Crédito privado dispara e fundos isentos superam expectativas, avalia XP Asset

Fluxo positivo reforça papel dos fundos isentos, que já acumulam R$ 91 bilhões em captação no ano e superam o desempenho de 2024.

Osni Alves

Conteúdo XP Asset

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O mercado de crédito privado voltou a registrar resultados robustos, com destaque para a captação líquida de R$ 23 bilhões apenas em julho, sendo R$ 14 bilhões em fundos isentos.

Os números refletem um movimento consistente de entrada de recursos nos últimos três meses e consolidam o segmento como um dos motores da indústria de fundos no Brasil.

Segundo Eric Vieira, gestor de renda fixa e crédito privado da XP Asset, o acumulado de captação em fundos isentos já soma R$ 91 bilhões até agosto, superando o desempenho de 2024.

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Ele destacou ainda, durante live mensal da XP Asset, o aquecimento do mercado primário e a valorização de títulos públicos e fundos de crédito, beneficiados pelo fechamento das curvas de juros.

Entre os destaques de performance, fundos como o Super Corporate Lite (1,15%), Super Corporate Top (1,18%) e Super Corporate Plus (1,22%) superaram o CDI de 1,16%. O maior fôlego, no entanto, veio dos fundos isentos, como o XPDB Incentivado a CDI, que entregou 1,57% no mês, e o XPDB Incentivado Exima B, que chegou a 1,67%.

Mesmo diante das discussões sobre possível tributação futura desses instrumentos, a demanda segue forte.

“A leitura é de que o estoque já emitido deve manter a isenção, o que trouxe mais compradores para o mercado”

— Eric Vieira, gestor de renda fixa e crédito privado da XP Asset

Oportunidades em infraestrutura e feedings

O gestor também apontou oportunidades de alocação em setembro, com destaque para mandatos e estruturas de feedings de curto prazo.

Além disso, ressaltou o pipeline robusto de emissões no setor de infraestrutura, em áreas como rodovias e linhas de transmissão de energia.

Segundo ele, empresas têm optado por emissões de curto prazo, na expectativa de aproveitar uma queda dos juros reais para travar financiamentos longos.

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Setor agrícola e câmbio em foco

No campo da renda variável, Milton Sullyvan avaliou que o setor agrícola segue como o mais arriscado, dado o cenário de volatilidade de commodities e a elevada alavancagem recente.

Já no multimercado, Bruno Marques destacou o real como ativo atrativo pela combinação de alto carry e baixa volatilidade, além do acompanhamento do euro como alternativa relevante.

Cenário macroeconômico e riscos para 2026

O economista-chefe da XP Asset, Fernando Genta, por sua vez, alertou que o crescimento da economia e o mercado de trabalho podem enfrentar riscos relevantes em 2026.

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Entre eles estão uma expansão fiscal maior do que a prevista e, em sentido oposto, os efeitos do aperto monetário ainda em curso, além de possíveis choques externos, como a desaceleração da economia norte-americana.

Para XP Asset, o crédito privado segue ganhando tração, com fundos isentos na dianteira da performance, novas oportunidades em infraestrutura e uma gestão conservadora como forma de mitigar riscos em meio a juros elevados e volatilidade no mercado.