Militar israelense é condenado à prisão por se recusar a servir na guerra em Gaza

Capitão do Exército, Ron Feiner participou de operações no Líbano e dentro de Israel, mas se negou a atender novas convocatórias por discordâncias com a ofensiva no território palestino

Agência O Globo

Soldados israelenses saem de um túnel sob o Hospital Europeu em Khan Younis, na Faixa de Gaza, durante a operação terrestre em curso do Exército israelense contra o grupo islâmico palestino Hamas, em 8 de junho de 2025. REUTERS/Ronen Zvulun
Soldados israelenses saem de um túnel sob o Hospital Europeu em Khan Younis, na Faixa de Gaza, durante a operação terrestre em curso do Exército israelense contra o grupo islâmico palestino Hamas, em 8 de junho de 2025. REUTERS/Ronen Zvulun

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O capitão do Exército israelense Ron Feiner, de 26 anos, foi condenado neste domingo a 25 dias de prisão por se recusar a atender a uma nova convocação para servir às Forças Armadas em meio à guerra em Gaza. O militar da reserva, que já havia cumprido cerca de 270 dias de serviço desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, incluindo operações de infiltração no Líbano, recusou-se a atender a uma quarta convocação para retornar ao serviço ativo, em protesto contra o plano do governo de intensificar as ações militares em vez de buscar um acordo.

A condenação foi confirmada pelo próprio Feiner ao Globo. Em depoimento recente, ele explicou os motivos de sua decisão:

— Eu não uso o termo “crime de guerra” para me referir ao que acontece em Gaza, pois não sou advogado para definir ou reconhecer essa situação. O que posso dizer, com base no noticiário e em relatos de amigos que retornam de Gaza, é que falta comida, água e suprimentos médicos por lá — afirmou.

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— A população está sendo deslocada para certas áreas. Civis estão morrendo em suas casas e saindo em busca de comida. Essas são algumas das principais razões pelas quais não posso mais cooperar com essa guerra. Tudo isso é imoral e não serve ao interesse da segurança nacional de Israel.

Feiner ainda não sabe quando começará a cumprir sua pena, mas afirmou que deverá ser enviado para a prisão nº 10, próxima à cidade de Netanya, a única prisão militar do país.