Oncoclínicas (ONCO3) lucra R$ 87 milhões no 4T23, queda anual de 10%

A companhia divulgou seu balanço na noite desta quarta-feira, 27

Camille Bocanegra

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A Oncoclínicas (ONCO3), rede de tratamentos médicos dedicados ao câncer, divulgou seu balanço do quarto trimestre de 2023 nesta quarta-feira (27). No resultado, o lucro líquido apresentou queda de 10,3%, indo a R$ 87 milhões no 4T23. No ano, a última linha do balanço ficou positiva em R$ 312,6 milhões, cifra 174,7% acima da observada em 2022.

“A companhia colhe agora os frutos de seu projeto de racionalização da estrutura societária, iniciado há cerca de dois anos. Houve também um enorme avanço no endereçamento do nível de participação minoritária no lucro líquido”, comenta a companhia no relatório de resultados.

A companhia apresentou a cifra com ajuste de exclusão do efeito não caixa da contabilização do plano de incentivo de longo prazo (PILP) realizado pela empresa. Com o ajuste, que visa neutralizar distorções de comparação entre períodos, o lucro líquido da companhia somou R$ 98,7 milhões no 4T23, comparado a um lucro líquido de R$ 84,9 milhões no 4T22, um aumento nominal de R$ 13,8 milhões.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) ficou em R$ 247,9 milhões no 4T23, com alta de 5,6% na comparação com o mesmo período de 2022. No ano, o EBITDA ficou em R$ 1 bilhão, com alta de 58,9% em relação a 2022.

As despesas operacionais caixa (excluindo a depreciação, amortização, a apuração do valor justo do plano de incentivo de longo prazo – item não caixa – e a Equivalência Patrimonial) ficaram em R$ 240,1 milhões no 4T23, ou 16,7% da receita líquida. Esse número se compara com R$ 229,3 milhões no 4T22, ou 18,8% da receita líquida naquele período, portanto uma redução de 210 bps em um ano.

A receita bruta cresceu 35,1%, totalizando R$ 6 bilhões em 2023. O crescimento foi motivado pela ampliação no volume de pacientes atendidos, que subiu 26,8% na comparação com 2022. No 4T23, a receita bruta ficou em R$ 1,6 milhão, com alta de 18,7% se comparado com o mesmo período de 2022.

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Desempenho Oncoclínicas (ONCO3)

O crescimento da companhia ocorreu tanto pelo maior contingente atendido como também pelas diversas parcerias realizadas. Dentre elas, o Diretor de Relações Institucionais e CFO da Oncoclínicas, Cristiano Camargo, destaca o acordo estratégico realizado com a Porto Seguro em 2023.

“A Porto enxergou na Oncoclínicas um parceiro de longo prazo que oferece uma solução completa e que tem especialização para poder oferecer os melhores desfechos para os pacientes. Tem um corpo clínico especializado, tem protocolos e por isso oferece um tratamento que na conta final é mais custo efetivo para o plano de saúde”, explica o executivo.

Dentre os parceiros, além da Porto Seguro, a Unimed (no Rio de Janeiro, divisão Nacional e da Grande Florianópolis) e a Golden Cross estabeleceram acordos com a companhia. O executivo destaca que a Oncoclínicas torna-se uma solução “plug and play” para realização de tratamentos oncológicos em planos de saúde. “Temos visto esse interesse cada vez maior por parte de planos e operadoras de saúde, de concentrarem uma linha tão importante pra eles, que é o tratamento oncológico, em quem seja especializado e tenha escala, tenha foco e protocolos nos tratamentos”, ressalta.

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Crescimento

Atualmente, a companhia está presente em 38 cidades do Brasil por meio de 138 unidades. Em 2021, a Oncoclínicas contava com 69 unidades. Hoje, na visão de Camargo, é possível que qualquer cidade de 80 mil habitantes possa receber uma unidade ambulatorial.

“Não divulgamos nenhum nenhum plano específico em relação a crescimento para 2024 ou para os anos seguintes do ponto de vista de número de unidades ou de faturamento, mas o que dá para dizer é que, olhando quão escalável é o modelo de negócios da companhia, a gente pode ter presença em muito mais cidades do que a gente tem hoje, já são 38, por causa desse modelo ambulatorial”, afirma o executivo.

Em relação a aquisições, Camargo considera que o crescimento orgânico que a companhia segue entregando comporta parcerias e se dá através da ampliação de unidades. No entanto, para 2024, o executivo não considera que seja necessária a realização de nova aquisição para que o crescimento siga “robusto”.

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A companhia passou por período de muitas aquisições, nos últimos anos, em especial com os recursos do IPO. Agora, chegou o momento de integração e de execução do crescimento, segundo Camargo.

“Esses números refletem o nosso compromisso com os princípios da companhia, de empregar tecnologia, excelência médica e hiperespecialização, sempre considerando o custo-efetividade e buscando continuamente ganhos de eficiência, a serviço dos nossos pacientes, médicos e parceiros”, ressalta Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas.