Gráficos anteciparam há 82 dias que dólar chegaria nos R$ 3,20; o que eles dizem agora?

Momento agora é de indefinição da moeda, mas "muito longe ainda de uma mudança de tendência de baixa", disse Caio Toledo, consultor de gerenciamento de risco da INTL FCStone

Paula Barra

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SÃO PAULO – Para os céticos que não viam chances do dólar cair até a casa dos R$ 3,20 nos primeiros meses do ano, a análise técnica já dizia isso há 82 dias, quando o contrato futuro da moeda, negociado na BM&FBovespa, confirmou um pivô de baixa (padrão gráfico que indica o início ou a continuidade de uma tendência de baixa).

“Ontem, tivemos a conclusão de um movimento que poucos acreditavam, principalmente pelo fato de ser um valor relativamente baixo, dado cenário interno e externo”, disse o analista gráfico e consultor de gerenciamento de risco da INTL FCStone, Caio Toledo. Isso porque o contrato futuro da moeda bateu ontem nos R$ 3,237 (para depois encerrar ainda mais baixo, a R$ 3,225), alvo de 100% da projeção do pivô de baixa que foi confirmado no início de março (como pode ser visto no gráfico abaixo). 

Para fazer essa projeção, o investidor deve pegar a distância entre o primeiro topo e o fundo de rompimento (que, neste caso, ocorreu nos R$ 3,921) e projetá-lo para baixo. O alvo de 100% refere-se à sequência de Fibonacci, muito utilizada na análise técnica para traçar possíveis níveis de suporte e resistência das correções do mercado. A sequência, no caso, vai de 0%, 38,2%, 50%, 61,8% e 100% (para saber mais sobre Fibonacci clique aqui). 

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Segundo Toledo, os próximos capítulos do dólar serão difíceis de prever, mas cabe mencionar que a chegada no alvo de 100% de projeção de Fibonacci; o toque no valor de várias resistências passadas, que viraram atuais suportes para o ativo; e a volta até a retração de 61,8% de todo movimento de alta que se finalizou no ano de 2016 tendem a mostrar que haverá brigas entre compradores e vendedores nesta região. Ele disse, no entanto, que um ponto fica claro aqui: “Estamos ainda sobre forte tendência de baixa e muito longe ainda de uma mudança de tendência do ativo”.

Confira abaixo o gráfico diário do dólar futuro traçado por Caio Toledo:

DOLFUT

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