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TÓQUIO/MATSUMOTO (Reuters) – O Banco do Japão tem que aumentar a taxa de juros para pelo menos 1% na segunda metade do ano fiscal que começa em abril, disse nesta quinta-feira o membro da diretoria Naoki Tamura, comentários que fizeram o iene subir já que reforçaram as apostas de um aumento no curto prazo.
Os riscos inflacionários estão se acumulando à medida que as empresas continuam a repassar o aumento dos custos de matéria-prima e mão de obra, o que exige a elevação da taxa de juros para níveis considerados neutros para a economia, disse ele.
Tamura disse que vê a taxa neutra do Japão em pelo menos 1%, acrescentando que os juros devem atingir esse nível até a segunda metade do ano fiscal de 2025, quando o resultado das negociações salariais anuais provavelmente confirmará aumentos amplos, inclusive para pequenas empresas.
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“Se as taxas de juros de curto prazo permanecerem abaixo do nível da taxa de juros neutra, isso aumentará ainda mais a inflação”, disse Tamura em discurso em uma reunião com líderes empresariais na província de Nagano, na região central do Japão.
O dólar caiu brevemente para uma mínima de dois meses de 151,81 ienes após os comentários de Tamura, já que os mercados continuaram a precificar a chance de um aumento da taxa de juros no curto prazo.
Tamura, um ex-banqueiro comercial visto como o membro mais “hawkish” da diretoria, disse que as expectativas de inflação entre as empresas e as famílias provavelmente já atingiram 2%.
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No entanto, ele disse que o Banco do Japão deve programar seus aumentos de juros com cuidado, dado o impacto potencial sobre o público japonês, que há muito tempo tem experimentado taxas ultrabaixas.
“Tendo em mente que as taxas de juros de curto prazo devem estar em 1% no segundo semestre do ano fiscal de 2025, acho que o Banco precisa aumentar os juros de forma oportuna e gradual, em resposta à probabilidade crescente de atingir sua meta de preços”, disse ele.