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Um avião de passageiros russo Antonov An-24 caiu no extremo leste do país, na região de Amur, nesta quinta-feira (24). Apelidado de “trator voador”, a aeronave bimotor era chamada assim por sua resistência. Com quase 50 pessoas à bordo, as autoridades russas dos serviços de emergência afirmam que não encontraram nenhum sobrevivente no local.
A aeronave bimotor foi projetada na era soviética e ainda continua sendo amplamente utilizada em rotas domésticas de curta e média distância na Rússia. Com a retirada de companhias aéreas estrangeiras após as sanções ocidentais impostas em 2022, devido à invasão da Ucrânia, o modelo tem ajudado a preencher a falta de transporte aéreo do país.
Os “tratores voadores” são valorizados por sua resistência e confiabilidade, especialmente em regiões com clima extremo, como a Sibéria (onde uma dessas aeronaves caiu nesta quinta). Eles são movidos a hélice e projetados para enfrentar temperaturas negativas e também são capazes de operar mesmo sem pistas pavimentadas.
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Apesar das qualidades dos An-24, profissionais e especialistas de companhias aéreas afirmam que esse modelo passou a ter um alto custo de manutenção depois das sanções decorrentes da guerra na Ucrânia, já que também afetou investimentos e acesso a peças de reposição.
A Angara Airlines, responsável pelo Antonov-24 que caiu, tem em sua frota dez aeronaves do mesmo modelo, todas fabricadas entre 1972 e 1976, de acordo com o site especializado RussianPlanes.
Diversas dessas aeronaves tinham aposentadoria prevista para os próximos anos, mas companhias aéreas russas vêm buscando mantê-las em operação, argumentando que ainda não há um substituto à altura. A produção em larga escala do Ladoga, novo modelo da mesma categoria do An-24 e possível sucessor, está prevista apenas para começar em 2027.
Sobre o acidente
O avião fazia a rota entre Blagoveshchensk e Tynda quando sumiu dos radares, de acordo com o governador regional, Vassily Orlov.
Horas mais tarde, os destroços foram localizados em chamas em uma colina a cerca de 15 km de Tynda, segundo autoridades citadas pela agência Interfax. As causas do acidente ainda estão sob investigação. Uma das hipóteses consideradas, segundo a agência Tass, é erro da tripulação devido à baixa visibilidade.

“Durante a operação de busca, um helicóptero Mi-8 da Rossaviatsiya localizou a fuselagem da aeronave, que estava em chamas. (…) As equipes de resgate continuam avançando até o local do acidente”, escreveu Yuliya Petina, uma funcionária dos serviços de emergência, no Telegram.
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As autoridades russas informaram que uma investigação foi aberta para apurar as causas da queda. Segundo o Kremlin, o presidente Vladimir Putin já foi notificado sobre o acidente e está sendo mantido atualizado.
Ainda não há confirmação oficial sobre o número exato de ocupantes da aeronave. O governador Vassily Orlov afirmou que 43 pessoas estavam a bordo, entre elas cinco crianças e seis tripulantes. O Ministério de Emergências da Rússia, por sua vez, estimou que havia 40 pessoas no voo. Já veículos da imprensa local relatam que o avião transportava 50 ocupantes.