TIM afunda 4%, Sabesp dispara, siderúrgicas caem e Vale sobe; veja mais

Confira abaixo o que ganhou destaque na Bovespa na sessão desta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa amenizou os ganhos nesta quinta-feira (16), em meio a tensão no cenário político interno com a notícia de que a Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) abriu investigação criminal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por suposto tráfico de influência nacional e internacional em defesa dos interesses da Odebrecht. No índice, as ações da Sabesp, Smiles e Pão de Açúcar apareceram na ponta positiva, enquanto o lado oposto é liderado por TIM, Natura e Usiminas. 

Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 13,27, +0,68%; PETR4, R$ 11,92, +1,02%)
O jornal O Globo, citando uma fonte próxima da estatal, afirmou que a Petrobras estuda se desfazer de 10% de sua participação no pré-sal da Bacia de Santos. Com isso, a fatia da estatal passaria de 40% para 30%, o mínimo exigido pela lei. De acordo com a publicação, a Petrobras tem pressa em tocar seu plano de desinvestimentos, que prevê arrecadação de US$ 15,1 bilhões só neste ano. Além de Libra, a estatal já abriu data room virtual (área com documentos dos ativos à venda) para a venda de participações acionárias em seis blocos exploratórios, dos quais um no pós-sal e cinco no pré-sal na Bacia de Santos.

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Enquanto isso, o jornal O Estado de S. Paulo diz que o Conselho da estatal pode analisar novas vendas de ativos já na próxima reunião do dia 24 e acelerar estudos para vendas programadas para 2017-2018 como forma de responder às desconfianças do mercado sobre a viabilidade do plano de vender até US$ 57 bi em ativos. De acordo com a publicação, o Conselho deve aprovar no próximo encontro algumas transações em nível avançado, como a venda da Gaspetro.

Vale (VALE3, R$ 17,66, +3,21%; VALE5, R$ 14,82, +2,21%)
A mineradora teve dia de fortes ganhos entre valorização do minério de ferro na China e corte no guidance da Rio Tinto para 2015. Nesta quinta, a commodity subiu 0,22%, para US$ 50,66 a tonelada. As ações da Bradespar (BRAP4, R$ 9,85, +1,23%), holding que detém forte participação na Vale, também subiram. 

As companhias australianas começam a divulgar seus dados de produção do segundo trimestre. Ontem, a Rio Tinto anunciou seus números. O grande destaque ficou com a mudança para o guidance de produção do minério de ferro em 2015. Devido a problemas climáticos no primeiro semestre, as remessas foram reduzidas em 7 milhões de toneladas. Dessa forma, a empresa espera agora que o volume para 2015 caía de 350 milhões de toneladas para 340 milhões de toneladas. Vale lembrar, no entanto, que essa mudança não foi por conta de racionalidade de mercado e foco nos preços, mas por problemas meteorológicos. No dia 22 de julho, a BHP Billiton deve divulgar seus dados do período. 

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O otimismo das ações da Vale, no entanto, não foram acompanhados nessa sessão pelos papéis das siderúrgicas: Usiminas (USIM5, R$ 4,15, -3,49%), CSN (CSNA3, R$ 4,58, -1,93%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,53, -0,91%). A exceção é a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,70, +2,84%), que tem alta nesse pregão, mas depois de desabar 10,6% na terça-feira passada. 

Sabesp (SBSP3, R$ 18,97, +5,10%)
Após dois reajustes tarifários em seis meses, a conta de água e esgoto pode subir de novo para os consumidores da capital paulista. A Sabesp quer repassar para a fatura dos clientes paulistanos o encargo de 7,5% da receita bruta obtida na cidade que é obrigada a depositar no Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura para execução de obras.

O repasse para os consumidores foi autorizado em março de 2013 pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo), que fiscaliza os serviços da Sabesp, mas foi suspenso no mês seguinte a pedido do governo Geraldo Alckmin(PSDB), com o argumento de que estudaria “métodos de redução nos impactos aos consumidores”.

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Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,15, -3,26%)
O fundo soberano começou a vender ações do Banco do Brasil no mês passado como parte da estratégia de se preparar para usar os recursos do fundo no ajuste fiscal, segundo a Bloomberg, citando uma pessoa com conhecimento direto da operação. O fundo vendeu 1 milhão de ações em junho, segundo dados compilados pela Bloomberg

A venda pode marcar o início de uma redução maior da participação do fundo no BB, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque a estratégia não é pública. De acordo com a Bloomberg, o fundo usou os recursos da venda para investir em títulos do Tesouro.

Telecomunicações
Aparentemente, o projeto que veio do Ministério do Planejamento propõe aumentar a taxa do Fistel em 189% para vários produtos, mas não para a rede sem fio, que é de longe o mais importante, comentaram analistas do mercado, dado a quantidade de cartões SIM para fora. O aumento do Fistel para wireless seria de apenas 3%.

