Publicidade
SÃO PAULO – A janela de esperança que se abriu no Brasil pelo processo de impeachment ainda é muito pequena, enquanto os riscos são muito grandes – mais do que o rali recente dos ativos brasileiros sugere, disse a BCA Research, em relatório divulgado após o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República.
Para os estrategistas Santiago Gomez e Marko Papic, da casa de research independente, as ações brasileiras não estão sobrevendidas ou baratas, enquanto a realidade política está muito aquém das expectativas do mercado. “Pode ser que a dinâmica do mercado brasileiro se torne um caso de ‘subiu no rumor, caiu no fato’. O tempo dirá”, comentaram.
“Como o senador Aécio Neves, líder do partido oposicionista PSDB e um aliado de Temer no Congresso, disse, seguindo o impeachment de Dilma: Temer não pode cometer erros agora. Similar a isso, o mercado brasileiro está precificando uma condução política perfeita e isso não deixa espaço para decepções”, destacaram os estrategistas. Eles acrescentam ainda que isso mostra que a campanha para 2018 já começou e o PSDB, assim como outros partidos, não tem nenhum interesse que a administração de Temer seja muito bem sucedida.
Continua depois da publicidade
Gomez e Marko Papic acreditam que, para que se desenvolva um outro rali na Bolsa, as medidas políticas precisam mostrar 3 pilares macroeconômicos que promoveu sucesso no passado: credibilidade no regime de inflação, austeridade fiscal e taxa de câmbio flutuante.
Além disso, eles acrescentam que o Brasil continua sendo o player de maior risco entre os emergentes e, quando vir uma reversão dos emergentes (que já começa a entrar no radar), o Brasil é o que mais sentirá o peso dessa virada de mão.
Diante desse cenário, ainda sem brilho para o País, eles recomendam que os investidores continuem “evitando” os ativos brasileiros. O BCA está underweight (desempenho abaixo da média) no País.