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Dois superpetroleiros colidiram e pegaram fogo, e outras duas embarcações foram abordadas por barcos iranianos próximo ao Estreito de Hormuz, o que aumentou a apreensão nos mercados globais de petróleo e navegação já em estado de alerta.
O Front Eagle, um superpetroleiro de 335 metros de comprimento, e o Adalynn, embarcação menor, colidiram na costa dos Emirados Árabes Unidos às 00h15 (hora local) desta terça-feira, informou por e-mail a Armadora Frontline plc, dona do Front Eagle. O incidente teve “causa navegacional” e “não está relacionado ao conflito regional atual”.
De modo separado, dois navios foram abordados por pequenas embarcações iranianas nas últimas 36 horas nas proximidades do Hormuz, de acordo com o Centro Conjunto de Informação Marítima (JMIC), que reforçou que, embora incomum, o evento chama atenção em tempos de tensão regional.
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O tráfego pelo Estreito de Hormuz está sob forte vigilância — é por ali que passam diariamente milhões de barris de petróleo do Oriente Médio, e o Irã já ameaçou fechá-lo em momentos de crise. Não há sinais de interrupção até agora, mas operadores seguem em alerta.
Os Forward Freight Agreements (FFAs) — derivativos usados por traders para apostar ou proteger-se contra o custo do frete marítimo — registraram alta após a colisão, segundo duas fontes do mercado. Na terça-feira, os valores ficaram entre 70 e 74 pontos Worldscale, contra 65 a 70 pontos na segunda-feira.
Na sessão anterior, os derivativos tinham caído após reportagens indicando que o Irã buscava reduzir a tensão.
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Os ataques aéreos de Israel, iniciados na sexta-feira, elevaram as taxas de frete para petroleiros vindos do Oriente Médio em mais de 50%.
Embora não tenha havido intervenção direta do Irã até o momento, o JMIC alertou para altos níveis persistentes de interferência eletrônica, obrigando tripulações a reforçar observações visuais e recorrer a sistemas de navegação tradicionais, como mapas físicos.
A agência de segurança marítima britânica Vanguard Tech, citada pela Bloomberg, afirmou que não há indícios iniciais de ação maliciosa na colisão; os incêndios foram controlados e as tripulações estão salvas. Um post da Guarda Nacional dos Emirados relatou que 24 tripulantes do Adalynn foram resgatados. A Frontline confirmou que sua tripulação também está segura.
O episódio mobilizou armadores e investidores de petróleo nas bolsas da Ásia e Oriente Médio, pois colisões desse tipo são raras em Hormuz.
Dados de rastreamento marítimo indicam que o Front Eagle foi alvo de interferência de sinal em 15 e 16 de junho ao passar perto do porto iraniano de Assaluyeh, embora não no local da colisão. O navio estava voltado da usina de Basra (Iraque) para a China. Já o Adalynn, de 23 anos, está registrado em Antígua e Barbuda e costuma operar entre o porto russo de Ust‑Luga, no Báltico, e Vadinar, na costa da Índia. O Front Eagle foi construído em 2020 e navega com bandeira liberiana.
Ambas embarcações foram vistas próximas no Golfo de Omã antes de colidirem em rotas que se cruzaram. A região entre Khor Fakkan (EAU) e Hormuz é densamente navegada, servindo como rota principal para suprimentos de petróleo e combustível de países como Arábia Saudita, Iraque, Irã e Abu Dhabi.
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©️2025 Bloomberg L.P.