VIX bate máxima em 7 anos: conheça o “Índice do Medo” e saiba por que ele é importante

O índice mede a volatilidade das opções sobre ações do S&P 500 negociadas na bolsa de Chicago, e indica momentos de grande nervosismo do mercado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Conhecido pelo mercado “como índice do medo” por medir a volatilidade dos mercados, o VIX Index (Chicago Board Options) atingiu, na abertura desta segunda-feira (24), seu maior patamar desde janeiro de 2009, ao marcar os 53,29 pontos, superando também a elevada marca dos 26,24 em outubro do ano passado. O cenário de pânico refletido no gráfico do indicador responde ao pessimismo do mercado com o futuro da economia chinesa, em meio a uma forte onda de desvalorização da moeda local – o yuan – e a desaceleração dos principais indicadores econômicos da segunda maior economia do mundo.

O quadro desolador fez com que a bolsa de Xangai despencasse, em um único dia, 8,46%, em seu pior pregão desde 2007, enquanto as cotações das principais commodities atingiram as mínimas em 16 anos. O movimento reforça o ambiente de sell-off generalizado de ativos tidos como mais arriscados. Ativos vistos como um porto-seguro, como títulos de governo e o iene, apresentaram ganhos em meio à instabilidade nos mercados financeiros. O gatilho para as turbulências veio sob a forma da forte desvalorização do yuan chinês, que alimentou temores sobre o estado da segunda maior economia do mundo.

Os desdobramentos da China já chegaram ao mercado acionário europeu e brasileiro. No velho continente, por volta das 11h10 (horário de Brasília), o índice FTSE 100 acumulava perdas de 5,51%, enquanto o alemão DAX despencava 6,60%. Por aqui, a queda do Ibovespa era de 4,53% no mesmo horário. Com isso o benchmark da bolsa brasileira somava 43.647 pontos e já mostra perdas acumuladas superiores a 12% em 2015.

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Entenda o VIX
O índice mede a volatilidade das opções sobre ações do S&P 500 negociadas na bolsa de Chicago – a CBOE (Chicago Board of Options Exchange) -, e indica momentos de grande nervosismo do mercado. As opções são naturalmente voláteis, mas costumam ganhar ainda mais volatilidade em momentos de dificuldade – quando o mercado entra em quedas. Com o aumento das incertezas envolvendo a China, é natural que a volatilidade nos mercados cresça e pressione o VIX para novas altas.

Como o VIX costuma subir ao mesmo tempo em que se vê queda no S&P 500 – principal índice de ações dos EUA -, os investidores especulam que esse investidor, e todos os outros que operam o VIX, apostam em um cenário de queda sistêmica na bolsa. Esses temores são amplificados pela proximidade da votação do orçamento nos EUA, que pode ou conter um déficit muito grande, e jogar mais preocupações sobre a situação fiscal do país, ou cortes de gastos, que pode fazer com que o país volte para recessão.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.