Análise XP: Acordo China-Estados Unidos foi “ruim” e vai colocar pressão sobre preços

Varejistas e a indústria americana já sinalizaram que o nível de tarifa de 55% é proibitivo

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Maria Irene Jordão, analista global da XP, participou nesta segunda (16) do Morning Call da XP, e comentou sobre o acordo anunciado na semana passada entre China e Estados Unidos depois de meses de tensão entre os dois países.

Segundo ela, havia uma expectativa muito grande para que tivesse acordo entre as duas maiores potências econômicas do mundo.

“Podemos caracterizar o acordo como ruim para o nível atual do comércio americano. Ele vai ter um efeito, uma pressão sobre os preços e na atividade (econômica) num segundo momento”, disse.

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Prejudicial

“Os varejistas e a indústria já sinalizaram que esse nível de tarifa de 55% é proibitivo, um nível bastante prejudicial para a economia americana”, complementou. Por outro lado, ela diz que poderia ter sido pior o resultado das negociações.

“É um nível ‘menos ruim’, que talvez não fosse o mais desejado, mas que definitivamente é um gesto bastante relevante, que a gente não está naquele cenário de 145% que chegou a ficar quando escalou as tensões”, comentou.

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Maria Irene Jordão explicou que o acordo entre China e EUA é preliminar, mas basicamente mantém as tarifas chinesas para os produtos americanos em 10%, e as tarifas dos Estados Unidos para produtos chineses em 55%.

“Essencialmente, a gente volta para aquele mesmo patamar anunciado no ‘Liberation Day’ (data em que o presidente Donald Trump anunciou o tarifaço)”,  disse.

Na semana passada também foi feita divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos. “A gente viu a inflação um pouco mais leve do que o esperado, apesar de todos os choques das tarifas”, pontuou.