Investidores se posicionam para uma crise prolongada na França, diz consultoria

A tendência, segundo especialistas, é França continue operando sob regras de gastos de emergência até 2026

Estadão Conteúdo

O presidente francês Emmanuel Macron reage enquanto aguarda a chegada de um convidado no Palácio do Eliseu, em Paris, França, 27 de agosto de 2025. REUTERS/Abdul Saboor/Foto de arquivo
O presidente francês Emmanuel Macron reage enquanto aguarda a chegada de um convidado no Palácio do Eliseu, em Paris, França, 27 de agosto de 2025. REUTERS/Abdul Saboor/Foto de arquivo

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O mais recente colapso político da França, após a renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, abriu caminho para um período prolongado de instabilidade em toda a Europa, com investidores se preparando para mais volatilidade no euro e nos mercados europeus, à medida que a confiança na capacidade de governança francesa continua a se deteriorar, diz a consultoria financeira deVere Group.

“Os investidores estão agora se posicionando para uma crise prolongada”, afirma Nigel Green, CEO da deVere. “O que vem a seguir não será definido por um único evento, mas por uma acumulação de incertezas. A paralisia política da França está se tornando uma característica estrutural do perfil de risco da Europa”.

Segundo ele, os investidores estão repensando o prêmio de risco para a Europa, já que a França é grande demais para ser tratada como uma exceção: “quando ela falha, todo o bloco sente”.

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O presidente francês, Emmanuel Macron, poderia nomear outro primeiro-ministro interino, mas qualquer novo governo provavelmente enfrentará o mesmo impasse, ressalta Green.

Assim, o resultado mais provável é que a França continue operando sob regras de gastos de emergência até 2026, efetivamente colocando a política fiscal em espera.

“Os mercados já estão interpretando isso como uma perda de controle. Administrar uma grande economia sem um orçamento funcional mina a credibilidade, não apenas para a França, mas para toda a zona do euro”, alerta o CEO.

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