Castro e Lewandowski anunciam criação de Escritório Emergencial no Rio

Medida busca integrar esforços estaduais e federais para conter avanço do Comando Vermelho após ação que resultou em mais de 120 mortes

Gabriel Garcia

Publicidade

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram nesta quarta-feira (29) a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado.

A iniciativa, que será coordenada pelo secretário estadual de Segurança, Victor Santos, tem como objetivo articular ações conjuntas entre as forças de segurança estaduais e federais para enfrentar o Comando Vermelho, principal facção criminosa atuante na capital fluminense.

O anúncio ocorreu um dia após uma megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de 120 mortes, a ação mais letal da história do Rio.

Continua depois da publicidade

Durante reunião no Palácio Guanabara, Castro e Lewandowski discutiram ainda a possibilidade de uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), operação em que as Forças Armadas assumem o comando das ações de segurança pública, mas o governador descartou a necessidade de solicitar essa medida ao governo federal.

Além do Escritório Emergencial, o ministro Lewandowski destacou outras medidas de apoio do governo federal, como o reforço de 50 agentes na Polícia Rodoviária Federal e o aumento do efetivo de inteligência no estado.

Ele também mencionou a disponibilização de vagas em presídios federais e a convocação de peritos para auxiliar nas investigações, apesar da crise orçamentária enfrentada pelo governo federal.

Lewandowski aproveitou para diferenciar o conceito de terrorismo do crime organizado, divergindo da terminologia “narcoterrorismo” usada por autoridades estaduais para se referir ao Comando Vermelho.

Segundo o ministro, o terrorismo envolve motivações ideológicas, enquanto as facções criminosas atuam com fins lucrativos, principalmente no tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

Por fim, o ministro afirmou que o Escritório Emergencial é um passo inicial para a futura PEC da Segurança Pública, que ainda será votada no Congresso, e que um projeto de lei para aumentar as penas contra crimes relacionados a facções criminosas já foi apresentado.