Petz (PETZ3): destaque de alta do Ibovespa em fevereiro inspira cautela entre analistas

Genial cortou recomendação para neutra com expectativa de crescimento modesto e falta de catalisadores

Felipe Moreira

Fachada de uma das lojas da Petz: sobreposição com lojas da Cobasi poderia ser entrave para junção das operações (Foto: Divulgação)

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A ação da Petz (PETZ3) foi a maior alta do Ibovespa em fevereiro, com ganhos de cerca de 27%, mas a cautela segue no radar. A Genial Investimentos rebaixou a recomendação para PETZ3 de compra para neutro, pois vê gatilhos de curto prazo e diante de uma visão modesta em relação ao crescimento para os próximos dois anos. O preço-alvo foi cortado para R$ 4,20, potencial de valorização de 6,3% em relação ao fechamento da segunda-feira (4) de R$ 3,95.

A Petz irá reportar seu resultado do 4º trimestre de 2023 na próxima quinta-feira (7) e os analistas esperam um modesto crescimento de vendas, frente a uma demanda ainda arrefecida por itens discricionários, e uma rentabilidade pressionada por um aumento de despesas relativas à nova campanha institucional.

Pensando em 2024, eles acreditam que o cenário macro ainda deve pesar na expansão do faturamento no curto prazo. “Diante desse cenário, entendemos que a companhia tem se movimentado para ajustar a geração de caixa à nova realidade, com destaques para (i) o trabalho que vem sendo implementado na melhoria de margem do canal digital, (ii) ajuste de despesas SG&A e (iii) redução de expansão e Capex para este ano”, destacam.

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Ainda em relação à 2024, a Genial vê espaço para um maior crescimento de lucro líquido, impulsionado adicionalmente por menores despesas de depreciação e pelo uso do benefício fiscal do ágio da aquisição da Zee.Dog.

Contudo, apesar do crescimento esperado para o ano, a casa de análise está mais cautelosa em relação à tese e atualizou suas projeções, com menores perspectivas para faturamento e rentabilidade de Petz para 2024 e 2025.

Incorporando uma perspectiva de recuperação de demanda mais lenta do que inicialmente esperado, as novas estimativas para 2024 implicam em um faturamento anual 20,5% inferior à expectativa da casa de análise no início de cobertura. Para 2025, analistas esperam uma receita -22,8% menor do que a projetada anteriormente.

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Em relação à rentabilidade, as novas estimativas da Genial levam em conta a pressão de margem observada em 2023 – maior do que o esperado inicialmente (-80 pontos-base versus estimativa original) – e uma perspectiva de recomposição gradual para os próximos dois anos. Para 2024, projeta uma margem operacional 73 pontos-base inferior à estimativa original. Já para 2025, nossa expectativa é de uma margem 129 pontos-base menor do que a esperada anteriormente.

Segundo compilação feita pela LSEG, de 14 casas que cobrem a ação, 10 possuem recomendação de manutenção e 4 de compra.