Brasil tem grande potencial para o comércio exterior
Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores
https://dailymotion.com/video/x6mi87i?ui-logo=false&autoplay=false&sharing-enable=false&ui-start_screen_info=true
Considerado um dos países mais fechados do mundo, o Brasil tem um grande potencial inutilizado para o comércio exterior, e, para potencializar as exportações, o Estado precisa desburocratizar diversas obrigações impostas às empresas, ainda carentes de uma cultura exportadora. Essa é a avaliação da CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil), Deborah Vieitas.
Em entrevista ao UM BRASIL, Deborah ressalta que a soma das importações e exportações brasileiras chega a US$ 250 bilhões, montante que corresponde a uma pequena parte da economia do País, de US$ 2 trilhões. “No Brasil, temos pouco mais de 5 milhões de empresas atuando, sendo que apenas 25 mil exportam. Isso dá uma noção de que se trata de um porcentual ainda muito pequeno de empresas que se dedicam à aventura de exportar ou acessar outros mercados”, afirma.
De acordo com ela, os principais entraves da economia brasileira para o comércio exterior são o excesso de burocracia, o tempo gasto no cumprimento de obrigações tributárias, a taxa de juros elevada para captação de recursos para investimentos, a baixa produtividade e o escasso número de acordos comerciais com outros países.
A despeito dessas dificuldades, Deborah cita que, para se internacionalizar, as empresas precisam implantar uma cultura exportadora. “Quando a empresa quer seriamente se dedicar a exportar, tem que se lembrar que o esforço para ser um exportador deve fazer parte de sua estratégia de médio e longo prazos”, comenta.
Nesse sentido, a CEO da maior Câmara Americana de Comércio do mundo enfatiza que empresas que buscam comerciar com outros países precisam contar com profissionais que tenham domínio de outros idiomas, pesquisar sobre os mercados estrangeiros, informar-se sobre a legislação aplicada em cada localidade e verificar a necessidade de certificação para que seu produto possa acessar os mercados de interesse.
“Curiosamente, se você pegar o tecido de empresas que exportam na Europa, ele é basicamente constituído de pequenas e médias. Então, está aí uma observação interessante para mostrar que não só as grandes podem ser exportadoras. As pequenas e médias, se se prepararem adequadamente, também poderão acessar outros mercados”, salienta Deborah.
Na entrevista, a CEO da Amcham Brasil também comenta que o País tem uma postura avessa às importações, negligenciando os seus benefícios. “Outro mito importante é o de que importar é ruim e exportar é bom. Na verdade, importar e exportar são movimentos complementares. Ao importar, o Brasil também está trazendo tecnologia”, conclui.