário externo
As bolsas mundiais têm um dia positivo, em especial na Europa, com a avaliação de que a fala da véspera da chairwoman do Federal Reserve, Janet Yellen, reforçou a ideia de que alta de juros do Fed não está próxima (no caso, ainda em julho).  Yellen disse ontem que juros devem subir gradualmente e se negou a especificar um prazo; já no pronunciamento de 27 de maio, ela havia sido mais clara, ao mencionar alta “nos próximos meses”. Vale ressaltar que, após o payroll bem abaixo do esperado na última sexta, o mercado passou a precificar que uma alta de juros ocorrerá só em dezembro. Além disso, destaque para a revisão dos dados do PIB da zona do euro sendo mais positivos do que a primeira estimativa. Com isso, o DAX sobe 1,68%, o FTSE tem alta de 0,43% e o CAC 40 avança 1,19%. Na Ásia, a sessão foi de maior cautela para o Nikkei, que avançou 0,58%, para Xangai, com leve alta de 0,07%, enquanto o Hang Seng subiu forte, com ganhos de 1,42%. O petróleo tem leves ganhos, com o brent em alta de 0,55%, a US$ 50,83 o barril. 

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O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

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