Volume no setor de serviços cai 3,1% em janeiro ante dezembro, diz IBGE

Setor continua próximo do seu ponto mais alto da série e se encontra em um patamar 10,3% acima do nível pré-pandemia

Roberto de Lira

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O volume de serviços no Brasil caiu 3,1% em janeiro ante dezembro, na série com ajuste sazonal. Ante janeiro de 2022, o setor mostrou crescimento de 6,1%, na 23ª alta seguida. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e foram divulgados nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, a queda verificada em janeiro elimina o ganho acumulado de 3,0% observado nos meses de novembro e dezembro de 2022. Mas ele ressalta que a base de comparação se encontrava em um patamar elevado.

“O setor de serviços continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado, o que o coloca em um patamar 10,3% acima do nível pré-pandemia”, compara.

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Destaques no mês

Segundo o BGE, a maior influência negativa no resultado do mês veio do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, que registrou queda de 3,7% em janeiro.

“A queda do setor é explicada pela parte de armazenagem, que recuou 9,0%, com destaque negativo para gestão de portos e terminais; assim como o transporte aéreo de passageiros, que recuou 5,9% no mês”, destaca Lobo.

Também foi destaque de baixa o setor de outros serviços, com queda de 9,9% em janeiro de 2023 na comparação com dezembro de 2022, quando havia subido 9,4%.

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Neste caso, no entanto, o analista esclarece que o movimento de retração decorre de receitas atípicas recebidas no mês anterior pelas empresas que atuam nos segmentos de serviços financeiros auxiliares.

“No mês dezembro, frequentemente, há o recebimento de bônus por performance. Com isso, temos uma base de comparação elevada, ocasionando uma queda em janeiro, quando esse adicional de receita não está mais presente no faturamento das empresas do segmento”, comenta.

No sentido oposto, serviços de informação e comunicação e os prestados às famílias registraram alta de 1,0% para o mês. O primeiro setor recuperou parte da queda (-2,5%) verificada nos dois últimos meses de 2022 e teve como destaque a alta observada em telecomunicações (8,1%) e em serviços de TI (3,6%).

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Já os serviços prestados às famílias assinalaram o segundo resultado positivo seguido, acumulando ganho de 3,5%.

Transportes de passageiros e cargas

Em janeiro de 2023, o volume de transporte de passageiros no Brasil registrou retração de 2,4% ante o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após ter avançado 11,5% nos dois últimos meses de 2022.

Assim, o segmento se encontra 3,0% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 20,0% abaixo de fevereiro de 2014, o ponto mais alto da série histórica.

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Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou queda de 2,1% em janeiro de 2023, eliminando, assim, todo o ganho de 2,1% verificado no período novembro-dezembro do ano passado.

Dessa forma, o segmento está 3,6% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em agosto de 2022. Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 28,6% acima de fevereiro de 2020.

Estados

Regionalmente, a maior parte (16) das 27 unidades da federação teve retração no volume de serviços em janeiro de 2023, na comparação com dezembro, acompanhando o recuo observado no resultado do Brasil (-3,1%).

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O impacto mais importante veio de São Paulo (-2,6%), seguido por Rio de Janeiro (-5,5%), Minas Gerais (-2,6%) e Distrito Federal (-7,2%). Em contrapartida, Paraná (3,0%) exerceu a principal contribuição positiva do mês, seguido por Bahia (2,4%), Espírito Santo (3,9%) e Piauí (13,3%).

Frente a janeiro de 2022, o avanço do volume de serviços no Brasil (6,1%) foi acompanhado por 25 das 27 unidades da federação. A principal contribuição positiva ficou com São Paulo (4,3%), seguido por Rio de Janeiro (8,2%), Minas Gerais (10,9%), Paraná (12,1%) e Rio Grande do Sul (11,5%).

Em sentido oposto, Mato Grosso do Sul (-6,4%) e Acre (-2,0%) assinalaram os únicos resultados negativos do mês.

Turismo

Em janeiro de 2023, o índice de atividades turísticas apontou avanço de 0,5% frente ao mês imediatamente anterior, segundo resultado positivo seguido, período em que acumulou um ganho de 5,3%.

Com isso, o segmento de turismo se encontra 2,5% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 4,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Na comparação entre os meses de janeiro de 2022 e 2023, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 12,9%, na vigésima segunda taxa positiva seguida.

O impulso veio, principalmente, do aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de locação de automóveis, restaurantes, hotéis, rodoviário coletivo de passageiros, agências de viagens, serviços de bufê e atividades teatrais e espetáculos.

Onze das doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (16,4%), seguido por Minas Gerais (24,7%), Rio de Janeiro (7,3%), Rio Grande do Sul (16,6%) e Bahia (14,5%).

Em sentido oposto, o Distrito Federal (-2,5%) registrou o único resultado negativo.