Fim do feriado chinês marcará “teste de fogo” das bolsas semana que vem; entenda

Feriado deixará semana mais curta, mas China não deixará mercado descansar da volatilidade

Paula Barra

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SÃO PAULO – A próxima semana será mais curta com feriado no Brasil e Estados Unidos na segunda-feira (4), mas a volatilidade que vem acompanhando os mercados não deve dar trégua, com a China voltando ao centro das atenções depois da pausa na quinta e sexta-feira.

A próxima semana começará com um teste para os mercados com a retomada da Bolsa de Xangai à ativa. O mercado especula que a China possa reduzir seu apoio ao mercado de ações depois de forte intervenção na semana passada. Fontes disseram à Bloomberg que as autoridades locais estavam tentando estabilizar os ativos antes do feriado militar do dia 3 de setembro, quando foi celebrado o 70° aniversário da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial.

Depois de dois dias de susposto alívio nos mercados, fica a grande dúvida do que pode acontecer na China na segunda-feira. Não apenas por expectativa de como o governo de lá deve se mover, mas pelos dados que serão divulgados no gigante asiático, disse o economista Jason Vieira, da Infinity Asset Management. Por lá, sairão dados da balança comercial referente ao mês de agosto, que apesar de uma redução nas importações e exportações, deve mostrar uma melhora. “Se vier melhor, isso trazer um efeito positivo, mitigando um cenário de tensão com a volta do mercado por lá, já que vai apontar que de alguma maneira a desvalorização do yuan foi positiva para a economia do país”, comentou. 

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“Pelo contexto da semana, não devemos descansar da volatilidade”, destacou Vieira, lembrando que, além da China, outros dados econômicos devem ser acompanhados e contribuirão para ditar o humor dos investidores. 

“A China deverá ser acompanhada com cuidado, mas a questão política e dados da economia brasileira também devem ser olhados com atenção”, lembrou o economista André Muller, da Quest Investimentos. Nos Estados Unidos, a agenda mostra-se mais fraca após Relatório de Emprego divulgado hoje mostrar criação de emprego abaixo do esperado, mas taxa de desemprego melhor do que o previsto.

No Brasil, os olhos se voltarão para os desdobramentos dos rumores sobre o descontentamento de Joaquim Levy, ministro da Fazenda, com o comando da política econômica. O ministro deve retornar ao longo da semana de viagem à Turquia, Espanha e França. O mercado vai checar se manifestações de apoio ao ministro vão se materializar em sustentação às suas políticas. Além disso, dados econômicos de inflação e a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) serão monitorados com atenção.

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Confira os principais destaques da agenda da próxima semana: 

Ata do Copom
Na quinta-feira, o mercado ficará de olho na ata do Copom, que deve dar sinalizações sobre os próximos passos do Banco Central. Na reunião desta semana, o Copom manteve a Selic em 14,25% ao ano, indo em linha com a expectativa do mercado, apesar da disparada do dólar e de deterioração fiscal. Para o Credit Suisse, a ata provavelmente discutirá a recente deterioração do balanço de riscos para a inflação. 

IPCA
No mesmo dia, o IBGE divulgará a IPCA para agosto. O Credit Suisse prevê inflação de 0,21% no mês passado, inferior ao IPCA-15 de agosto (0,43%) e o IPCA de julho (0,62%). Um resultado compatível com a inflação ao consumidor entre janeiro e agosto, alcançando 7,1% – o segundo maior patamar para a inflação nesse período desde o início do regime de metas inflacionárias. 

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“Novo” Ibovespa
Passa a vigorar na próxima terça-feira a nova carteira teórica do Ibovespa. A terceira e última prévia divulgada nesta sexta-feira mostrou a inclusão das ações da Raia Drogasil (RADL3) e Equatorial (EQTL3), e a saída de Marcopolo (POMO4), Eletrobras PN (ELET6), Duratex (DTEX3) e Gafisa (GFSA3). 

Outros indicadores: 

Balança comercial chinesa
A China divulgará dados da balança comercial do mês de agosto. O mercado espera retração de 5% nas exportações na comparação anual, contra queda de 8,3% no resultado anterior. Já as importações devem recuar em 6%, ante queda de 8,1%.

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PIB da zona do euro
O PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro será revelado na terça-feira. A expectativa do mercado é de crescimento de 1,2% no segundo trimestre, estável na comparação com o mesmo período de 2014.  

Para conferir todos os eventos da semana, veja a agenda InfoMoney clicando aqui.