Os 4 assuntos que vão agitar o pregão desta quarta-feira

Mercado ficará de olho em Copom e estoques do petróleo; confira mais destaques que você precisa saber

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa tentou um alívio nesta terça, mas acabou fechando quase estável em meio a uma nova queda do petróleo. O cenário, então, continua de pessimismo para Bolsa, ainda mais em meio ao cenário de tensão global desta quarta-feira. Hoje, será importante olhar para a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidirá a taxa de juros do Brasil e poderá enviar um sinal de mais credibilidade ou de indecisão na política monetária. Não bastasse isso, ainda teremos os estoques do petróleo, que, a julgar pelo que ocorreu na semana passada, deve gerar alguma volatilidade nos mercados. 

Veja quais são os quatro assuntos que vão agitar o pregão desta quarta-feira (20):

1. Bolsas mundiais
A tensão domina os mercados externos na sessão desta quarta-feira. As ações europeias caem mais de 3%, com Shell e mineradoras puxando perdas. O petróleo recua e o brent é negociado por volta dos US$ 28 o barril após a AIE dizer que mercado pode se “afogar” em oferta, enquanto o dólar sobe contra moedas ligadas a commodities. O japonês Nikkei entrou em bear market, fechando em queda de 3,71%, enquanto Xangai fechou em baixa de 1,04% e Hang Seng tem baixa de 3,82%, em meio às preocupações com o crescimento global, China e queda dos preços do petróleo. As ações chinesas caíram nesta quarta-feira, devolvendo parte dos ganhos de 3 por cento da sessão anterior, após o regulador do mercado aprovar uma nova onda de ofertas públicas iniciais de ações (IPO), enquanto no restante do continente as ações recuaram para uma nova mínima de quatro anos com a queda implacável do petróleo desferindo um novo golpe no apetite por risco dos investidores. Na Europa, o dia também é de quedas, com o DAX em queda de 2,7% e o CAC 40 em baixa de 2,90%.  Ontem, o FMI cortou a projeção de crescimento mundial de 3,6% para 3,4% este ano. 

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2. Copom
Em meio a muita indefinição sobre a decisão do Copom , o presidente do Banco Central Alexandre Tombini confundiu os mercados ontem, ao divulgar nota em que afirmou que as revisões das projeções do PIB brasileiro pelo FMI para baixo foram “significativas”, seguindo-se à notícia de que o presidente do BC teve um encontro não-oficial com a presidente Dilma Rousseff. A notícia, da Agência Estado, destacava que o governo contava como uma alta de 0,25 ponto percentual da Selic. As possibilidades de decisão do Copom hoje são três: uma alta de 0,5 p.p., uma de 0,25 p.p. e uma manutenção dos juros no patamar atual. A não ser que o comitê opte pela primeira opção, o mercado deve reagir negativamente, já que mostrará uma interferência do governo e na cúpula do PT em uma decisão da autoridade monetária. 

4. Inflação nos EUA
Um dos dados mais observados pelo Federal Reserve antes de uma decisão de política monetária, às 11h30 sai o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Relativo a dezembro de 2015, o dado deve apresentar uma estabilidade, mesmo resultado do mês anterior. 

5. Pauta política
A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenta adiar a análise da denúncia contra o deputado feita pela PGR (Procuradoria-geral da República). O pedido, feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) faz parte da resposta de Cunha à denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre o suposto recebimento de propina de US$ 5 milhões em contrato da Petrobras (PETR3; PETR4). Ainda na pauta política, hoje a presidente Dilma Rousseff reúne-se hoje, pela primeira vez neste ano, com o vice-presidente Michel Temer. 
Desde o dia 9 de dezembro, Dilma não se encontra com Temer. Por ocasião do Natal, a presidente telefonou ao vice-presidente, e, no réveillon, ele retribuiu o gesto. O assunto da conversa não foi divulgado pelas assessorias da Presidência da República, nem da Vice-Presidência.

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(Com Reuters e Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.