Economia da atenção: o novo campo de batalha do assessor de investimentos

Mais do que falar de produtos, o assessor cada vez mais precisa gerar confiança, traduzir complexidade e entregar sentido em meio ao excesso de informação

Daniel Demétrio

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Vivemos em um mundo em que o bem mais escasso não é o dinheiro nem o tempo, mas sim a atenção. No meio de tanta informação, notificações, vídeos, mensagens e estímulos digitais, prender o foco de alguém se tornou um verdadeiro desafio. E essa escassez virou valor de mercado. Por isso, chamamos essa realidade de Economia da Atenção.

Ainda em 1971, o economista e Prêmio Nobel Herbert Simon já antecipava esse fenômeno ao afirmar: “Uma riqueza de informação cria uma pobreza de atenção.”

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Ou seja, quanto mais dados e estímulos temos à disposição, mais difícil é manter o foco no que realmente importa.

Esse fenômeno tem efeitos profundos: aumento da ansiedade, queda de produtividade e uma sociedade cada vez mais reativa.

E tudo isso acontece justamente no momento em que vivemos uma das maiores disrupções da história recente: a ascensão da inteligência artificial.

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Em minha visão, estamos diante de um movimento talvez mais transformador do que a Revolução Industrial, que teve início na segunda metade do século 18, pelos enormes ganhos de produtividade gerados com a inteligência artificial. A IA acelera a produtividade, redefine profissões e muda, em tempo real, a forma como consumimos, aprendemos, trabalhamos e investimos.

Agora, trago isso para o nosso mundo: o da assessoria de investimentos. Se antes o desafio era apenas técnico, hoje é também emocional, comportamental e comunicacional. O cliente está exposto a uma avalanche de estímulos: gurus, influencers, conteúdos contraditórios e promessas de “atalhos” financeiros. Isso gera ruído, dúvida e dispersão.

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Diante disso, o verdadeiro diferencial do assessor está em conseguir captar e sustentar a atenção do cliente com relevância, consistência e clareza. Mais do que falar de produtos, é preciso gerar confiança, traduzir complexidade e entregar sentido em meio ao excesso de informação.

A atenção virou ativo estratégico. Quem souber cuidar dela com responsabilidade terá um espaço duradouro na mente e na vida do cliente.

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No fim das contas, atenção é o “novo petróleo”. E, como tal, deve ser explorada com inteligência, ética e visão de longo prazo.

Bem-vindos à era da qualidade e, mais do que nunca, da experiência do cliente!

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Daniel Demétrio

Sócio-fundador da M7 Investimentos