Saiba como o Dia de los Muertos impulsiona a economia mexicana

Celebração tradicional toma as ruas do México entre 31 de outubro e 2 de novembro, movimentando quase 50 bilhões de pesos no encontro entre cultura ancestral e negócios

Equipe InfoMoney Reuters

Catrina no Dia de Los Muertos, no México, Reuters
Catrina no Dia de Los Muertos, no México, Reuters

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No sábado (1° de novembro), o México celebrou o tradicional Dia de los Muertos. Uma das principais datas culturais do país, similar ao Dia de Finados no Brasil, a ocasião reúne milhares de pessoas, que lotam avenidas como o Paseo de la Reforma, na Cidade do México. A maioria vai pintado como a icônica figura da La Catrina, a caveira elegante que se tornou símbolo da festa no início do século XX. O desfile reuniu flores laranja de cempasúchil, motivos pré-hispânicos, fantasias com plumas, figuras da cultura popular e até um carro alegórico com cadeirantes, num espetáculo a céu aberto.

Embora profundamente simbólica e ligada à memória dos entes queridos, a comemoração tem um impacto econômico crescente. Segundo levantamento da Concanaco‑Servytur, a edição de 2025 deve gerar cerca de 49,5 bilhões de pesos em atividade comercial no país, um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior. O valor equivale a quase R$ 14,5 bilhões.

Além do turismo, que já representa cerca de 9% do PIB mexicano e sustenta 4,5 milhões de empregos diretos, a festa dinamiza setores como floricultura (em especial o cultivo da cempasúchil, considerada “a flor dos mortos”), gastronomia tradicional, comércio de fantasias e decoração, e serviços de hospedagem e transporte.

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Tradição e economia

A origem do Dia de los Muertos remete a um sincretismo entre rituais indígenas de colheita e culto aos ancestrais, e as celebrações católicas de Todos os Santos e Finados. A figura da Catrina, criada pelo gravurista mexicano José Guadalupe Posada e posteriormente nomeada por Diego Rivera, satirizava a elite mexicana que abandonava suas raízes indígenas.

Hoje, o evento ganha projeção global e exporta imagem e turismo. Pesquisas indicam que o gasto médio das famílias mexicanas com a celebração varia entre 1.100 e 1.500 pesos, e que os preços de velas, flores e decoração saltaram até 30% recentemente.

Mesmo com forte dinamismo, há alertas como a mudança climática que ameaça a produção da flor cempasúchil, que já registrou perdas de até 50% nas plantações em 2025, o que compromete parte importante da cadeia econômica da festa.

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