ASSISTA: Irã lança mísseis contra bases dos EUA no Oriente Médio

A Casa Branca e o Departamento de Defesa monitoram "ameaças à base aérea", enquanto Trump chama reunião de segurança

Paulo Barros

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O Irã lançou mísseis contra instalações militares dos Estados Unidos no Oriente Médio nesta segunda-feira (23), em retaliação aos ataques americanos a três instalações nucleares iranianas realizados no fim de semana. A ofensiva ocorre após alertas de que a base de Al-Udaid, no Catar, poderia ser alvo de um ataque iminente.

A agência estatal iraniana Tasnim confirmou o ataque da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC, na sigla em inglês) no Catar e no Iraque, e afirmou o país iniciou sua resposta “poderosa e vitoriosa” aos ataques dos EUA. “[O Irã] não deixará nenhum ataque à sua integridade territorial, soberania e segurança nacional sem resposta, sob nenhuma circunstância”, disse o IRGC em um comunicado.

Segundo autoridades israelenses e árabes ouvidas pelo portal Axios, seis mísseis foram direcionados ao território do Catar, e um outro teria como alvo uma base no Iraque. O Irã não confirmou oficialmente os alvos, mas o porta-voz militar do país afirmou que os EUA enfrentarão “pesadas consequências” por suas ações.

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Pouco antes da ofensiva, a BBC havia noticiado uma “ameaça concreta” ao Centro de Operações Aéreas da Coalizão, sediado em Al-Udaid, principal base aérea americana na região e sede do Comando Central dos EUA (Centcom) para as operações no Oriente Médio. Em resposta ao risco, o Catar fechou temporariamente seu espaço aéreo e colocou a base em estado de alerta máximo.

A base de Al-Udaid, localizada nos arredores de Doha, tem sido um ponto estratégico crucial para as operações militares dos EUA na região. A explosão de mísseis foi ouvida na capital catari, de acordo com a Reuters.

“A Casa Branca e o Departamento de Defesa estão cientes e monitorando de perto as possíveis ameaças à Base Aérea de Al Udeid, no Catar”, disse ao governo americano em comunicado.

Segundo a BBC, o presidente dos EUA, Donald Trump, está agora na Ala Oeste da Casa Branca. Uma reunião do Conselho Nacional de Segurança estava marcada para este horário.

Trump já havia advertido que qualquer retaliação iraniana seria respondida com “força muito maior” do que a vista até agora. O número de vítimas dos ataques iranianos ainda não foi oficialmente divulgado.

Catar intercepta ataques; EUA são avisados

O governo do Catar informou que interceptou mísseis balísticos lançados pelo Irã contra uma base militar dos EUA localizada em seu território. O governo do país disse ainda que se reserva ao direito de responder diretamente e de acordo com a lei internacional.

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Majed al-Ansari, porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores, escreveu no X: “Consideramos isso uma flagrante violação da soberania do Estado do Catar, de seu espaço aéreo, do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”.

Ele afirma que os sistemas de defesa aérea do Catar “frustraram com sucesso o ataque e interceptaram os mísseis iranianos” e que a base já havia sido evacuada.

Ele acrescentou que “todas as medidas necessárias foram tomadas para garantir a segurança do pessoal na base”, e que não houve feridos ou vítimas humanas no ataque.”

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O porta-voz afirma que o Catar se reserva o direito de responder “de maneira equivalente à natureza e à escala desta agressão descarada”.

No entanto, segundo o New York Times, citando três autoridades iranianas, o Irã coordenou seus ataques com antecedência com as autoridades do Catar, em uma tentativa de minimizar as baixas.

De acordo com a agência Reuters e o jornal Wall Street Journal, o Irã ainda informou os EUA dos ataques com horas de antecedência, por meio de dois canais diplomáticos. Segundo o Pentágono, não há relatos de baixas norte-americanas.

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Pouco depois, sirenes de ataque aéreo soaram no Bahrein, país localizado próximo ao Catar, no Golfo Pérsico, segundo a à BBC. A Quinta Frota dos EUA tem sede no Bahrein. O Ministério do Interior do país pediu aos cidadãos e moradores que “mantenham a calma e se dirijam ao local seguro mais próximo”, de acordo com um comunicado publicado no X.

Paulo Barros

Jornalista, editor de Hard News no InfoMoney. Escreve principalmente sobre economia e investimentos, além de internacional (correspondente baseado em Lisboa)