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Se a informação se confirmar, será positivo para Telefônica (VIVT4, R$ 43,90, +1,39%), TIM (TIMP3, R$ 9,35, -3,91%) e Oi (OIBR4, R$ 5,29, -0,75%), comentaram analistas. As empresas pagam aproximadamente R$ 5 bilhões por ano em Fistel, portanto, qualquer aumento substancial seria prejudicial para os lucros e fluxo de caixa das companhias. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do setor é de R$ 40 bilhões.

Apesar da visão positiva, hoje as ações da TIM aparecem como a segunda maior queda do Ibovespa. Neste momento, o saldo vendedor era liderado em larga vantagem pelo Bank of America Merrill Lynch, que intermediava um volume de vendas de R$ 9,04 milhões no papel. Operadores de mercado comentaram, no entanto, que não viram nenhum motivo específico para essa queda. 

Sobre a Oi, há no radar também a informação de que a Fitch Ratings rebaixou o rating da companhia para ‘BB’, de ‘BB+’. A perspectiva é negativa. O rebaixamento reflete, principalmente, o ambiente operacional negativo no Brasil e a fraca posição de mercado da Oi, assim como a contínua geração negativa de fluxo de caixa livre da companhia, que, segundo as expectativas da Fitch, não será controlada a curto e médio prazos.

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Kroton (KROT3, R$ 11,70, -2,34%)
Após abrir com alta de quase 2%, as ações da companhia de educação foram perdendo força até virarem, sendo neste momento cotadas entre as maiores quedas do dia. De acordo com matéria da revista Exame, a Kroton fez uma oferta para comprar o Ibmec. A matéria destaca que o valor estimado da operação é de R$ 700 milhões. O grupo Anima (ANIM3, R$ 20,70, -0,53%) e os americanos DeVry e Kaplan também teriam interesse na compra, informa a revista.

Smiles (SMLE3, R$ 58,00, +4,50%)
A companhia administradora de programas de fidelidade chega ao seu quarto pregão de alta nos últimos cinco, subindo 7% no período. Com esse desempenho, as ações renovam pelo segundo dia seguido sua máxima histórica. 

Energias do Brasil (ENBR3, R$ 12,35, +2,15%)
A companhia assinou contrato de venda da Pantanal Energética para a Cachoeira Escura Energética por R$ 390 milhões. A Pantanal tem capacidade instalada de 51,1 megawatts e duas Centrais Hidrelétricas no Mato Grosso do Sul, a UHE Assis Chateubriand(Mimoso) e a PCH Paraiso I, com capacidade instalada de 29,5 MW e 21,6MW, respectivamente, disse a empresa.

Segundo a equipe do Bradesco BBI, o acordo confirma compromisso da gestão da EDP em melhorar eficiências, elevar sinergias, enquanto vende ativos não estratégicos e conclui projetos em andamento. “A notícia é positiva e aumenta ainda mais nossa confiança de que companhia está na direção correta, enquanto reconquista gradualmente a confiança do mercado”, disseram os analistas.

Cyrela (CYRE3, R$ 9,42, -0,42%)
A Cyrela reportou uma prévia operacional do segundo trimestre mais fraca, com lançamentos acima do esperado (R$ 1,07 bilhões, representando uma alta de 20% na comparação anual), mas vendas abaixo do estimado em R$ 814 milhões, queda de 35% na mesma base de comparação, comentou o BTG Pactual.

Já o Credit Suisse comentou que os números foram neutros. “Enquanto o consolidado indica uma melhora pequena na velocidade de vendas (VSO), isso parece ser explicado principalmente por causa do aumento de lançamentos na comparação com o trimestre anterior”, disseram os analistas. Apesar das ações já terem ajustado parte do rali de março/abril, o banco suíço continua com uma visão cautelosa sobre a ação, seguindo preocupado com o segmento de média-renda. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 75,30, +3,15%)
O Carrefour publicou seus números de vendas do segundo trimestre nesta manhã, com vendas totais crescendo 4,2% na comparação anual, em linha com o consenso Bloomberg. Para o Credit Suisse, apesar de ter crescimento mais do que duas vezes o registrado pelo Pão de Açúcar no Brasil, a diferença de performance entre as redes está diminuindo.

Já o BTG Pactual comentou que vê, nos próximos dois trimestres, uma reversão de tendência, com o Carrefour desacelerando e o Pão de Açúcar melhorando as vendas no segmento ‘nas mesmas lojas’. Os analistas, no entanto, seguem cautelosos com Pão de Açúcar, apesar de enxergar um potencial de queda limitado para o papel.