Bancos centrais: a difícil arte de manter a credibilidade
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As políticas adotadas pelos bancos centrais refletem diretamente na credibilidade dessas instituições, que têm papéis complexos na economia de um país. A avaliação é da diretora da Initiative on Central Banking and Financial Policy, pesquisadora sênior e fellow da School of International and Public Affairs da Universidade Columbia, Patricia Mosser.
“É difícil manter a credibilidade no universo dos bancos centrais, assim como na vida em geral. É algo difícil de se conseguir e fácil de se perder”, diz em entrevista ao UM BRASIL
Falando à jornalista Thais Herédia, a economista e pesquisadora comenta que, de forma geral, os bancos centrais concentram seus esforços em estabilizar a inflação, de preferência sem gerar grandes flutuações, gastos e desemprego.
Patricia cita casos de bancos centrais na Europa, na Ásia e na América Latina que já vivenciaram os resultados de uma escolha infeliz de diretrizes e destaca que, no Brasil, a forma como outras instituições recuperaram a credibilidade depois de períodos conturbados foi útil para os responsáveis pelas políticas do Banco Central.
A economista lembra quando os Estados Unidos passaram por um período de recessão similar ao do Brasil, mas na década de 1980, e o Federal Reserve (FED) decidiu aumentar as taxas de juros para equilibrar a inflação. “O lado bom é que isso tirou os EUA da crise, e o banco central foi capaz de manter sua credibilidade e a inflação estável por décadas, mesmo com os altos e baixos da economia”, finaliza.